Novos Poemas – A embriaguez das Horas
//
2019
negro pegajoso
cola como visgo
penetra como vírus
lama negra
que invade a garganta
sufoca asfixia
o grito não sai
só silêncio
o lodo se esparrama
entre os dedos das mãos
dos pés
e en-tranha
crime indecifrável
falatórios desconexos
acusações sem provas
sem embasamento
a procura de culpados
os manguezais invadidos
pelo caos
a morte presente
que entra pela pele
morre-se antes de entrar pela boca
e a longa mancha invisível escorre
silenciosa e mortífera
altamente tóxica
mas alguns tranquilizam os pescadores
peixes e golfinhos
são seres muito inteligentes
não se aproximam da mancha venenosa
mas a praia
todo dia esta repleta de tartarugas
coberta de óleo negro
os arrecifes enlameados por uma manta
que quebra a cadeia produtiva da vida
homens em suas carapaças
enfardados engravatados em seus bankers
mal se dão conta da tragédia
ou fingem serem surdos cegos ao que bem lhes prouver
o imediatismo não enxerga o caos
de seu próximo
o ouro negro de valor inestimável
perdido (.
invade sem piedade o santuário
destruindo pelo descaso humano
o que a natureza levou centenas de anos para construir
e somente o futuro incerto ira dizer [...]
o que ainda faremos com nosso planeta
Pág. 88
ESTÁ A LER
Novos Poemas A Embriaguez das Horas ( VENCEDOR do #Wattys2018 )
PoetrySinopse Em algumas palavras (Novos Poemas - A Embriaguez das Horas) são poemas lacônicos para serem lidos numa sequência ou aleatoriamente, levando o leitor sempre, a um diálogo com a palavra. São marcas a emoção a sutileza e a precisão desta Po...
