Oi, quer teclar?

Macarena Ferreiro

Oi, leitores!

Resolvi publicar essa fanfic que comecei a escrever recentemente. Talvez demore um tanto para postar os capítulos dessa já que estou me dedicando mais a uma outra a qual também posto por aqui e que está em andamento tem um tempo.

Mas estarei hoje publicando já os dois primeiros capítulos que são bem introdutórios nessa história.

Espero que gostem e já sabem: se tiverem sugestões, críticas, elogios, fiquem à vontade para comentar.

Boa leitura!

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1 de janeiro de 2000.

Macarena Ferreiro havia acordado naquela manhã de sábado com uma ressaca braba depois de comemorar a virada do ano com sua amiga Estefanía. Ela tinha ido à praia na noite anterior, por lá conhecera diversos colegas da garota mais popular da univerdade que estudava, que por um acaso era sua amiga de infância. Maca cursava filosofia, Rizos, como era chamada pelos mais íntimos, psicologia.

Recentemente a loira tinha levado um pé na bunda de seu agora ex-namorado Fábio, mas esse não fora um simples término de uma relação que durara em torno de três anos, tinha uma problemática a mais que consumia Macarena sempre que ela se lembrava do desfecho. O rapaz além de romper com ela, confessou que a traía há mais ou menos cinco meses... com a tão cobiçada Helena, estudante de engenharia e veterana dele no curso.

A última conversa que tiveram rondaria os pensamentos de Ferreiro por um longo período:

- Me desculpe... Eu não consigo mais levar adiante a situação dessa maneira. Certamente deveria ter lhe contado há muito tempo, ou termos terminado antes deu te trair com a minha melhor amiga Helena. - dizia Fábio em plena véspera de Natal quando fora visitar sua namorada para romper a relação.

- Bom. Agora ela não é sua melhor amiga, né? - Maca responde segurando as lágrimas que não paravam de rolar pelas suas bochechas soltando a mão do rapaz que insistia em segurar a dela enquanto falava.

- Por favor, Maca... Tome o tempo que precisar para superar o que aconteceu, mas não se afaste de mim. Eu gosto tanto de sua companhia... E já faz meses que nos tratamos muito mais como amigos do que enquanto namorados. - ele se aproxima da garota tentando sustentar seus olhares que já estão desencontrados há tempos, pois Macarena fez questão de virar seu pescoço para outra direção.

- Você está sendo um egoísta filho da puta quando me pede para continuarmos nossa 'amizade', Fábio! Pode ter certeza que manter contato com você é a última coisa que eu preciso agora! - ela finalmente se volta para o rapaz que se encontrava ali no sofá da sala de sua casa e sustenta o olhar com o dele, mas não por muito tempo, já que não espera que ele lhe diga mais nada.

A loira não tinha mais o que falar e também não queria ouvi-lo. Só queria que ele logo fosse embora para que pudesse chorar em paz em seu quarto.

E foi assim que eles encerraram a discussão naquela véspera de Natal. Fábio a tinha procurado para que pudesse passar o Natal de 99 com Helena, por quem era verdadeiramente apaixonado. Ele de fato tentara salvar sua relação com Maca diversas vezes, mas há mais de um ano a garota não lhe dava atenção, os dois não saíam para se divertir como no início da relação, Macarena estava tão focada em seus estudos que quase nunca tinha tempo para ver seu próprio namorado, constantemente recusando seus convites e investidas...

Até que quem estava sempre presente, que inclusive o escutava quando o rapaz estava mal com toda essa situação, era Helena, sua amiga mais próxima, colega da graduação, pessoa que Macarena nunca teve um pingo de ciúmes porque sempre enxergou a relação dos dois como sendo uma simples 'brotheragem'.

Lena definitivamente era o tipo de garota que tinha um estilo que seria considerado mais masculino, ela falava e se comportava como os homens de sua turma de engenharia, talvez por isso Maca nunca sentiu que aquela moça poderia ser a garota com quem seu namorado a trairia e depois terminaria a relação para que pudesse viajar com ela no período do Natal/Ano novo.

Então, agora sentada na cama a loira balança a cabeça para que pudesse cessar tais lembranças que insistiam em retornar. De fato ela precisaria de mais tempo para superar esse que fora seu primeiro relacionamento sério, afinal, ele havia acabado com ela a pouco mais de uma semana. Sua amiga Kabila até chegou a explicar todo o processo de superação em um caso de luto, ela era boa em tudo que fazia, inclusive no curso de psicologia que frequentava a quase um ano, mas a loira não tinha ouvidos para nada disso. Ela estava realmente decidida a se afogar um tanto no abismo que estava... Só que isso não foi suficiente para impedir que sua amiga a arrastasse para a festa de ano novo que aconteceu. E por lá tudo o que Macarena queria, enquanto observava os fogos, era que o mundo acabasse como a previsão que circulara intensamente nos últimos meses: 'O mundo vai acabar na virada de 1999 para 2000'.

Quando a contagem começou anunciando a chegada daquele ano, Ferreiro na verdade estava esperando os segundos que faltavam para o mundo acabar. A garota ficou visivelmente frustrada quando percebeu que nada tinha acontecido quando o relógio já marcava meia noite do dia primeiro de janeiro de 2000, e todos que estavam ao seu redor se abraçavam felizes, alguns sob efeito de álcool, mais do que animados. A primeira pessoa que a puxou para um abraço foi sua única amiga que se demorou ali alisando os cabelos da loira enquanto lhe desejava muitas coisas boas.

Quando se viu sozinha depois da mais alta procurar seus colegas para continuar o ritual de abraçar um por um enquanto os fogos explodiam no céu de Recife, foi só então que Macarena tinha percebido que de fato teria um luto pela frente para encarar. E como precisava de um tanto de álcool para lidar à sua maneira com isso lá estava ela segurando uma garrafa de cerveja molhando os pés no mar enquanto sua amiga a alguns metros de distância ainda se ocupava em desejar feliz ano novo para todas as pessoas que a rodeavam.

Estefanía era a garota mais sociável que Maca conhecia, mas a loira por sua vez, era tão tímida que não conseguira se aproximar de mais ninguém e, nesse momento de frustração pelo mundo continuar girando e existindo, escolhera terminar sua bebida ali de frente para as ondas que rapidamente alcançavam seus pés. Sabia que quando acordasse naquele mesmo dia depois de dormir algumas horas não seria fácil, pois não estava nenhum pouco acostumada a ingerir bebidas alcoólicas, e certamente tentaria afogar suas mágoas nelas até o amanhecer. E foi exatamente o que aconteceu. Às cinco da manhã lá estava Rizos segurando uma Macarena bêbada na porta da casa da loira para que ela pudesse finalmente cair em sono profundo.

Ao ajudá-la a subir as escadas até seu quarto, Cachinhos - como também era seu apelido, se despede afastando a franja da garota de sua testa e lhe dando um beijo carinhoso enquanto alisa seus cabelos. Percebendo que os olhos da amiga ainda estavam vermelhos por ter chorado diversas vezes ao longo daquela madrugada, Rizos fala antes dela mergulhar no mundo dos sonhos:

- Vai dar tudo certo, Maca. Não vai demorar muito para você se lembrar de tudo isso sem um pesar, estará em breve com um sorriso no rosto talvez até já envolvida em um novo relacionamento com alguém muito melhor do que aquele embuste do Fábio.

Essas palavras arrancam de Macarena um sorriso sincero que faz com que Kabila no caminho para sua própria casa se sinta mais aliviada e esperançosa... de que logo mais sua amiga que sempre fora tão viva, alegre e animada esteja de volta já tendo superado esse término que ainda estava sendo tão dolorido para ela.