Capítulo 7

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Por Jonathan

Fiquei muito feliz com a volta do Maury. Ele foi o que me apoiou quando contei que estava apaixonado pelo Gabriel. Além disso, ele é meu pai.

— Pai, eu senti tanto a sua falta — eu disse, dando um forte abraço nele.

— Eu também senti saudades, Jonathan. Vou levar você comigo na próxima viagem para divulgar algum trabalho — respondeu, me abraçando.

— E eu? Vou ficar de fora desse abraço? — perguntou meu pai Chuck, entrando no meu quarto.

— Pai! — exclamei e ele veio nos abraçar.

— E então, Jonathan? Vai me contar sobre o seu fim de semana? — papai Maury perguntou para mim.

— Pai, meu fim de semana foi muito bom, sem falar que eu quase transei com o Gabriel — respondi e meu pai Chuck ficou perplexo.

— Chuck, o nosso filho tem todo direito de saber sobre a origem dele. Olha, Jonathan, você não é nosso filho de sangue, você sabe disso. O Gabriel também não é filho de sangue do Jeremy. Sendo assim, vocês só são primos de consideração. Eu sou totalmente a favor do seu relacionamento com o Gabriel — meu pai Maury me deu um beijo na testa.

— Eu também sou a favor do seu relacionamento, filho, desde que você saiba os riscos que vocês irão enfrentar ao saírem se beijando publicamente — disse papai Chuck, olhando em meus olhos.

— Sim, pai. Eu e o Gabriel seremos discretos quanto ao nosso relacionamento — respondi e meu iPhone tocou. Era uma chamada vídeo do tio Jeremy.

— Jonathan, posso falar com o Maury? — ele perguntou, sorrindo para mim.

— Claro, tio Jeremy —  respondi e entreguei o iPhone para meu pai.

— Fala, Jeremy — disse Maury, pegando meu iPhone e saindo do meu quarto, me deixando a sós com papai Chuck.

— E então? Quando você vai voltar para Los Angeles? — perguntou, esperando uma resposta.

— Não sei, pai. Agora que eu comecei a namorar o Gabriel, não vejo mais por quê em continuar em Los Angeles. Eu pesquisei e posso terminar a faculdade online — respondi, olhando nos olhos dele.

Por falar nisso, tenho que ligar para o Pedro e pedir as chaves da casa dos meus pais de volta. Sei que ele vai entender.

— Filho, eu não quero ser um fardo pra você, sabe disso. Pode voltar para Los Angeles e terminar seus estudos. Quem sabe o Gabriel não vai com você? — perguntou e eu sorri.

— Pai, você é um anjo. Sabe disso. Mas eu quero muito ficar perto de você e do Maury. Nesses últimos anos, eu fiquei bastante afastado dos meus pais e agora quero aproveitar cada momento com eles — respondi e o abracei. Alguns minutos depois, meu pai Maury entra no quarto com uma cara triste.

— O que aconteceu? — perguntei, assim que ele me devolveu meu iPhone.

— É o Daniel. Ele caiu da escada e está internado no hospital — ele respondeu e pude ver a dor que ele estava sentindo. Tio Daniel era o irmão dele, filho do vovô Renato com outra mulher, mas ainda assim irmão do meu pai.

— Como assim, caiu da escada? — perguntei, olhando para ele.

— O Jeremy disse que ele escorregou e caiu da escada. Chuck, eu estou com tanto medo —  disse, chorando. Meu pai Chuck o abraçou e eu fiz o mesmo. Parecia que o mundo estava desabando ao nosso redor.

Eu esperava que meu tio Daniel saísse dessa vivo, pois meu pai não iria aguentar a morte do irmão mais velho e o único parente vivo da família.

Por Maury

Depois que chegamos ao hospital, fiquei pensando em tudo o que vivi ao lado do meu irmão e dos nossos amigos.

— Por quê, meu Deus? Por quê meu irmão? — eu perguntava, enxugando minhas lágrimas. Ali estava eu novamente, depois da morte dos meus pais, só que dessa vez quem estava ali era o Danny, meu irmão mais velho.

Um médico se aproximou de nós e perguntou quem era irmão de Daniel Jones Martins. Eu ergui a cabeça e respondi que eu era irmão dele.

— O seu irmão está melhor, pois demos um sedativo para ele dormir, mas a queda foi grave e ele vai ter perda de memória recente — o médico explicou para mim e Jeremy, que nos acompanhou, pois ele era casado com o Daniel.

— Entendi, doutor. Mas o meu irmão vai ficar bem? — perguntei, olhando para Jeremy de lado.

— Vai depender da recuperação dele — respondeu o homem, me deixando tenso.

— Podemos ver ele, doutor? — pergunta Jeremy, sabendo que eu iria fazer a pergunta para o médico.

— Podem, claro. Mas peço que fiquem em silêncio, pois ele está dormindo —o homem respondeu e nos levou até o quarto onde Daniel estava internado.

Ao entrarmos no quarto, vi Daniel dormindo e fomos até ele.

— Maury, ele vai ficar bem. Seu irmão é forte para superar isso — disse Jeremy, me consolando. Eu não tinha certeza se ele estava acreditando no que ele mesmo disse.

— Obrigado, Jeremy. Eu tenho só o Daniel como parente e não quero perdê-lo — agradeci, dando um forte abraço nele.

— Não vai perdê-lo, meu amigo. O Daniel me contou que ele também tem medo de te perder. Eu fiquei feliz por vocês dois serem tão unidos que cheguei a ficar com inveja, pois você sabe da minha história com a Rayanne — ele explicou, limpando as minhas lágrimas.

Saímos do quarto do Daniel e fomos para junto de nossos filhos e do Chuck, que esperavam impacientes.

— Vocês  demoraram, hein? E aí? Como ele está? — pergunta Chuck, olhando para nós dois.

— Bem, o Daniel está fora de perigo, mas ele vai ter perda de memória recente, o que significa que vamos precisar tarde certos cuidados com ele. O médico explicou que ele mesmo já passou por isso, e que o tratamento é fácil e rápido, pois o Danny só precisa se alimentar corretamente e tomar os remédios na hora certa — expliquei, olhando nos olhos dele.

— Então, o papai Daniel vai ficar bem? — pergunta Gabriel, abrindo um sorriso.

— Sim, ele vai ficar bem, meu amor. Mas não hoje — Jeremy respondeu para ele.

— Vamos almoçar? — pergunta Chuck, mudando de assunto.

— Vamos — respondi e fomos almoçar em um restaurante que eu reconheci como o Qznos, o qual eu conheci o meu marido, Chuck.

— O que houve, papai? — Jonathan pergunta pra mim, me vendo sorrir.

— Foi aqui que eu conheci o seu pai, Jonathan — respondi e ele sorriu. Finalmente ele iria conhecer o lugar onde os pais se conheceram e se apaixonaram.

E Se Eu Te Amar? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora