16 Erika.

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Myrella sai rapidamente me deixando confusa, encaro minha perna que já se curava, vejo Miguel em sua forma humana e suspiro me afastando.

Sei que não deveria sentir isso, esse desejo pelo Miguel... Essa vontade de tê-lo era enorme e nada recíproco.

O encaro novamente vendo o já com uma toalha, seu peitoral estava a mostra e isso era extremamente excitante, não tanto quanto vê-lo nu, mas ainda sim, excitante.

Saiu da sala de treinamento e corro para meu armário, procuro pelo sangue reserva e nada, tomo um susto com Erik se pondo ao meu lado com uma garrafa na mão.

-O que fará com o convite da Myrella? — Ele pergunta e eu pego a garrafa, abrindo e tomando com desespero.

-Não sei se aquilo foi bem um convite. — Tomo um susto com Ricardo ao meu lado. -Foi impressão minha ou você perdeu o controle por conta do Ribeiro?

-Impressão, fiquei com medo. — Sussurrei. -Perdi sangue, faz um tempo que eu não me alimento...

-Se alimentar de animais da nisso. — Ricardo diz. -Você é uma Silva, Erika. Precisa de sangue humano, direto da fonte ou de garrafinhas dessa... Seja o que for, tem que se alimentar direito.

-Chega. — Encaramos Erik. -O que fará com o convite da Myrella?

-Devo admitir que não pareceu um convite. — Encaro Ricardo e suspiro. -Não sei, não sei se vou... Ou se ignoro. — Respondo.

-Aconselho a não contrariar Myrella, ela pode ir até seu castelo. — Lucas diz e fica a nossa frente. -Tudo bem?

-Sim. — Respondi guardando o sangue no armário. -O que você aconselha?

-Esperamos vocês, esse sábado... Às dez, estaremos na porta do castelo. — Lucas encara cada um e sorri. -Não se atrasem, Myrella odeia isso.

-Não somos uma equipe. — Ricardo diz, assim que Lucas dá dois passos para se afastar.

-Eu sei que não. — Lucas afirma o encarando. -Mas até quando iremos sustentar isso? — Sorri e assim se vai.

-Ele tem um sorriso bonito. — Falei chamando atenção dos dois. -Não acha? — Pergunto encarando Ricardo que dá de ombros e se afasta.

-Deixa de ser encrenqueira. — Erik afirma deixando um beijo na minha testa e se vai.

Suspiro abrindo meu armário e tomando mais um gole do sangue, Ricardo tem razão em dizer que tenho que me alimentar de humanos, seja eles vivos ou mortos.

Fecho meu armário e vou para o castelo, o melhor lugar de se alimentar por aqui é na casa dos espelhos.

A casa dos espelhos foca em uma única coisa, diversão, tanto para os humanos, como para o sobrenatural. Tem portas e espelhos por toda casa.

Depois de comer com a família feliz e de expulsar minha serva do quarto tomei um banho, coloquei uma roupa escura e leve, um vestido, nem tão colado e nem tão solto... Confortável.

Deixei meu cabelo solto e passei um lápis de olho, delineador, rimel e um batom, abro a porta da varanda e encaro meu querto.

-Sem arrependimentos. — Afirmei pulando da varanda com o salto na mão.

Calcei e me afastei do castelo com minha velocidade, ao me aproximar da casa vejo muitos entrando.

Abri a porta lentamente vendo a casa piscando, a música contagiando todos, muitos bebendo, fumando, se pegando ou se alimentando.

Entro por completo na casa e muitos já me olham com desejo, humanos sendo humanos.

Vou até o bar e peço uma bebida típica de humanos, vodka. Antes de eu começar a caçar sinto alguém atrás de mim, quando penso que não sinto algo gelado nas minhas costas.

O Mundo De Myrella (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora