Capítulo - 62

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Tomo café com minha avó, uma vez que a Thalita saiu para o trabalho e vou para a sala esperar a fisioterapeuta chegar. Após longos minutos ela chega, estranho o fato de aproximar-se com uma bola. Conversamos um pouco antes de começar os exercícios, o horário com ela termina e sinto-me aliviada, pois foi muito puxado tive que fazer vários exercícios na bola e com elásticos quando acabou eu estava morta de cansaço minha avó me ajudou a tomar banho e colocar um vestido, ligou para o Matheus vir me buscar para leva-me na empresa, ele demora um pouco para chegar.

— Oi, desculpa a demora. Tive que levar um rapaz praticamente do outro lado da cidade. – Explica.

— Já perdeu pontos com a cunhada. – Brinco.

  — Mas já? Misericórdia, daqui a pouco não vai ter mais nenhum. - Comenta sorridente.

— Deixa de graça e vamos logo. – Ordeno.

— Você quem manda patroa. - Fala rindo.

Ele me auxilia a entrar no carro e da partida.

— Liga esse som aí. – Peço.

— Vou deixar na rádio. – Informa.

Justamente naquela hora começou a tocar a música de Henrique e Juliano  “recaídas”  me seguro para não chorar, pois essa música me representa nesse momento.

— Podemos mudar a estação da rádio? – Indago.

— Pode, não estou a fim de sofrer hoje, afinal meu encontrou foi destruído. – Conta.

— Não tenho nada a ver com isso. – Defendo-me.

— Tem sim. – Afirma.

— Ninguém mandou você, com sua boca grande perguntar como eu estava para ela. – Falo.

— Eu estava apenas tentando ser um bom futuro cunhado. – Justifica-se.

— Você foi relaxada, vou dar um jeito de amanhã você sair com ela agora se você falar alguma coisa errada aí já não é comigo. – Digo.

Ele não responde só balança a cabeça em sinal de positivo e começar a cantar, chegamos rápido na empresa. Ele me ajuda a sair do carro eu o pago e entro no prédio, encontro a Kate falando no telefone e me aproximo.

— Bom dia, flor do dia. – Falo.

— Lia qualquer dia você vai me matar de susto. – Exclama.

— Mas, pelo menos você vai morrer de amor. – Brinco.

— Credo, estou nova para morrer. Vou anunciá-la para o Pedro, ele disse que se não fosse importante não ia atender ninguém. – Orienta.

— Pode anunciar, pois só saio daqui após conversarmos. – Afirmo.

Ela fala ao telefone e diz que minha entrada foi autorizada. Vou empurrando a cadeira e sentindo um tremendo frio na barriga. Dou três batidas de leve na porta ele a abre e vem me abraçar, porém o empurro.

— Estou aqui como profissional não como a menina que você estava iludindo. – Asseguro.

— Não concordo com sua afirmação. Entre. – Diz.

Entro e ele fecha a porta, vejo que esta com olheiras profundas e o cabelo todo bagunçado.

— Bom, vou direto ao assunto. Quero minha demissão. - Anuncio.

— Como assim, porque você quer se demitir? – Questiona.

— Porque simplesmente não vou suportar olhar para você ou receber sem estar trabalhando, posso atrapalhar sua relação com sua esposa. – Explico.

— Lia, ela não é minha esposa, não é nada minha. – Justifica.

— Nossa, você vai ser pai de alguém só por caridade? Se quiser ser filantrópico adota uma criança que esta lá no orfanato e não cria o filho de alguém que você diz que não tem nenhuma relação. – Exclamo.

— Impossível falar com você. – Reclama.

— Desculpa, era para eu estar soltando fogos por você, pois esta sendo pai, me poupe Pedro. - Falo alterada.

— Lia eu te amo. Não me abandona nesse momento. – Suplica.

— Não posso ficar com você Pedro, não sendo pai de um filho de outra mulher. – Esclareço.

— Eu não sei viver sem você mais. – Murmura.

— Você viveu todo esse tempo sem mim, consegue aprender a viver sem de novo. – Digo amargamente.

— Então é o fim. - Fala com lágrimas nos olhos.

— É um adeus, pois ainda vamos nos ver muito. – Afirmo.

— Não faz isso não Lia. – Implora.

— Já falamos tudo que tínhamos para falar. – Despeço-me.

Saio da sala me segurando para não chorar, só escuto o barulho de algum vidro quebrando na sala do Pedro, mas não olho para trás para não cair na tentação. Enxugo as lágrimas que insistem em querer sair e vou para a recepção a fim de poder ligar para o Matheus. Não vejo a Kate, então ligo logo e fico esperando até ver alguém que não via há tempos o Juan, abaixo minha cabeça na intenção de que não me veja, mas é tarde ele me vê.

— Lia é você? – Indaga.

— Oi Juan, sou eu mesmo. – Digo.

— Você está diferente. - Fala e olha para a minha cadeira.

— Sim, agora estou cadeirante. – Exclamo.

— Eu ia dizer que você está com um ar mais triste, mas como você falou cadeirante isso também está diferente. – Comenta.

Avisto o Matheus vindo em minha direção e fico aliviada, despeço-me de Juan e vou à direção do Matheus.

— Nunca fiquei tão feliz em te ver como agora. – Suspiro.

— Pensei que você estava flertando com o cara. – Comenta rindo.

— Ele é meu ex-chefe credo. – Falo.

— Credo? Agora vai me dizer que se ele chegasse ao seu ouvido e falasse que quer te beijar você não beijaria? – Pergunta.

— Não, Matheus você esta ficando muito abusado. – Brinco.

— Faço parte da família baby tá sabendo não. – Comemora.

— Que eu saiba minha irmã te deixou no encontrou. - Falo rindo.

— Você é a pior cunhada, deus me livre. – Reclama.

Ele começa a rir e me ajuda a entrar no carro, seguimos animados para o nosso objetivo.

Um amor ou Uma profissãoOnde histórias criam vida. Descubra agora