CAI FORA GISELE

760 76 47
                                    

EDUARDO

Vou até a suíte, apanho uma bermuda de moletom e visto, vou esperar Adriana terminar o banho dela, para poder tomar o meu. Se eu entrar naquele banheiro, vamos ficar raquíticos por falta de alimentação.

Desço pra cozinha, pra pegar a camisinha que ficou no chão. Descarto ela no lixo e lavo as mãos. Abro a geladeira e apanho água para beber. Ouço a campainha tocar.

― Quem será?- vou até o interfone olhar pela câmera quem está no portão- o que a Gisele tá fazendo aqui?- Vou até lá perguntar o motivo dela estar em frente a meu portão.

― Gisele, bom dia! O que faz aqui?

― Bom dia Edu! Você poderia me emprestar o seu telefone?

― Meu telefone?

― Meu carro furou o pneu aqui perto, mas não consigo ligar para a assistência ou mecânico, pois meu celular está sem bateria.

― Meu celular tá lá dentro.. Mas se você preferir posso deixar você ligar do fixo.

Ela me acompanha e quando chegamos na sala , mostro onde está o telefone. Ela apanha o mesmo e liga pedindo ajuda ao mecânico que foi indicado pelo seguro.

― Qual o endereço e número da casa Edu? Eles querem uma referência- digo tudo que ela necessita - ele chega em 10 minutos. Posso esperar aqui?

― Okay. Sente-se. Quer tomar alguma coisa? Pensei que já tivesse voltado pra cidade.

― Água se puder. Obrigada por me deixar usar seu telefone. Eu já estava desesperada naquele sol lá fora - ela olha pra mim e sei que não é olhar de amizade - resolvi ficar mais uns dias.

― Entendo.

― Quanto tempo ainda pretende ficar de férias?

― Ao menos até a próxima semana? - eu deveria ter vestido uma camisa. Mas não ia adivinhar que ela apareceria aqui.

― Só? É muito pouco tempo Edu. Você não sai de férias desde que entrei na empresa. Agora que resolveu tirar férias, deveria aproveitar mais tempo. Sei lá... viajar pra fora... fazer algo novo.

― Estou ótimo aqui. E pretendo tirar mais dias de férias assim.

― Faz muito bem - ela levanta e vem até mim - só acho que não deveria tirar férias e ficar tão sozinho... - ela tenta me tocar e eu seguro seu pulso.

― Não estou sozinho Gisele.

― Ah o Bruninho tá aqui...

― Tudo certo por aqui?- Adriana chega na sala só de roupão.

― Oi...? - Gisele olha pra mim com cara de interrogação - não sabia que o Bruno estava aqui com você. Ele deixou a Clara?

― Não. Ele não está aqui e não deixou a Clara.

― Pode levar pra mim, minha querida? - Gisele estende o copo para Adriana. E vejo que minha Chapeuzinho está ficando vermelhinha, deve estar louca de raiva a ponto de pular na Gisele e "depenar" ela como prometido. E eu tô achando ela deliciosa vermelha desse jeito.

― Gisele a Adriana não é funcionária. Dê o copo pra mim, não pra ela.

― Ah desculpe Adriana, não sabia que você não trabalhava para o Edu. Está aqui pra fazer uma diária?

― Não Gisele! Adriana não trabalha pra mim... ela...

― Ai meu Deus, por que não percebi antes? Ela está de roupão...mas você dá tanta liberdade a seus funcionários... só agora vejo que você está sem camisa... desculpe, eu não sabia que você recorria a esses tipos de serviço Edu...

― SUA GALINHA D'ANGOLA! VOU TE MOSTRAR QUEM É A PIRANHA AQUI! SUA VACA!!!- Antes que eu pudesse explicar qualquer coisa, vejo Adriana pulando em cima da Gisele. Dando dois tapas na cara da mesma.

― Adriana pare!- puxo minha Chapeuzinho de cima da Gisele. Seguro firme Adriana pela cintura enquanto Gisele levanta do chão.

― Não tenho culpa, minha querida, que você não gosta de ser chamada pela profissão que faz!

― CALA ESSA BOCA GISELE! - digo em alto e bom som. Largo Adriana e seguro Gisele pelo queixo - Nunca mais abra sua boca pra falar assim da minha mulher.

― Sua mulher?

― Sim. Minha mulher. Adriana é minha namorada!

― Como assim namorada?

― Gisele não te devo satisfações da minha vida. Até hoje sempre respeitei você e ignorei suas investidas e cantadas sobre mim. Mas basta! Minha vida íntima não interessa a ninguém, muito menos a você que ao contrário da Adriana, é uma FUNCIONÁRIA minha. E só isso.

― Mas até pouco tempo atrás você estava saindo com a Vanessa.

― Sim. Estávamos brigados. E não te interessa mais nada... peça desculpas a minha mulher por a ofender.

― Desculpe. É que o Edu... sempre esteve solteiro. Eu... tirei conclusões precipitadas.

― Se você se atrever a me chamar de piranha outra vez, eu faço uma canja contigo! E quero que você pare de chamar meu namorado de Edu. Pra você é doutor Eduardo, entendeu?

― Sim.

 Gisele é muito bonita. Tem em torno de uns 40 anos. E se cuida bastante. Porém, minha Chapeuzinho é linda e jovem. E adivinhem o que ela faz?

― Estamos entendidas Gi?- ela estende a mão para Gisele.

― Claro! - Gisele aperta a mão da Adriana, mas com cara de poucos amigos.

Adriana vem até mim, me dá um beijo de língua bem gostoso. E caminha para a escada.

― Amor, tô esperando você pra me vestir...não demora tá?!- ela abre o roupão e deixa o mesmo cair ao pé da escada ficando nua em pêlo e sobe a escada rebolando aquela bunda linda. Exibindo aquele corpo que me deixa totalmente louco- Tchau Gi.

Não seguro o meu riso de orgulho e também por achar engraçado a provocação da Adriana. Afinal, nada como uma jovem linda para fazer cair por terra toda a autoconfiança da Gisele.

― Vou aguardar no portão...

― Faça como quiser, eu preciso subir para ajudar minha namorada a se vestir... ou não - dou uma piscada pra Gisele e subo atrás da minha ruiva. Hoje não vamos almoçar fora porra nenhuma, vou comer aquela gostosa lá em cima até deixá-la exausta- quando sair, pode fechar o portão, por favor?

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora