Para Naruto, ser aceito na universidade de Stanford significa que todos os sacrifícios que seus pais fizeram valeram a pena. Ele não via Stanford como uma possível conquista e sim como uma obrigação. Uma obrigação com seus pais, uma obrigação de ger...
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Naruto andava olhando o mapa em suas mãos e as salas do corredor, essas eram particularmente grandes onde se localizava. A porta da sala pela qual ele procurava estava aberta e Naruto pôde ver que ela era ainda maior do que ele havia imaginado observando do lado de fora.
Nela, várias bancadas estavam espalhadas com as mais diversas ferramentas, havia três computadores que aparentavam serem novos e várias peças mecânicas em aparente desenvolvimento pelos poucos alunos que ali se encontravam.
Naruto encontrou Shikamaru debruçado em uma das bancadas do meio mexendo no iPad, enquanto um rapaz de cabelos grandes e escuros mexia no robô no centro da mesa.
Se aproximou dele atraindo alguns olhares curiosos de outros alunos na sala que não o conheciam e se perguntavam o motivo de ele estar ali, mas ninguém se pronunciou.
– Shikamaru? – Chamou baixo inclinando levemente o corpo para perto do rapaz.
Shikamaru sorriu ao notar a presença de Naruto.
– Naruto, como foi na prova? – Ele perguntou ajeitando a postura e chamando a atenção do rapaz que estava com ele.
– Bem.
– E como foi conhecer Hinata? Ela é tão assustadora quanto você imaginava?
Ao escutar a pergunta, o rapaz que acompanhava Shikamaru arqueou a sobrancelha, porém nada disse, apenas continuou a observar.
– Ela foi bem legal. – Naruto sorriu envergonhado. – Até me emprestou anotações.
– Fico feliz em escutar isso.
Naruto sorriu.
– Você me chamou aqui? Achei que era sobre o clube de matemática.
– Sim, era sobre isso mesmo. – Disse passando por Naruto e indo na direção da bancada em frente à janela, pegando alguma coisa na mochila sobre ela. – Eu pedi para o diretor suas notas de matemática, - disse desviando o olhar do papel em sua mão para Naruto rapidamente – apenas para confirmar se suas médias estão de acordo com o esperado. E ele me informou que você também está cursando física e química.
Naruto assentiu assustado encarando o papel em sua mão. Ele não tinha a menor ideia que isso seria necessário e muito menos sabia o que estava escrito naquela folha que Shikamaru observava com tanta atenção. Não era para o seu histórico ser uma informação confidencial para outros alunos? Ou era Shikamaru tão especial assim? O diretor havia se referido a ele como "orgulho acadêmico" afinal.
– E é o suficiente?
Shikamaru olhou para o loiro por cima da folha o encarando por vários segundos.
– Você está brincando? – Naruto ajeitou os óculos nervoso. – Isso é muito mais que o suficiente. – Disse deixando a folha de lado. – Infelizmente já temos as cincos vagas preenchidas e não gostaríamos de mais ninguém para não haver nenhuma exclusão na mesa de participação das competições. – Naruto ficou triste com a resposta. – Mas, - Shikamaru falou sorrindo – como você parece ser um achado, eu tenho uma proposta para você. Se você entrar no clube de tecnologia e robótica, abro uma exceção para você no clube de matemática.
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– Clube de tecnologia?
– E robótica. – Completou o rapaz que acompanhava Shikamaru.
Naruto trocou o olhar entre os dois.
– Eu não sei... Eu nunca mexi com nada disso antes...
– Vai ficar muito bom no seu currículo quando você for aplicar para a faculdade. – Disse o garoto que Naruto não conhecia.
– Eu não sei... Eu não quero qualquer faculdade. E como eu nunca mostrei interesse em nada disso, pode não ser muito bom.
– Qual universidade você quer? – Perguntou Shikamaru. – Stanford?
Naruto assentiu.
As pessoas tinham a tendência de reagir de duas formas quando ele dizia que queria entrar em Stanford: olhá-lo com certa admiração – normalmente pessoas mais velhas – ou com receio, muitos achavam que era muito "metido" da parte dele, principalmente outros estudantes. Mas Shikamaru não demonstrou reação alguma, ele não parecia minimamente surpreso com a informação, na verdade, parecia decepcionado.
Já o outro rapaz, de cabelos longos e castanhos sorriu.
– Todo mundo quer Stanford. – Disse com naturalidade e o rosto carregava uma expressão que dizia que ele já tinha escutado aquilo várias vezes. – Eu vou para Stanford. – Afirmou com orgulho.
Naruto olhou para o rapaz, parecendo realmente observá-lo naquele momento. Ele usava uma camiseta branca da Calvin Klein – que Naruto só reconheceu por ter escrito o nome da marca bem no centro -, calça jeans rasgada nos joelhos e botas de serviço fechadas – e botas Timberland. Em seu pulso, um relógio tão grande que deixou claro para Naruto que dinheiro não estava no caminho entre ele e Stanford.
– Sério? Você foi aceito? – Seus olhos brilhavam de animação.
– Não ainda, - disse brincando com uma das porcas soltas sobre a mesa – mas todo mundo na minha família estudou lá, então eu tenho que entrar.
Algo na voz dele deixou bem claro que a situação dele era bem diferente da de Naruto e o loiro notou isso naquele exato instante. Se Naruto entrasse em Stanford, ele seria o grande orgulho da família, o primeiro a estudar em uma escola reconhecida mundialmente. E, embora ele visse entrar em Stanford como uma obrigação, definitivamente não era o mesmo tipo de obrigação que aquele rapaz sentia, afinal, até mesmo Naruto conseguia ver a pressão a qual ele estava submetido.
– Tenho certeza de que você vai conseguir. – Disse Naruto tentando incentivá-lo.
– Obrigado. A propósito, eu sou Neji Hyuuga.
– Naruto Uzumaki. – Respondeu apertando a mão do rapaz. – Espera, Hyuuga como Hinata Hyuuga?
– Exatamente. – Ele sorriu. – Presumo que você conheceu minha priminha perfeita. O orgulho e esperança da nova geração dos Hyuugas. – Embora as palavras parecessem rancorosas, ele pareceu de bom humor.
– Ela me ajudou com um teste. A pedido do professor. Ela foi bem legal...
– Ela sempre é. Como eu disse, perfeita. – Agora Naruto pôde notar uma gota de hostilidade na fala.
Naruto sabia que nunca deveria se aproximar de Hinata e isso era apenas uma confirmação. Ainda bem que não deixou a conversa ir mais longe do que havia ido.
– De qualquer forma, - Shikamaru falou puxando a atenção para ele – não tem como esse clube pegar mal na sua aplicação.
– É que eu tenho interesse no programa de medicina, então preferia me envolver com algo mais relacionado, o que não é o caso do clube de tecnologia.