Laços

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O relógio parou às oito e meia.
A dama sem rosto caiu da mesa
E, se a vida já esteve em ceia
Agora só restaram pratos sujos.

Gargalhei alto, até chorar.
Os pássaros à árvore podre,
Os laços sem sangue, secaram
Os laços de sangue, coalharam

Chorei baixo, até gargalhar.
Os pratos sujos quebrados,
Um a um, pela dama sem rosto.

Os pássaros saíram, em revoada.
Os laços sumiram, como mágica.
O relógio voltou a contar.

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