Sonhos no Oriente

Capítulo 10⛩O aeroporto ⛩

Quando desembarquei no Aeroporto Internacional de Pequim, o maior e mais movimentado da China, eu estava exausta, pois a viagem é longa e com escalas. Meu corpo estava dolorido, devido às várias horas sentada e a mudança de fusos horários, apesar de ter conseguido dormir um pouco, durante o voo.

Passei mais uma duas horas na Imigração, para receber o carimbo, no Visto, que já tinha tirado. Troquei alguns dólares por Yuans, que é a moeda chinesa, em uma casa de câmbio, no próprio aeroporto e fui para o saguão, aguardar a pessoa responsável em me buscar.

Havia um intenso movimento, de pessoas, circulando pelo aeroporto moderno e sofisticado. Fiquei impressionada com o tamanho desse lugar. Alguns chegavam apressados, outros correndo atrás de táxis e ainda outros, como eu, esperando alguém vir buscar.

No alto da escada rolante, vi um grupo de pessoas, com cartazes nas mãos, que tinham nomes escritos. Mas ninguém carregava meu nome, por enquanto. E isso me deixou um pouco apreensiva. E se ninguém viesse me buscar?

Circulei uns 20 minutos pelo saguão, até que o fluxo de pessoas diminuiu e eu continuava, no mesmo lugar, olhando para o relógio de segundo em segundo, preocupada.

Enquanto olhava, pela centésima vez, para meu relógio de pulso, tomei um forte esbarrão no braço. Levantei a cabeça para me desculpar, pela distração, mas o rapaz ,que me deu o encontrão, já seguia apressado sem dizer nada. Mal dava para ver seu rosto, pois usava um capuz. Mas reparei que era alto, forte e tinha uma grande tatuagem de dragão no braço direito, onde o casaco descera com a trombada.

Fiquei observando por alguns minutos, indignada com a grosseria, quando dei conta de que estava sem a minha bolsa tiracolo! Fiquei apavorada, porque acabei de ser assaltada em pleno aeroporto!
Imediatamente comuniquei ao segurança, que me encaminhou a sala de investigação.

Registrei a queixa, descrevi o indivíduo e aguardei. Não encontraram ninguém, com as características ,que eu havia descrito e ainda por cima, trouxeram minha bolsa intacta, sem estar faltando objeto algum. Explicaram que estava no Setor de Achados e Perdidos.
Verifiquei mais uma vez, e realmente não faltava nada. Estava tudo ali! Documentos, cartões, dinheiro e minha caderneta! Muito estranho! O que será que o encapuzado queria com minha bolsa?

Os funcionários do aeroporto, certamente, não acreditaram em mim, mas foram atenciosos e educados. Até fizeram a gentileza de ligar para a pessoa, que estava responsável em me buscar, que por sinal, estava super atrasada.

Uns 10 minutos depois, veio um chinês de baixa estatura, de uns 40 ou 50 anos. Alguns chineses são difíceis de decifrar a idade, parecem sempre tão jovens. Ele vinha com um sorriso simpático no rosto.

"Senhorita Jéssica Lin! Me chamo Ling Su. Sou motorista da família Yang. Responsável em levá-la para casa."

Ele disse isso, já fazendo uma reverência. Cumprimentei-o também e me atentei ao que ele falou (...levá-la para casa). Será que eu me adaptaria tanto aqui, ao ponto de chamar, a casa dos Yang de casa? Espero que sim.

"Me contaram o incidente, que a Senhorita sofreu aqui, logo após o desembarque. Sinto muito! E me perdoe a demora. O trânsito fica atribulado nesse horário!

"Tudo bem, senhor Su! Não foi culpa sua. E graças à Deus, não me fizeram mal algum, nem levaram nada!"

" Sim, sim. Verdade! Mesmo assim, lamento pelo susto. Posso ajudá-la com a bagagem?"

"Claro! Obrigada!"

Saímos do aeroporto em um Toyota preto, dirigido pelo senhor Su...