Capítulo 8

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Theresa rebolava na sua cama desconfortável. Não conseguia dormir e não parava de pensar naquele Duque específico.

Por muito que tentasse dormir, assim que fechava os olhos, a imagem daquele moreno de olhos negros aparecia insistentemente e sempre com um sorriso pérfido nos lábios. 

- Homem diabólico, só pode ter me lançado um feitiço com aqueles olhos escuros como um corvo! Não consigo dormir.....-pensou Theresa irritada

É certo que a irritava mas, também lhe provocava um nervoso miudinho pensar nele. Porque a seguiu? Porque olhava para ela enquanto dançava?  E quem era a ruiva mamuda que estava ao lado dele?

- Sim, quem era a rui....- dizia em voz alta Theresa

- Tu não estás boa da cabeça,  só pode!- pensava Theresa. 

Que lhe interessava quem era a ruiva mamuda! Que lhe interessava quem era o moreno, de olhos negros, lábios vermelhos e sorriso bonito e.......PÁRA!  PÁRA!  Pára de pensar nele!!!

Mais uma vez, Theresa enfiou se dentro das mantas e tentou dormir.


Dark Duque estava a ter uma noite agitada como há muito não tinha. Ensopado em suor, levantou se e foi beber água. Foi andando até à janela e viu Theresa.

- Que raio....

Piscou os olhos e já lá não estava a bela mulher de cabelo preto e olhos azuis. Tão azuis, que se podia perder vezes sem conta na imensidão daquela cor. 

- Por amor de Deus John.....uma debutante ! E respondona! 

Voltou para a cama e procurou dormir mas a imagem de Theresa, com seios generosos, curvas acentuadas apareciam como se fosse uma Deusa.  John sentia se novamente a aquecer. A suar e o seu membro a palpitar.

- Então mas agora. ...raios para a senhorita ! Mas que disparate...pareço um adolescente!

Irritado,  levanta se da cama abruptamente e vai até à bacia. Precisava urgentemente de se refrescar com um banho de água fria!

Depois daquela noite, que pouco descansou, Theresa desceu e juntou se à família no pequeno almoço 

- Minha querida, estás com ar cansado - disse a tia

- Dormi pouco....

- É natural. Dias de baile, são sempre cansativos. 

- E o papá?  Como está?  Dormi bem, mas pouco também. Mas confesso que gostei do baile

As damas olharam o Conde bastante admiradas.

- A sério meu irmão?

-  Revi pessoas que já não via há muito tempo. Pessoas de quem gosto efectivamente. Como Lord Stephan. 

- Gostei muito da Rose papá.

- Sim, parece ser uma jovem encantadora. 

- Gostei bastante daquele jovem teu amigo Matilde! Lord Peter!

Matilde corou o que não passou desapercebido a Theresa.

- Ah...sim...é um bom amigo. ..- disse Matilde- e tu minha querida gostaste do baile?

- Para além de me achar em alguns momentos, um animal no zoo, até gostei - disse Theresa pensando nele...

Lá estás tu Theresa....a pensar naquele homem.....

- Tive muita pena de não ter conhecido o Duque de Stanfork - disse o pai de Theresa

Theresa quase se engasga com um pedaço de fruta e fica em silêncio total. Dá conta irritada, que as suas bochechas começam a aquecer.

- Mal o vi irmão. Saiu cedo pelo que Peter me disse. 

- O pai dele era um excelente homem. Muito honrado.

Não sei se o filho será assim....pensou Theresa.

- Hei de ter oportunidade com certeza para o conhecer.

- Estava a pensar levar Matilde a conhecer um pouco a cidade Richard. Ir até ao parque...- Matilde olhou de lado para Theresa e piscou lhe o olho.

- Só se Jacob for.

- Claro que sim!

- Infelizmente não posso ir. Lord Stephan convidou me para um jogo de cartas na Sociedade. Há muito que não vou lá. 

- Papá faz bem em retomar as suas velhas amizades. Fico feliz por si.

Richard sorriu para a sua filha. Sabia o quanto ela gostava de si. Era um homem afortunado, apesar de tudo.

- Minha querida, vou escrever umas cartas em resposta a algumas senhoras que nos fizeram convites e depois do almoço vamos dar a nossa volta, pode ser?

- Sim, claro. Vou acabar o meu livro também. Sobre ervas e chás e o seu maravilhoso poder  de cura.

- Quer ser médica, minha querida?

- Porque não?  

O Conde olhou para a sua irmã que o olhava com um ar reprovador.

- A minha filha será o que quiser. Se quer ser médica,  tenho todo o gosto em envia la para Paris e ser a primeira dama a se formar em medicina. É inteligente o suficiente para isso.

- Eu não disse o contrário Richard mas....não lhe parece um tanto ou quanto, moderno de mais? Acredite, nem é tanto por isso mas gostava de ver Theresa bem....com alguém do seu lado.

Richard e Theresa olharam estupfactos para Matilde. Ali estava a dama que nunca se casou porque não quis, a dizer, por outras palavras, que gostaria de ver Theresa casada.

- Não olhem assim para mim por favor - pediu Matilde

- Estou apenas admirado Matilde. Nunca pensei que te arrependesses da tua decisão em perrmanecer solteira.

- Não é arrepender. ...é. ..bom....na verdade nós não duramos para sempre Richard e não gosto de pensar que Theresa possa ficar sozinha neste mundo. 

O Conde nesse momento, percebeu os receios da irmã e baixou os olhos. Nada que não lhe tivesse passado pela cabeça várias vezes. Pensar que Theresa pudesse ficar só, também o atormentava. Sem irmãos mais velhos,  sem primos. Apenas um pai, com 45 anos e uma tia com quase 30. Tinham alguns amigos fieis em quem poderia depositar a sua confiança de que olhariam pela filha, caso lhe acontecesse algo, mas para ele, e pelos vistos para a sua irmã também,  isso não era suficiente.

- Estão a falar como se eu não estivesse aqui - disse Theresa- eu entendo os vossos receios, mas não será um casamento que me fará estar acompanhada. Quantos casamentos existem, infelizes, em que cada um vive para seu lado, em solidão absoluta? E mais! Em tristeza? Eu não quero isso para mim!

- Quem disse que tem de ser assim querida?- perguntou Matilde- nem todos os casamentos estão destinados ao fracasso. Nem todos são infelizes. ..

- Eu amava a tua mãe Theresa...erámos muito felizes...- disse o Conde com a tristeza estampada no rosto.

- Eu sei papá. ..

- E depois há a alegria em se ter filhos...são uma benção. Não concebia a minha vida sem ti Tessa. Já perdi muito nesta vida. E confesso, que ter netos, deve ser uma experiência única. ...

Oh diabo....onde já vai esta conversa. Passou de, querer supostamente ser médica, a mulher casada e com filhos pela mão.  Não que não gostasse da ideia. Adorava crianças.  Bebés então,  era o delírio mas daí a ver se com um barrigão. ....nunca imaginara que o pai sentisse isso mas entendia o. Levantou se e deu um grande abraço ao seu pai.

- Quem sabe papá?  Mas tem de ser um homem igual a si! A casar, só com alguém como o senhor!




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