43| Comprimidos azuis?

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[Liam]

De manhã logo cedo falei com Daniel e com os meus pais. Tenho saudades do meu miúdo mas também estou a gostar muito de todos os segundos que passo com a Victoria.

Quando saio da cozinha, vou à sua procura. Encontro-a no convés deitada num dos sofás brancos a apanhar sol de barriga para cima. Tem uns calções floridos vestidos e a parte de cima de um biquíni branco vestido. Não está frio. Alguns fios de cabelo loiros dela esvoaçam pelo rosto mas ela não parece incomodada. Ela está simplesmente linda naquela posição.

Retiro o meu telemóvel do bolso de trás dos calções e decido fotografá-la.

- Sabes que eu sei que estás aí? - Victoria indaga. Sorrio. Ela é simplesmente perfeita.

- Sei. - achei que ela estivesse a dormir, mas não lhe vou admitir isso. - Já te disse hoje que te amo? - aproximo-me e sento-me ao lado dela.

- Já, mas podes dizê-lo novamente. - Victoria sorri e puxa-me para me beijar. Seguro o seu rosto para aprofundar o beijo.

- Queres ir nadar um pouco antes do almoço? - sugiro, passando uma das mãos mãos pela sua barriga lisa. - Ou ainda não estás melhor?

- Os comprimidos para os enjoos ajudaram um pouco. - a minha mulher responde. - Nunca enjoei tanto no mar, não sei o que se passa.

- Só queria surpreender-te. - murmuro, sentindo-me culpado por Victoria não se sentir bem.

- Bom, queres que comece por onde? - ela meio que ri, colocando uma madeixa de cabelo atrás da orelha. - Tudo tem sido uma bela surpresa que eu estou a gostar muito. - suspiro aliviado.

- Vou nadar, vens? - convido, despindo-me. Se eu pudesse andava nu todo o dia, mas a minha loira diz que depois a distraio.

- Vou, mas queria conversar contigo primeiro.

Franzo o sobrolho.

- Sobre? - inquiro. Sei o assunto que temos adiado. Não quero apressar nada.

- Tu sabes...- Victoria murmura. - Filhos.

Seguro o seu rosto entre as minhas mãos e olho-a nos olhos.

- Estás a sentir-te pressionada por termos casado? - questiono, afagando as maçãs do seu rosto com os meus polegares.

Victoria balança levemente a cabeça.

- Liam, eu sempre quis ter filhos e apesar de já teres o Dan, eu sei que gostavas de ter mais e eu não sei se vou conseguir dar-te isso. - ela encolhe os ombros e abaixa o olhar para o colo.

- Um casamento não tem por base os filhos. Não temos que tentar sequer se tu não estiveres disposta a isso. - respondo com um pequeno sorriso.

- Eu sei, mas eu gostava de tentar.

- Então quando estiveres pronta, nós podemos começar a pensar. Podemos procurar por bons médicos ou podemos tentar outras opções. - beijo a sua testa. - Tu escolhes aquilo com que te sentires mais confortável. Só quero que estejas feliz.

- Mas tu sabes que se eu não conseguir engravidar ou manter uma gravidez, e escolhermos outras opções nunca vão ser a mesma coisa. Nunca vou saber o que é sentir um bebé e todas as alterações que uma gravidez faz numa mulher.

- Eu compreendo isso, mas por outro lado há tantas crianças que querem uma família.

- Eu sei, e podemos pensar nisso também, mas gostava muito de tentar engravidar. - ela diz.

- Quando voltarmos para casa, porque não procuramos um bom especialista pelo menos para fazeres exames e termos uma opinião médica? Mas Victoria, sem pressão, está bem?

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