(...)
Depois de quase 13 horas de voo, cá estava eu, desembarcando em Los Angeles. Passei o voo quase todo acordada, ouvindo música e lendo.
Assim que desembarco, procuro um lugar pra comer, com medo de gastar a toa, compro a clássica pizza. Peço uma pizza pequena de calabresa e um copo grande de Coca-Cola.
Enquanto espero meu pedido, me conecto no wifi do aeroporto e ligo pra minha mãe por vídeo.
-Oi Princesaaaa –atende ela, toda animada.
-Oi mãe, cheguei agora aqui...
-Ah, acabamos de acordar, eu e seu pai. Vamos levar sua avó pra casa hoje de tarde
-Ah, ô mãe, assim que eu chegar na casa lá, vou pedir pra ir arrumar um chip com internet daqui ta?
Minha comanda acende, sinalizando que meu pedido está pronto. Me despeço da minha mãe e vou comer.
Sinto uma diferença no sabor da pizza, ela é mais gordurosa que a do Brasil e a Coca-Cola é mais doce. Mas mesmo assim, é muito gostosa. Termino de comer e ainda falta mais de uma hora e meia pro vôo pra Chino. Resolvo ligar para as meninas, só pra socializar e me adaptar ao inglês de uma vez por todas.
-Hey, onde você ta? –as meninas perguntam logo de cara
Digo a elas que estou em LA, e que devo chegar lá em Chino umas 4 da tarde e que queria passar em algum lugar pra comprar um chip de telefone com internet, porque pra usar o Brasil não fica muito em conta.
(...)
Antes de ir embarcar no eu 2º vôo em menos de 24 horas, passo no Starbucks e compro um cappuccino e 2 donuts, me sentindo a própria fanfiqueira, a própria menina do interior de Londres que saí de casa com a primeira roupa que vê, com um coque frouxo e da de cara com o celleb crush num café.
O vôo é muito rápido. Na verdade, eu poderia ter vindo de uber, mas meus pais ficaram com medo de acontecer alguma coisa, já que eu não conheço nada daqui.
Assim que desembarco, passo pelo salão pra pegar bagagem, que era só uma mala grande e minha bolsa que veio comigo. Depois que pego minha mala e me dirijo à parte principal do aeroporto. Vejo duas meninas L-I-N-D-A-S, muito parecidas, segurando uma placa que estava um "MELISSA, BRAZIL!" enorme.
As duas são ruivas, branquinhas. De rosto angelical, quase da minha altura. A única diferença entre as duas é que uma usava aparelho e a outra não. Mas mesmo assim, o sorriso das duas é espetacular.
Pronto, já posso falar que tô apaixonada por duas pessoas aqui nos EUA, comecei bem.
Depois das devidas, e animadas, apresentações, Karen e Jessie me levam até sua mãe, Julia, que está nos aguardando no estacionamento.
Julia é a típica latina de filmes, morena, corpo definido e alta. Cabelo ondulado e volumoso, sorriso espetacular... as filhas têm a quem puxar
As meninas falavam o básico do português, aprenderam com a mãe, que nasceu no Brasil. Mas combinamos de falar apenas em inglês por agora, pra que eu me adapte.
Vamos direto pra casa delas, elas me entregam um chip novo. Falaram que "era o mínimo que podiam fazer".
Decido por ir tomar um banho, me lavar da viagem e me organizar no quarto. Jessie disse que eu ia ficar com o antigo quarto de Alex, o irmão mais velho, porque ele só vinha algumas vezes no mês e ele mesmo se dispôs a ceder o quarto pra mim, pra que eu fique mais confortável.
O quarto ainda não está completamente desmontado, tem algumas caixas empilhadas. As meninas começaram a meter pau no irmão delas por causa disso, mas eu disse que não tinha problema algum, que podiam deixar ali mesmo e que, quando ele viesse, ele mesmo podia ver o que faria com aquelas caixas.
Depois que saio do banho, troco de roupa e configuro o telefone pro chip novo, as meninas resolvem fazer um "tour" pela casa e, depois, pela vizinhança.
A casa é grande, tem 3 quartos e um "quartinho". O quarto de Alex, "meu", fica no final do corredor, ao lado do quarto de Karen. No mesmo corredor, fica o banheiro e um "escritório", que segundo elas é mais como uma sala de estudos, mesmo que na maioria das vezes, elas estudem no quarto ou na sala. De frente pro "meu" quarto, fica o quarto de Jessie, o outro "quartinho" fica entre o banheiro e o "meu quarto". O quarto dos pais delas fica no andar de cima, ao lado de uma "academia" e um terraço. No térreo, ficam os cômodos comuns, que são a cozinha, sala, sala de jantar, despensa, área de limpeza e etc. A frente da casa não é muito elaborada, tem uma varanda, um gramado e a vaga pro carro. Já o quintal de trás, tem uma área gourmet, piscina e até um balanço de madeira.
Demos uma volta pelo quarteirão, elas me mostraram aonde era a padaria, o "melhor café da vizinhança", a casa que eu iria trabalhar que ficava a uns 8 minutos da casa delas... Me levaram um pouco mais adiante, até um parque que ficava ali perto, uns 15 minutos de caminhada da casa. O parque é grande, tem quadra, parquinho, área pra caminhar... O nome é Skyview Park e, pelo visto, ele vai ser bem útil nos próximos meses.
Voltando pra casa, um menino nos ofereceu carona, mas Jessie negou, dizendo que estavam me apresentando os lugares ali. Nem vi a cara do menino, ele foi rápido, assim que Jessie negou, ele já subiu o vidro de novo e seguiu seu caminho.
Já na calçada da casa, passa uma menina típica da Califórnia, loira, de altura mediana e corpo de modelo. Mexeu com as meninas e fomos apresentadas. O nome dela era Jennifer e ela estudava com Jessie.
(...)
Já era noite quando o pai das meninas chegou. Um cara ruivo, alto, com uns olhos azuis tão vivos que dava até inveja. Ele e Julia faziam um casal bonito, ele ruivo e ela morena, os dois altos, dava uma combinação legal.
Fomos apresentados, agora devidamente. James disse que eu era bem vinda ao lar deles e que eu devia me sentir a vontade e que, se eu precisasse de qualquer coisa eu deveria falar com eles.
No jantar, Julia e seu marido me explicam um pouco da rotina deles. Não era nada muito "uau". Eles saíam pra trabalhar de manhã, geralmente almoçavam na rua, mas sempre deixavam comida aqui e, quando não o fizessem, me avisariam e me dariam dinheiro pra comer na rua, mesmo que eu negasse. As meninas estudavam até as 15h, Karen tem curso de francês duas vezes na semana, mas Jessie volta logo pra casa (geralmente).
O meu curso vai acontecer 3 vezes na semana, de 9 da manhã até meio dia. Quando fosse dia de curso James me levaria e me traria de volta pra casa. O local do curso é em Chino, fica próximo ao escritório em que ele trabalha, a uns 20-30 minutos de casa, de acordo com o que eles falaram.
A mãe da criança combinaria comigo durante a semana os horários, a rotina e os dias que eu cuidaria da filha dela.
Depois do jantar, ajudo Julia na limpeza da cozinha e das louças, e enquanto estávamos limpando, nós ficamos conversando sobre as diferenças entre o Brasil e os EUA. Ela também disse que sentia falta da família, e ia lá uma vez no ano só, geralmente em outubro, mas que já valia à pena.
Ela me contou um pouco de como foi ter que largar tudo lá no Brasil por conta de oportunidade de emprego e por James também. Mas que o apoio recebido pela família dela e por James, fizeram ela permanecer forte nessa jornada toda. Porque, na verdade ela veio pra cá pra fazer um estágio de 6 meses na empresa que ela trabalha até hoje, mas ofereceram uma vaga definitiva faltando 1 mês pra ela voltar para o Brasil.
Julia disse que não se arrepende, mas sente MUITA falta do país dela e espera que um dia ela tenha condições de ir lá mais vezes e ficar mais tempo com a família dela.
(...)
Já no quarto, preparada pra dormir, pego meu celular e ligo pro meu irmão. São onze da noite aqui, então devem ser umas 7 lá.
Como ele não atende, coloco uma música baixinha pra tocar e pego no sono.
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Minha Última Esperança [Cameron Dallas]
FanfictionPor vezes, nos sentimos perdidos e nos colocamos à busca de um lugar pra nos sentirmos bem, precisamos de um lugar pra fugir da realidade em que vivemos. Alguns se escondem na melodia criada por notas musicais, que com seus sons, aliviam o interior...