Capítulo II

539 45 63
                                    

Megan bufou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Megan bufou. Respirei fundo antes de deixar a caneta sobre o prontuário e olhar para a morena suada e descabelada em cima da bola de pilates.

- Ficar irritada só piora a sua situação, Megan - Cruzei os braços, vendo-a mexer de um lado para o outro. - O que há com você, afinal?

Ela bufou novamente.

- Eu é quem pergunto - Ela se levantou da bola e eu corri para ajudá-la. Com uma mão no meio de suas costas e outra em seu cotovelo, ajudei-a a se sentar no leito. - Quero que me explique porque não ser quer ser mãe.

Paralisei.

- Você ouviu o que disse ao meu marido? - Engoli em seco. Megan suspirou pesadamente, levando a mão para acariciar seu ventre inchado. - Vou cuidar do seu bebê como se fosse meu. São palavras de uma mãe, sabia? O que não entendo é: como pode dizer palavras de uma mãe, se não quer o seu bebê?

Aquelas palavras doeram mais que uma facada no peito. Depois, me fizeram ferver de raiva.

- William contou a você?

Ela revirou os olhos.

- Ora, mas é claro que contou, Effie! - Megan fez uma careta e esfregou um ponto específico abaixo do umbigo. Ela suspirou antes de se levantar novamente, aceitando minha ajuda para dar alguns passos pelo quarto. - Acha mesmo que ele não me contaria sobre meu afilhado?

Suspirei. Deus, Megan era difícil. E William, digo, Senhorita Fifi Fofoqueira, tinha a ela como uma cabeleireira. E todos sabemos que nossa cabeleireira sabe cada ponta dupla que temos, tanto nos fios quanto na vida.

- Meg, olha...

- Nada de Meg, Effie - Ela ralhou. - Vamos, eu quero saber o motivo.

Respirei fundo, pensando em uma resposta.

Não sei. Essa era a resposta que Megan tanto queria ouvir, mas eu tinha quase certeza de que ganharia um hematoma se dissesse isso a ela.

- Você odeia crianças, é isso? - Ela sugeriu.

Balancei a cabeça.

- Meg, entenda, eu não odeio crianças - Ela ergueu as sobrancelhas. Esperei antes de continuar, procurando as palavras certas.-, só acho que elas deveriam ter pais que as amem.

- Acabou de citar Cristina Yang para mim? - Oh, sim. O que 16 temporadas de Grey's Anatomy não fazem não é mesmo?

- Olha, de onde vem não importa, o que importa é o significado. - Megan segurou na mesinha onde estava o prontuário, apertando os dedos em volta do plástico até que os nós de seus dedos ficassem brancos. - Está doendo muito? Quer que eu chame a doutora Porter?

Ela balançou a mão.

- Não, não, foi só o Benjamin que decidiu aprender a andar de bicicleta antes da hora. - Ela bufou. - Esse menino vai ser o cúmulo da impaciência, senhor. Nem tem nove meses e já quer nascer. Pobre de mim.

- É por isso que não quero ter filhos. - Brinquei, ganhando um olhar raivoso em troca. - Meg, tente me entender, ok?

- Eu não posso entender! - Ela exclamou, arfando em seguida. Ajudei-a a voltar para o leito e se deitar. Meg se acomodou com as mãos sobre a barriga antes de continuar. - Não entendo como matar uma vida pode ser a solução.

Coloquei as mãos na cintura, respirando fundo. Seus olhos castanhos faíscaram em desafio.

- Por quantos anos tomou anticoncepcional? - Ela abriu a boca para responder, mas continuei a falar.- Quantas vezes já tomou chá de canela ou boldo?

Seu cenho se franziu.

- Não é a mesma coisa.

- Ah, esqueça - Deixei as mãos caírem ao lado do corpo. - Olha, Megan, aborto não é uma coisa legal. Sei disso, sou enfermeira de uma maternidade afinal de contas, mas entenda que... - Respirei fundo. - algumas decisões podem ser erradas, na sua opinião, mas podem ser as melhores opções que outra pessoa tem.

- Tirar uma vida é sua melhor opção?

O monitor apitou.

Um grito estrangulado saiu da garganta de Megan. Apertei o botão azul ao lado do leito, correndo para o carrinho de medicamentos do outro lado.

- O que houve? - Genevieve Porter entrou no quarto acompanhada de mais duas médicas.

- A pressão dela subiu.

A doutora colocou as mãos no ventre inchado de Megan.

- Muito bem, preparem a sala de parto. - A doutora pegou a mão de Megan. - Fique calma, Megan. Vamos trazer o seu bebê ao mundo com segurança.

As médicas empurraram o leito para fora do quarto, mas a mão de Megan agarrou a minha. Me aproximei até ficar de frente para seu rosto. Ela retirou a máscara de oxigênio.

- Aprenda a amar, Effie. - Suas palavras soaram fracas antes das médicas a empurrarem para fora.






 - Suas palavras soaram fracas antes das médicas a empurrarem para fora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Foi um capítulo pequeno, eu sei. Mas são 06:15 da manhã e eu tenho EAD daqui a pouco.

Espero que tenham gostado do capítulo. Kkkkkkkk Nicoly e Vi estão quase chorando com tantas bombas em tão poucos capítulos, maaas...

Vejo vocês na sexta.

Beijo, beijo.

> Bree

Aprendendo A Amar ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora