You were everything, everything that I wanted

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Hyungwon me encarou com os olhos arregalados e o rosto tão pálido quanto uma folha de papel. Suas mãos tremiam e os lábios se fechavam e abriam o tempo todo, mas nenhuma palavra saía deles. Era como se o de fios rosados já desbotados estivesse em um transe profundo, completamente surpreso ao me ver parado do seu lado.

— E-eu vim — ele começa gaguejando e isso me leva de volta há três anos atrás, quando Hyungwon era apenas o jovem barista tímido de franja no olho, roupas largas demais para o seu tamanho e um humor estranho que só ele mesmo entendia. Quando Chae pigarreia alto e seu rosto retoma sua cor natural, percebo que ele talvez nunca mais fosse voltar a ser o mesmo de antes. — Essa blusa é sua, achei perdida nas minhas coisas.

Ele me estende a jaqueta azul recém lavada com cheiro de amaciante de girassóis e eu franzo o cenho confuso. Tinha dado aquela blusa para Hyungwon em um dia que estava muito frio pois eu tinha outra no meu carro, fazia tanto tempo desde o dia do parque que nem havia dado falta dessa peça de roupa no meu guarda-roupa. De qualquer forma, já não me servia mais.

— Você veio aqui apenas para isso? — Arqueio uma das sobrancelhas quando Hyungwon revira os olhos escuros e cruza os braços, assentindo de leve com a cabeça. Seu corpo dava sinais de que ele tinha mais para falar, mas seu orgulho parecia bloquear as palavras que Chae queria dizer. Por isso, sou obrigado a tomar as rédeas daquela conversa sem rumo. — Sabe, foi muita sorte ter me encontrado aqui, só venho nesse apartamento de vez em quando.

Hyungwon me encara com curiosidade.

— Você não mora aqui?

Nego com a cabeça.

— Voltei a morar na mansão Shin já faz um tempo — explico sem entrar muito em detalhes. Hyungwon tampouco insiste no assunto, e eu agradeço internamente por isso. Falar sobre a minha "casa" era um assunto deveras complicado. — Só passei aqui hoje para pegar umas coisas, estou de viagem.

Chae, que estava ao meu lado e caminhava no meu encalço até a entrada do prédio, para subitamente seu caminhar ao me ver mencionar a viagem. Sou obrigado a parar também para encará-lo.

— Não vou te atrapalhar, nos vemos na faculdade — ele se vira de costas para voltar ao seu carro, mas minha mão agarra seu pulso fino antes que ele dê o primeiro passo.

— Na verdade, eu estava prestes a perguntar se você queria vir também — meu sorriso sugestivo parece conquistar o rosado, pois o vislumbre de um brilho pôde ser visto no seu olhar. Já sei a sua resposta.

(...)

Dentro do carro não há qualquer conversação.

Hyungwon está do lado do passageiro com uma das mãos no queixo e o olhar perdido pela paisagem lá fora enquanto eu tenho o meu concentrado na estrada em minha frente.

No rádio uma música qualquer dos Beatles toca, mas nenhum de nós parece ter interesse em apreciá-la devidamente, presos em nossos próprios pensamentos e divagos internos.

Sinto meu corpo esquentar pelo suor quando o pensamento de que ele se arrependia amargamente de ter aceito o meu convite para essa pequena viagem de fim de semana. Nós não tínhamos se resolvido ainda apesar das coisas já estarem esclarecidas desde aquele fatídico dia onde Kihyun tirou sua máscara de bom moço e mostrou suas garras. Hyungwon tinha me pedido um tempo, e eu tinha lhe lado de bom grado, esperaria a vida inteira se ele me pedisse, mas então ele simplesmente apareceu na frente do meu apartamento com a desculpa esfarrapada de entregar aquela jaqueta velha e desde então não tinha dito nada. Absolutamente nada.

My Happy Ending [2Won]Onde histórias criam vida. Descubra agora