Capítulo 2

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O som de passos acordou Deméter, seu corpo doía, ao abrir os olhos percebeu que se encontrava no chão, o lugar era um pouco escuro, parecia ser uma cela, era um espaço um pouco abafado e pequeno, a frente havia um corredor, o som dos passos ficou cada vez mais perto, ela se encolheu no canto em uma tentativa involuntária de se proteger. Um homem vestido com um jaleco branco apareceu a frente da cela, ela diria que ele era um tipo de médico, mas o sorriso sádico a fazia repensar se ele era só isso mesmo, ele não era tão alto, mas aparentemente maior que ela, parecia ser de meia idade as rugas em volta dos olhos davam uma ideia disso.

— Olá gracinha. Deméter sentiu o corpo tencionar, era uma voz rouca agoniante, ela se encolheu mais e abraçou as pernas.— Você não parece muito bem, mas pode deixar mocinha eu vou cuidar de você. Ele a observou dos pés a cabeça. Deméter se sentiu doente com tal ação, os olhos dele eram em um tom de azul, frio e arrepiante, ele se aproximou mais da grade como se quisesse estuda-la.

— Ela parece perfeita, começaremos os procedimentos em breve. Os dois homens ao lado dele assentiram, então os três saíram. Algo molhado tocou a bochecha de Deméter, e ela percebeu que se tratava de suas próprias lágrimas, ela ofegou com o pensamento do pesadelo que estava por vir.

Em toda sua vida as coisas nunca haviam sido fácies, mas Isso era demais pra ela. Sair do orfanato foi algo que ela sempre almejou, poder seguir em frente e deixar os traumas para trás, e agora a realidade que ela se encontrava a fazia perder as esperanças de uma vida com liberdade. O som de um grunhido a tirou de seus lamuríos,  vinha da cela ao lado, parecia que havia um animal. Será que capturaram animais também?,  o pensamento a fez ter mais medo de quem quer que seja por trás de tudo isso.

Ela se aproximou da parede, o som era mais alto, parecia realmente um bicho feroz. — Tem alguém aí?. Deméter sussurrou um pouco alto, houve o som de novo só que dessa vez mais alto, parecia estar se aproximando. Um grunhido alto soou próximo a parede, Deméter tomou um pequeno susto mas tentou se manter calma, Ele não podia quebrar a parede para devora-la não é?.

— O que você quer?. Uma voz assustadoramente rouca falou, Oh céus ele fala?. — Qual o seu nome? Eu me chamo Deméter. O estranho grunhiu alto e depois ficou em silêncio, talvez ele não quisesse conversar, ela então resolveu se calar, se encostou um pouco mais na parede fria, a ideia de não estar totalmente sozinha meio que a conforta um pouco. Passaram-se alguns minutos e ela ouviu um suspiro alto.

— Dusan. Foi mais um rosnar, mas ela entendeu. — Ok Dusan, você está aqui a muito tempo?. Ela perguntou tentando criar um clima mais leve.

— Mais do que posso me lembrar. O jeito como falou deixava claro o desprezo e o ódio por estar alí. — Quem são essas pessoas? Por quê me sequestraram?

— São cientistas, é o que eu sei, eles estão fazendo testes em todos, você é a segunda essa semana que trazem a essa cela, a outra morreu, senti o cheiro de morte nela quando a jogaram de volta na cela, e então após tirarem-na, jogaram você, você deve ser a próxima, espero que sobreviva. Um calafrio percorreu o corpo de Deméter, os desespero tomou conta de seu corpo e as lágrimas já saiam sem que ela pudesse controlar, ela iria morrer, Oh deus isso não pode estar acontecendo. Um suspiro ao lado soou. Sinto o cheiro do seu medo, e entendo eu também estaria, faça o que eles mandarem se desobedecer podem matar você mais cedo, e podem ser ainda mais cruéis.

O som de passos se aproximando soou, estavam vindo para busca-la, Oh céus sua morte estava mais próxima do que imaginava. — Se desencoste da parede e vá para um canto, rápido!. Ela fez o que ele pediu. Dois homens apareceram a frente da cela, O mais alto tinha olhos castanhos e cabelos loiros, ele tinha um sorrisinho no rosto que a enojou, o outro mais baixo era careca com olhos castanhos também, ele não parecia nem um pouco com humor.

— Não tente nada gracinha, se tentar, eu meto uma bala na sua testa. o mais alto falou abrindo a grade da cela, eles adentraram o ambiente e o mais baixo tirou um par de algemas do cinto se aproximando dela. Deméter se encolheu mais no canto. — Levanta vadia, mãos para trás e vire de costas. Ela queria correr mas sabia que antes que alcançasse a porta da cela eles a pegariam, e a ameaça dita não passou despercebida por ela. Deméter se levantou e fez o que ele pediu, ela sentiu o material frio da algema em contato com sua pele, em seguia ele a segurou pelo ombro, enquanto a outra mão apertava seu braço dolorosamente, ela controlou o soluço que ameaçava sair.

Eles saíram da cela e a levaram pelo corredor, o lado contrário de onde era a cela de Dusan, mais a frente o loiro tirou um cartão de acesso e para que liberasse a porta a frente, ela se abriu e eles passaram, um corredor branco e bem iluminado os esperava, eles a conduziram por ele e mais a frente abriram outra porta. Parecia ser uma sala médica completa, havia duas macas no centro, e em volta da sala haviam alguns computadores, outro homens estava lá, e mulheres também, parecia um tipo de central médica, eles passaram pelo espaço e pararam em frente a uma porta azul pastel, o loiro bateu levemente e em seguida ela se abriu.

o médico de mais cedo a abriu, um sorriso frio se espalhou em seus lábios. — Olá Deméter, eu sou o Dr Calton, está tudo bem, vamos só fazer uns pequenos exames. — Não ouse tocar em mim seu porco!. O som das palavras cheias de raiva soaram, o médico a sua frente expressou uma feição sombria, e ela percebeu que as palavras haviam saído dela. Ele tentou se aproximar. O corpo de Deméter começou a lutar antes que ela percebesse, o aperto em seu braço se intensificou e ela o chutou na canela, o aperto aliviou mas em seguida uma pancada fortíssima na nuca a atingiu. — Seu idiota! Não era pra ter a atingido com tanta força, se ela morrer antes do teste vamos perder mais uma!!. O som de vozes parecia longe, e cada vez mais baixinho, então ela apagou.

Série Quimeras: DeméterOnde histórias criam vida. Descubra agora