Uns dois dias depois, Yaoyorozu me chamou para conversar depois da escola. Eu não fiquei muito empolgado pra isso, pois apesar de considerá-la uma boa pessoa, ela ainda era a garota que se declarou pra Todoroki e foi rejeitada. Eu não sabia o que passava na cabeça dela, mal a conhecia direito. Então eu fui bastante desconfiado encontrá-la.
Eu me despedi dos meus amigos e de Todoroki, alegando que precisava fazer uma coisa. Não disse pra ninguém que envolvia Momo pois não sabia se ela pretendia manter essa tal conversa em segredo.
Encontrei ela sozinha perto da fonte da escola, sentada em um dos bancos. Ela parecia cansada e triste, sem aquela sua energia alegre de sempre. Me senti levemente incomodado, mas me aproximei de qualquer forma.
– Oi. – chamei sua atenção, me sentando ao seu lado. – O que foi?
Ela me olhou e sorriu. Não pareceu um sorriso muito verdadeiro, mas eu não posso culpá-la. É normal que ela não goste de mim agora.
– Midoriya, imagino que você já tenha uma idéia do porquê eu te chamei aqui. – ela falou, sem me olhar nos olhos.
– É, mais ou menos…
Ela suspirou, fechando os olhos por um momento.
– Soube que você e Todoroki saíram juntos. E vi vocês juntos essa semana – ela disse. Esperei que ela falasse mais algo, mas ela apenas fitava o chão.
– Pois é… – eu realmente não sabia como agir ou o que dizer. Momo era como uma bomba, parecia que a qualquer movimento brusco ela explodiria e voaria no meu pescoço. Ou começaria a chorar, não sei. – Você me chamou pra falar sobre isso…?
– Nem eu sei, na verdade, Midoriya – disse. – Acabei te pedindo pra vir aqui num impulso, mas eu mesma não sei o que dizer. Nem sei interpretar o que estou sentindo.
– Você gosta dele…
– Há bastante tempo. – ela deu um sorriso bem pequeno. – Não quero que pense que eu quero atrapalhar vocês, ou que te chamei pra "te obrigar a se afastar dele", como a gente vê nesses romances. – ela me olhou, e eu pude notar suas olheiras e seu semblante triste. – Não sou assim.
– Não, tudo bem, eu nem pensei nisso – digo, negando com a cabeça. Era mentira, na verdade. Eu jurava que ela me xingar todinho.
– Olha, eu só quero que você me prometa que vai fazer ele feliz – ela continuou. – Posso parecer uma mãe dizendo isso, mas apenas quero proteger o Shouto.
– Eu prometo que vou fazer o possível, Yaoyorozu-san. – eu sorri, para tranquiliza-la. – Você se importa bastante com ele, né?
– Você nem imagina – ela diz. – Shouto e eu sempre fomos muito próximos. E eu quero vê-lo bem, pois sei o quanto ele já sofreu na vida.
– Eu entendo. Mas não precisa se preocupar, confie em mim.
– Ok, Midoriya. Eu vou. – ela sorri e se levanta, se despedindo brevemente e em seguida se afastando de mim.
E eu me sinto um idiota por ter me preocupado tanto.
•°o°•
No dia seguinte Todoroki inventou de ir na minha casa. Ele veio com essa ideia do nada no horário de intervalo, e combinou de ir pra lá de tarde.
Eu sei que fui eu quem sugeriu que a gente mudasse o local das aulas de física para minha casa ao invés da biblioteca da escola. Só que, assim como a primeira vez que ele veio aqui, eu estava nervoso pra caralho.
Assim que cheguei em casa arrumei tudinho, e enquanto não dava o horário, fiquei sentado no sofá mexendo no celular. Estava descendo a timeline do twitter para me distrair quando recebi uma mensagem.
Ura:
CARALHO IZUKU VOCÊ NÃO VAI ACRSDITARVocê:
socorro o que foiUra:
A ASHIDO ME PEDIU EM NAMORO
OQ EU FAÇO MEUDEUSVocê:
ué aceita??????
ura?
URA CADÊ VOCÊEla não me respondeu mais, então eu decidi apenas deixar o aparelho de lado. O problema é que não havia mais nada para me distrair da ansiedade que eu sentia.
Levei um susto enorme quando a campainha tocou. Levantei num pulo e mal olhei quem estava chamando antes de abrir. Todoroki sorriu para mim quando a porta foi aberta, e eu dei passagem para ele entrar. Ele trazia sua mochila nas costas e vestia roupas casuais.
– Desculpe a demora – ele disse enquanto entrava. – Acabei tendo que resolver uma coisa antes.
– Não precisa se preocupar – sorri e fechei a porta.
Decidimos ficar ali na sala mesmo, já que só havia nós dois na casa – fato que estava me deixando ainda mais nervoso, principalmente agora que nós dois já tínhamos deixado claro nossos sentimentos um pelo outro. Éramos nós dois, adolescentes apaixonados, sozinhos em casa.
Assim como da outra vez, nos sentamos no tapete felpudo da sala e apoiamos os materiais na mesa de centro. Dessa vez, ficamos um pouco mais próximos.
– Então, vamos só revisar mesmo, certo? – ele diz, e eu apenas concordo.
Mal consegui prestar atenção ao que ele dizia, pois me distraía facilmente. Não me cansava de observar cada detalhe dele. Claro que ele percebeu isso.
– Você está ainda mais distraído que o normal – ele diz, me olhando com os olhos semicerrados.
– A culpa é sua, por ser bonito assim – digo num impulso. Ele fica corado, mas ri.
– Vamos, falta pouco pra gente terminar isso aqui, aí podemos ficar a vontade e fazer o que você quiser.
Fico um tempo em silêncio, olhando o caderno entediado, e então olho pra ele novamente. Ele também estava me olhando.
– Você não tá com a mínima vontade, não é? – ele diz, contendo o riso.
– Fala sério, você também não. Isso é muito chato. Não quer fazer outra coisa?
– Que tipo de coisa? – ele pergunta, me olhando de maneira sugestiva.
Eu me aproximo dele, fitando seus olhos heterocromáticos tão bonitos de maneira intensa. De repente, a sala parece ficar mais quente.
– Você sabe – respondo.
Ele passa seus braços ao redor da minha cintura, me puxando para cada vez mais perto de si. Meu corpo reage, meu coração acelera e minha respiração fica cada vez mais descompassada. Percebo que ele está tão nervoso quanto eu.
Rápida e subitamente, ele me puxa para seu colo. Arregalo um pouco os olhos, surpreso. Passo os braços ao redor de seus ombros, o encarando num misto de expectativa e euforia.
– Não sei, não. Pode me dizer? – ele diz, beijando meu ombro esquerdo. Sou incapaz de responder, totalmente envergonhado. – Hm?
– C-cala a boca, Todoroki – resmungo, ofegante. Ele distribui beijos pelo meu pescoço, e eu solto um pequeno gemido vergonhoso quando sinto seus dentes mordendo levemente minha carne. – Caralho.
– O que foi? – pergunta, mas não para o que estava fazendo.
Sinto minha calça ficar mais apertada na região da virilha. Puta merda, eu não posso estar excitado só com isso.
– E-eu…
Ele para de beijar meu pescoço e ombros e olha em meus olhos. Sustento seu olhar na mesma intensidade. Nós dois, sozinhos em casa…
Ele me beija. Dessa vez, não é só um selinho. Sinto sua língua pressionar meus lábios, pedindo permissão. Eu cedo, permitindo que ele me beijasse de verdade, retribuindo de maneira desajeitada. Eu não tinha ideia de como fazer isso, então apenas deixei que ele guiasse o beijo.
E então, a porta da frente foi aberta abruptamente, interrompendo tudo o que estava acontecendo ali.
– Izuku! – minha mãe entrou em casa, sorridente. – Adivinha quem está de… – seu olhar parou em mim, sentado no colo de Todoroki, e seus olhos se arregalaram tanto que parecia que iam saltar pra fora. – …volta…
E aí ela desmaiou. Eu só tive tempo de levantar correndo e segurar seu corpo antes que ela desabasse no chão, e olhei espantado para Todoroki.
– Acho que eu me fodi.
•°o°•
kk aiai
galera eu quero avisar aqui que provavelmente vai demorar pra ter lemon nessa fanfic, pq né, os personagens ainda são menores de idade
mas vai ter, acalmem esse fogoenfim
o próximo capítulo pode acabar atrasando, mas prometo fazer o possível pra não demorar muito