twenty two: caught in the act

4.7K 481 320
                                    

Depois de tantos anos eu tive a oportunidade de voltar a Incheon na minha mão. Espero que isso esteja ok para todo mundo, se não vamos somente eu e Jimin mesmo. Não quero perder uma viagem de graça.

- Jungkook. - entro no quarto para contar a novidade. - Tenho uma coisa pra contar. - deito ao seu lado na cama. - Ei, to falando com você, sai dessa merda.

- Eu to quase passando pra terceira fase, espera aí. - ele continua apertando os botões do jogo portátil como um louco.

- O que eu tenho pra falar não é importante? - faço um biquinho. - Jungkook. Jungkook. Jungkook. - cutuco ele. - Kook. Kookie. - rio.

- Para. - ele se vira e senta com as costas na cabeceira.

- Vou começar a te chamar de Kook, é tão bonitinho. - continuo deitado beliscando a barra da sua camisa.

- Hm... - ele murmura, olhando para o jogo.

Caralho, Jungkook, que saco!

- Deita aqui. - sento como ele e afasto um pouco as pernas para ele sentar entre elas.

Isso ele ouve, né?

- Já tá terminando essa porra? - envolvo meus braços nele. - Hm?

- Quase, só preciso completar o rendimento na barrinha.

- Mas chegou na metade só agora, pausa aí. - beijo sua orelha.

- Eu vou perder o pique se continuar pela metade depois... - levanta um pouco os ombros para afastar meu rosto.

- Você parece uma criança, pelo amor de deus. - belisco seus mamilos.

- Para, caralho. - ele se remexe sem tirar a atenção do jogo.

- Eu não vou parar até você me ouvir.

- Tá bom, então. - ele provoca, ficando parado de uma vez.

Continuo o apertando e percebo sua respiração ficar pesada. Eu não sabia que ele tinha tanta sensibilidade aqui.
A tal da bArRiNha dE ProGreSsO dele já estava quase cheia, então eu paro. Assisto o final daquele joguinho idiota e espero ele recolher as moedinhas.

- Agora que a boneca já deu as prioridades dela, já pode ouvir a segunda opção que tá tentando falar aqui?

- Para de drama, o que foi? - ele desliga o móvel e joga na cama.

- Seokjin chamou a gente para voltar para Incheon com a tia divorciada dele. Vai ser tipo uma viagem toda bancada por ela.

- Tia divorciada? Onde a gente vai ficar? E a faculdade?

- Ela é dona de hotel na cidade. E disse que é só pra gente acompanhar ela em refeições porque não gosta de receber muita visita.

- Tá, e a faculdade?

- Ah. Sei lá, que exploda.

- Puta que pariu.

- Vamos, poxa, vai ser tão legal. Podemos escolher um quarto para ficarmos juntos. - cheiro seu cabelo. - E tem vários lugares legais para ir.

- Quando ela vai?

- Não sei. Provavelmente essa semana ainda, né?

- Tá, eu vou ver.

- Então você vai.

- Eu disse que ia v-

- Vou avisar o Seokjin.

- Vai tomar no cu. - ele emburra e se deita de costas no meu peito.

- Eu vou te arrastar pra todos os lugares. Você vai tirar algumas fotos pra mim.

          

- Vou nada.

- Vai sim. - aperto sua bochecha.

- Acho que estão te chamando na sala.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e consigo ouvir o Jimin gritando meu nome.

- Meu lanche chegou. - levanto assim que ele sai do meu colo. - Depois eu volto. - sorrio.

- Ganhamos um refrigerante. - Jimin põe as coisas no balcão. - Pega os pratos fazendo favor.

- Tem alguma promoção hoje? - ponho a louça perto da comida.

- Sei lá, acho que sim. - ele se senta. - Mas é Pepsi, eu prefiro Coca.

- Eu prefiro Pepsi mesmo. Deve ter uma Coca aberta na geladeira, aliás. Ah, eu conversei com o Jungkook. Ele disse que ia ver sobre a viagem mas pode considerar que ele vai sim. Eu obrigo. - rio.

- O Cláudio disse que ia também. Ficou todo animado pra tirar foto na Chinatown.

- Eu estava pensando - mordo o lanche. - quero ter uma resposta para o Jungkook até o final dessa viagem. - falo baixo.

- Mas você não disse que estava descobrindo as coisas ainda?

- Eu sei, mas... não falar "eu amo você", só dizer que... eu gosto dele. Que estou correspondendo aos sentimentos dele por enquanto. O que acha?

- Vocês convivem há bastante tempo juntos, acho que não é tão precipitado você confessar que está gostando dele no momento. Só não se joga de cabeça, você disse que ainda não entende bem o que sente por ele e isso pode dar merda depois.

- Pois é. Hm, então eu falo que gosto dele?

- Se quiser dar uma resposta ao que ele te disse lá no restaurante.

- Sim, é isso que eu quero. Aish, que vergonha.

- Por que?

- Você me conhece, com quantas pessoas eu já tive interesse em um relacionamento sério?

- Nenhuma.

- É. Não tenho a mínima noção do que fazer a partir de agora.

- Pode começar dizendo que gosta dele. Continuem saindo e vê se isso vai dar certo para ambos.

- E se não der?

- Paciência né more, nem tudo é como a gente quer.

- Tá nervosa? - o olho de cima a baixo.

- Não. - ele ri. - Nossa, você tá amadurecendo. Finalmente.

- A gente tem a mesma idade.

- Mas eu sempre fui mais ajuizado. Sua mãe nem te deixava sair se eu não fosse junto.

- Sem motivos, também.

- Você já dirigiu um trator quando saiu sozinho, me poupe. Me ralei todo correndo atrás de você aquele dia.

- Mas é lógico, ninguém mandou descer um barranco de plataforma.

- E você desceu um barranco de trator.

- Meu primeiro osso quebrado, aquele mês foi um inferno.

- E eu que ficava brincando com você no hospital mesmo tendo mil e uma coisas para fazer durante a tarde.

- Você tinha nove anos.

- E daí? Eu era uma criança ocupada.

- Você era a porcelana de estimação da sua mãe. Era natação, balé, canto, sapateado, judô, reforço de matemática, futebol americano... tá faltando alguma coisa?

STIGMA | kth+ jjkDonde viven las historias. Descúbrelo ahora