O estopim para te amar

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O silêncio embala os meus lábios como um zíper invisível sobre eles. As minhas retinas quase queimam pela poeira que envolve o lugar que estamos e os papéis velhos que Jungkook enfileira um há um diante de mim. O som da montanha sendo erguida brutalmente pelo tatuado, aperta o meu coração.

Eu presumo que o que contém naqueles documentos pesados são coisas relacionadas ao crime que o meu pai cometeu. Eu não sei como eu pude pensar que ao aceitar entrar nesta velha casa perto do lago, receberia um perdão de joelhos da parte do Jungkook.

- Porque quer tanto me destruir? - agarro-me no meu próprio corpo ao me abraçar.

- Eu não quero, mas exigiu em algum momento que eu fosse mais verdadeiro, não? - ele diz com os olhos profundos e eu concordo, mantendo a minha coerência.

Absorvo a sua expressão e deixo se arrastar entre os meus dentes um suspiro árduo. Não quero ler, simplesmente as forças se esvaem do meu corpo assim que vejo a quantidade de argumentos concretos que eu Jungkook tem. Ele poderia estar certo e isso me magoa profundamente.

- Porque de uma hora pra outra, começou a agir assim? Porque não fez tudo isso quando estávamos juntos? - coloco as minhas mãos sobre os joelhos, ignorando seu olhar enfocado em mim.

- Não se lembra de como ficou angustiada quando apenas conversamos sobre a Leona nas Maldivas? Ali se tornou nítido pra mim que você não estava preparada. - denuncia a atitude imatura que eu tive. É verdade. Eu até mesmo cheguei a brigar com ele na cafeteria uns dias após chegarmos de viagem.

- Não pensou, em nenhum que seria pior se me ocultasse tudo? Um dia eu iria descobrir de qualquer forma e poderia ter sido muito mais fácil essa situação, se você tivesse se importado comigo. - forço-me a me aprofundar em seu olhar carregado por uma obstinação ferrenha em me contar todos os fatos e me fazer ir para o "lado do bem".

- Tem razão, eu fui um grande egoísta em não te explicar nada. Eu admito. - o Jungkook se senta na mesinha de centro com os seus joelhos encaixando nos meus. - Mas, não acha que foi uma pancada severa demais a forma que você reagiu comigo, simplesmente por eu tentar amenizar o impacto que isso tudo teria sobre você? - o rapaz se aproxima, fazendo uma espécie de manipulação com as minhas emoções ao dizer todas aquelas palavras. Jungkook cautelosamente pressiona seus lábios rubros, esperando uma resposta minha.

- Céus... Como você pode ser tão cínico? Esqueceu de repente da maneira como me rebaixou aquele dia? Você me machucou demais, Jeon. - recolho meus braços e endureço a postura.

- Eu sei, e quero pedir perdão por ter dito tantas idiotices, por ter agido como um moleque pelo despeito. Mas, eu simplesmente não sei lidar com você. Com a gente. - o fitar que antes rolava nada amistoso entre nós, se converte para o oposto disso.

Eu também não fui um mar de rosas com o Jungkook, disse coisas horríveis muitas vezes e principalmente quando ele estava na posição de mero empregado. Sempre me sentia provocada pela simples presença do menino e atacava em defesa. Ele fez exatamente a mesma coisa e nem por um segundo eu pude ocupar o seu lugar.

A diferença foi que ele me perdoou, deixou para trás todo o mal que o causei.

- Eu entendo o seu comportamento, como estava chateado com as coisas. Mas, eu também tenho o meu orgulho. - exponho a palavra que eu tanto fugia. Somos muito orgulhosos, extremamente reativos e em tudo intensos, mais ainda quando se trata de agir sem pensar. - Você disse que se arrependeu de ter se interessado por mim... Não sabe, como isso fez eu me sentir rejeitada? - digo sentindo-me doente, empurro para fora os pensamentos daquela atração reacendendo da minha mente. A idéia de que o homem está provocando sentimentos afetuosos e incontroláveis no meu corpo novamente, faz com que Abigail durona entre em cena.

Sem medo de enfrentar - Jeon Jungkook  (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora