"Did I build this ship to wreck?"

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Novamente o rapaz entrava na ponta dos pés no apartamento compartilhado, mas já sabia que não serviria de nada, o maior estaria esperando como todas as outras as vezes.

A meia luz que vinha abandonada pela janela, iluminava parcialmente o mais velho como se fosse algum tipo de vulto, alto e esguio. Uma rápida troca de olhares, fácil saber pelo estado do menor onde ele esteve, mas Yonghoon era bondoso demais, carinhoso demais, compreensivo demais. Podia ver o sorriso falso pairar em seu rosto e sua boca ficou amarga em segundos, retribuindo a falsidade com falsidade.

Agora vinha a rápida explicação fajuta de sempre. Dongmyeong queria sair. Encontrei um amigo e perdemos a hora. Tive trabalho até tarde no estúdio. Estranho que agora elas não saiam com facilidade como antes, cada uma tinha um peso que ficava por dias em seus ombros até se dissipar na próxima mentira.

"Eu saí, não quis te acordar."

Dessa vez uma verdade.

"Eu imaginei. Tome um banho e vem deitar."

Outro sorriso falso, um aceno e Yonghoon se vira. Ele deveria tentar alguma coisa, certo? Não se namora sozinho, não se cria um relacionamento sozinho. O alivio das outras vezes não encheu seu corpo como antes quando o mais velho se fazia de besta. Ele deveria ao menos tentar.

Alcançou o braço alheio, tá e agora?  Gesto um tanto incomum nos olhos do outro rapaz que franziu a sobrancelha ao toque e a confusão em seu rosto apenas aumentou com o abraço em seguida. Pelo menos o sentimento de estranheza era sincero.

Doía e ele não sabia por que.

"Giwook, o que foi?"

Ele não sabia.

"Giwook, me solta. Vamos dormir."

Doía e era estranho quando não era pra ser. A voz de Yonghoon era baixa como se não quisesse quebrar o rapaz agarrado em si. Engraçado que ele era o que tinha mais rachaduras, mas ele se fazia de dormente para não senti-las.

"Giwook..."

Ainda sem resposta, porque ele tinha que tentar também. Quando olhou nos olhos alheios, não sabia o que recebia de volta. Manteve os seus abertos quando tocou lhe os lábios, firme, testando e pode sentir o corpo esquio ficar rijo em seus braços, assim como Giwook, Yonghoon não sabia o que ele estava fazendo.

Sentia um desespero que crescia, ele tinha que ter alguma coisa, alguma resposta, algo para se apegar e segurar com força.

Então ele segurou Yonghoon com força e fechou os olhos dessa vez.

Beijaram no pequeno corredor até Giwook se içar no colo alheio e Yonghoon foi rápido o suficiente para pega-lo, segurando fortemente em suas coxas, andando até alguma superfície solida e sentiu se bater contra a mesa da sala.

Toda vez que alguma tentativa de conversa surgia do mais alto ele intensificava seus movimentos, beijava mais agressivo, apertava mais forte, puxava os fios da nuca alheia rudemente, mesmo sabendo que o outro gostava de ser carinhoso, prestar atenção nos detalhes e de como se encaixavam. Era o desespero que comandava de qualquer forma.

Mordidas tomavam o pescoço alvo, vergões avermelhados de unhas coloridas apareciam, roupas começavam a formar pilhas no chão. O choramingo aumentava junto as baixas lamurias.

"Giwook."

"Não fala."

Estavam ofegantes.

"Me escut- "

Outro beijo se iniciou, fez questão de morder o lábio alheio e esperava que fosse respondido da mesma forma, mas ele não faria de propósito.

Suas mãos foram ágeis ao tocar o falo alheio, o bombeando e a primeira sensação boa correu seu corpo quando a resposta foi um gemido sufocado do maior.

Impaciência agora brotava, apressado com dedos cobertos em saliva sumindo entre suas coxas agora abertas em cima da mesa como se fosse um prato principal com um indicador intruso junto aos seus que ainda foi bem vindo.

Linguagem corporal era a mais fácil de entender e a que mais usava mesmo.

Lentidão arrastada numa fraca tentativa de fazer do seu jeito logo foi substituída, a mesa rangia e acertava a parede em baques surdos, sobressaindo e ecoando no cômodo.

O menor se mantinha em qualquer outro lugar, o medo de agora poder ver algum sentimento cru ali mesmo nos olhos que tinha certeza que estavam abertos e esperando ver algo daqui também. Giwook pode apenas segurar nos ombros largos e apertar o fecho que tinha ao redor dos quadris de Yonghoon com as coxas.

Ficava difícil respirar com seu alivio ameaçando chegar a qualquer momento, já havia esquecido do que estava atrás todas as vezes que seu corpo fora impulsionado naquela mesa, o suor em suas costas ajudando nesse deslizar repetidamente.

Claro que não eram as grandes mãos que os seguravam, preferia acreditar nisso. As suas sem saber onde se fixar de qualquer forma.

No auge de seu delírio onde ficaria momentaneamente sem consciência até tudo voltar como um turbilhão.

Um grito surto, sujando o próprio peito até que o maior se retirou, optando por terminar e juntando seus fluidos aos do rapaz. Ainda deixou dois dedos trabalharem dentro do garoto para não ter uma sensação de vazio.

Preferia esse vazio ao que sentia no peito.

Às vezes se perguntava por que não sossegar, não acharia alguém como ele, que aceitava as blusas de oncinha e o carregava pro banheiro depois de uma foda. Mas...

Ele não sabia.

******

Se questionava dentro da pequena banheira, abraçando seus próprios joelhos enquanto o maior esfregava suas costas. Nenhuma palavra foi dita e mesmo ele querendo, o silencio ele era ensurdecedor.

Yonghoon o secou, o ajudou a escolher um pijama e agora estavam abraçados embaixo das cobertas, deitando sua cabeça no peito do mais velho em movimentos automáticos.

Giwook se perguntava por que não sentia como das outras vezes, queria realmente entender a si mesmo porque lia Yonghoon como um livro, sempre.

Ele sentia como se fosse chorar, talvez já estivesse.

Apertou o corpo esguio, beijando o peito largo antes de erguer a cabeça.

"Eu te amo."

Yonghoon estava sério por um minuto, suas rachaduras escondidas.

Um suspiro que não souberam quem deu.

Um sorriso pequeno, quase imperceptível, sendo verdadeiro, mas parecia tão triste.

"Eu sei, eu te amo também."

E ele esperava que amasse mesmo, porque mesmo sendo um barco afundado, Yonghoon era seu porto. 

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