CAPÍTULO XII - A TRANQUILIDADE DE LUCAS

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Ando calmamente em sua direção, mas com o coração a mil.

- Oi, lobinho, Feliz Páscoa! - ele fala.

Em seguida, me mostra uma caixa de chocolate que estava escondendo atrás dele, eu recebo e lhe dou um abraço.

- Não quer entrar? - pergunto.

- Não posso. Meu pai viaja amanhã a negócios e exigiu a presença dos filhos no jantar de hoje. Só dei uma fugida para lhe trazer esses chocolates. Sabe como é! Ainda estou de castigo. Tudo bem com você?

- Sim. - respondo pensativo. - Só queria lhe contar que falei pra minha mãe, sobre mim.

- E...? - Ele indaga ansioso.

- Foi maravilhoso, ela aceitou muito bem. Na verdade, ela já sabia, viu nosso beijo naquele dia.

Ele faz uma careta.

- Não tem problema – eu falo. – até que foi bom ela já saber quando eu fui contar. Não foi pega de surpresa. Acho que... – me arrependo de ter começado a falar. – Você devia conhecê-la.

Ele me puxa e abraça forte. Ainda abraçado, ele fala:

- Tudo bem. É só marcar.

Nos afastamos, ele pega no meu queixo, mania que tinha ultimamente, e sobe na moto.

- Se precisar de mim, é só ligar, ou mande mensagem. Te vejo amanhã na escola, menino-lobo.

Acelera e sai, e novamente fico olhando-o se afastar e desaparecer na rua.

No dia seguinte, assim que entro na escola, procuro Lucas, mas ele ainda não havia chegado.

É aula de Biologia, o professor chega e inicia a aula. Como sempre Élio está atrasado, mas Lucas atrasar não é normal.

É proibido usar o celular na sala de aula, então pego o meu na mochila o mais discreto possível e mando uma mensagem.

"Cadê vc? a aula já começou."

"Tô no ginásio. Vc tem álcool e algodão?" - depois de um tempo, recebo uma mensagem de Lucas.

"O que aconteceu?🤔" – digito rapidamente de volta.

A professora chama minha atenção para guardar o celular. Obedeço-lhe prontamente. Aproveito que ela já parou a aula por minha causa e pergunto se posso ir ao banheiro. Quando passo por Joseph, faço sinal para ele me seguir e o espero no corredor.

- Que foi? - ele pergunta sussurrando assim que fecha a porta da sala.

- Onde encontro álcool e algodão? - respondo também sussurrando.

- Pra que tu quer? - ele pergunta interessado.

- Não sei, Lucas tá precisando. Ele tá me esperando no ginásio.

- Acho que Luara tem algodão. Vou pegar - ele fala e volta pra sala.

- Posso pegar álcool no laboratório - ele diz ao retornar - mas tenho que entrar sozinho pro monitor não desconfiar.

- Então pega o álcool e leva pro ginásio. Eu vou na frente e te espero lá.

Pego o algodão e vou correndo tentando não ser visto pelo coordenador.

Quando chego, aquela cena me assusta, Lucas está com um olho roxo, ferimentos no rosto e a boca sangrando.

Pego o algodão e começo a limpar seus ferimentos.

- O que aconteceu? - eu pergunto.

Ele não responde. Pega o algodão da minha mão e continua passando no rosto, mas estava espalhando o sangue ao invés de limpar, então tomo o algodão de volta e continuo limpando.

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