Ando calmamente em sua direção, mas com o coração a mil.
- Oi, lobinho, Feliz Páscoa! - ele fala.
Em seguida, me mostra uma caixa de chocolate que estava escondendo atrás dele, eu recebo e lhe dou um abraço.
- Não quer entrar? - pergunto.
- Não posso. Meu pai viaja amanhã a negócios e exigiu a presença dos filhos no jantar de hoje. Só dei uma fugida para lhe trazer esses chocolates. Sabe como é! Ainda estou de castigo. Tudo bem com você?
- Sim. - respondo pensativo. - Só queria lhe contar que falei pra minha mãe, sobre mim.
- E...? - Ele indaga ansioso.
- Foi maravilhoso, ela aceitou muito bem. Na verdade, ela já sabia, viu nosso beijo naquele dia.
Ele faz uma careta.
- Não tem problema – eu falo. – até que foi bom ela já saber quando eu fui contar. Não foi pega de surpresa. Acho que... – me arrependo de ter começado a falar. – Você devia conhecê-la.
Ele me puxa e abraça forte. Ainda abraçado, ele fala:
- Tudo bem. É só marcar.
Nos afastamos, ele pega no meu queixo, mania que tinha ultimamente, e sobe na moto.
- Se precisar de mim, é só ligar, ou mande mensagem. Te vejo amanhã na escola, menino-lobo.
Acelera e sai, e novamente fico olhando-o se afastar e desaparecer na rua.
No dia seguinte, assim que entro na escola, procuro Lucas, mas ele ainda não havia chegado.
É aula de Biologia, o professor chega e inicia a aula. Como sempre Élio está atrasado, mas Lucas atrasar não é normal.
É proibido usar o celular na sala de aula, então pego o meu na mochila o mais discreto possível e mando uma mensagem.
"Cadê vc? a aula já começou."
"Tô no ginásio. Vc tem álcool e algodão?" - depois de um tempo, recebo uma mensagem de Lucas.
"O que aconteceu?🤔" – digito rapidamente de volta.
A professora chama minha atenção para guardar o celular. Obedeço-lhe prontamente. Aproveito que ela já parou a aula por minha causa e pergunto se posso ir ao banheiro. Quando passo por Joseph, faço sinal para ele me seguir e o espero no corredor.
- Que foi? - ele pergunta sussurrando assim que fecha a porta da sala.
- Onde encontro álcool e algodão? - respondo também sussurrando.
- Pra que tu quer? - ele pergunta interessado.
- Não sei, Lucas tá precisando. Ele tá me esperando no ginásio.
- Acho que Luara tem algodão. Vou pegar - ele fala e volta pra sala.
- Posso pegar álcool no laboratório - ele diz ao retornar - mas tenho que entrar sozinho pro monitor não desconfiar.
- Então pega o álcool e leva pro ginásio. Eu vou na frente e te espero lá.
Pego o algodão e vou correndo tentando não ser visto pelo coordenador.
Quando chego, aquela cena me assusta, Lucas está com um olho roxo, ferimentos no rosto e a boca sangrando.
Pego o algodão e começo a limpar seus ferimentos.
- O que aconteceu? - eu pergunto.
Ele não responde. Pega o algodão da minha mão e continua passando no rosto, mas estava espalhando o sangue ao invés de limpar, então tomo o algodão de volta e continuo limpando.
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O Renascer De Páris
Romance➡️ Sinopse: Páris é um garoto de 15 anos cheios de problemas e traumas. Ele já tinha passado por tanto sofrimento que nem ao menos vivia, apenas se deixava levar de um sofrimento a outro. Mas o ingresso no ensino médio de uma nova escola...