RETALHO 27

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  Naufragados

          O que aconteceu com o nosso veleiro ?

Com nossas vidas ?
    

     Tenho medo de fazer essa pergunta

Mas na medida que eu existo eu mais  anseio por essa resposta.

    Tantas coisas eu queria agora

Te falar com abraços séria a principal delas.

Mas não podemos .

Eu não posso !

Nossos braços já não embala na mesma sintonia

Passamos a viver iguais de formas diferentes.

Eu fechado no meu mundo e você trancafiada no seu.

Não vou mentir !

  Ainda Procuro respirar seu cheiro

Algumas vezes!

Coisa impossível agora.

Nunca consigo

Você  seguiu tão depressa que não consegui te acompanhar.

Mais ainda me lembro!

De nossos caminhos cruzados

   Me lembro de quando se tornou meu oxigênio

E me fez respirar você

Me senti tão puro que desejei sempre ter você entrando e saindo dos meus pulmões.

Impossível

Você partiu!

Como um vento que varre as ruas,  você seguiu sem deixar pegadas .

  Hoje estou preso nas lembranças

Soterrado sem o ânimo de querer  seguir

E sem condições de poder voltar.

  Eu gostaria de poder  descrever o que estou pensando  agora

Mais existirá sempre uma ênfase entre o meu falar e o seu
entender.

     Calo-me para conter as águas

Dessa vez!

Pelo menos dessa vez não falarei nada!

Não quero ser a água de mais uma tempestade que sempre se forma entre nós.

    Eu sei que você tem pensamentos que nunca vou entender

Assim como sei que jamais entenderá os meus

O mais sensato agora é me calar

  Aguardar!

Como uma poesia que emociona mas que nunca será publicada.

    Não vou deixar um beijo

E muito menos um abraço

Não jogarei ao  vento

Tão pouco  nas águas do mar.

Vou deixar aqui!!!

Esse tão caloroso abraço.

Guardado e registrado!

Como uma daquelas cartas que foram escritas e nunca foram  enviada.

Só não esquece que eu te amei

Mais hoje

Pelo menos hoje
Eu não vou te respirar .


RETALHOS DE UM POETA Onde histórias criam vida. Descubra agora