Balões são necessários🎈

384 60 18
                                    

- Gahyeon! Gahyeon! Gahyeon! - alguém sussurrava insistente no meu ouvido.

Abri os olhos com total relutância e vi minha irmã JiU com um sorriso contente, notei uma figura alta ao seu lado, e quando meus olhos se acostumaram com a escuridão, percebi ser JeonHong, meu pai.

- O que estão fazendo aqui a essa hora? - murmurei puxando o lençol até o queixo.

- Anda, precisamos arrumar tudo lá fora, hoje é o aniversário da mamãe, lembra disso pelo menos? Combinamos que acordariamos as 04h:00 para organizar as coisas no jardim. - explicava JiU calmamente em um sussurro, a contragosto levantei.
Promessa era promessa.

- Precisava ser tão cedo? - olhei pela janela vendo o céu ainda escuro, acendi o abajur e peguei um casaco para me aquecer.

- Precisamos fazer antes que sua mãe acorde para trabalhar. - Lembrou papai já caminhando nas pontas dos pés em direção a porta do quarto.

- Hm... - murmurei acompanhando seus passos desajeitados.

Seguimos pelo corredor da forma mais silenciosa possível, mamãe ainda estava dormindo e precisava continuar assim se quiséssemos fazer a surpresa dar certo. A verdade é que vinhamos ignorando suas tentativas de lembrar o próprio aniversário, fingimos o mês quase todo que não estávamos nem aí para a comemoração, evidentemente ela se chateou e parou de mencionar o aniversário.

Descemos as escadas ainda no escuro, a única luz acesa era a do pequeno abajur perto do sofá, tendo ele como guia, seguimos direto para a porta da rua.

Uma lufada de ar gelado bateu em meu rosto quando a porta foi aberta, meu nariz passou a queimar minimamente, apertei o casaco no corpo e segui meu pai e minha irmã para fora de casa.

A rua estava totalmente silenciosa, nenhum carro passava e me arrisco dizer que aquilo tudo estava me deixando receosa. Várias coisas poderiam dar errado e acabar acordando a mamãe antes da hora, ou seja, antes das 06h:00.

- Precisamos ser silenciosos, rápidos e precisos. - anunciou meu pai, o cabeça de toda a preparação.

- Entendido. - murmurou JiU batendo continência, achei patético o gesto para alguém de dezenove anos.
Ela me olhou esperançosa esperando que eu repetisse o gesto.

- Eu tenho dezessete anos, não vou fazer isso. - revirei os olhos já indo pegar os pisca-piscas que havíamos já deixado separado no fundo da varanda.

Um a um fomos seguindo como o planejado. Eu fiquei com a parte da iluminação, enrolei um pisca-pisca em uma árvore e mais um em outra. JeonHong e JiU ficaram com a montagem do local, ou seja, as mesas, o mini palco onde faríamos uma apresentação estúpida porém fofa, a montagem da barraca do cachorro quente, pipoca e algodão doce.

Trabalhamos duro durante todo o resto da madrugada, sempre que o sono batia eu pensava em minha mãe e o motivo de fazer oque eu fazia. Ela merecia.

Por algum motivo, por volta das 05h:15 me senti sendo observada. Olhei a rua que começava a acordar, alguns carros e motos passavam ocasionalmente, mas não havia nenhuma pessoa nas calçadas. Olhei para a janela do quarto quase esperando encontrar mamãe nos encarando, fiquei aliviada quando isso não aconteceu.

Bom, obviamente eu deveria ter notado que ela me observava naquele beco ao lado da padaria. Mas não fiz isso.

As 05h:45, os amigos, familiares e vizinhos que havíamos convidado passaram a chegar, eles sentavam silenciosamente na cadeira dispostas nas mesas de plástico espalhadas pelo jardim e também pela calçada.

Por sorte as crianças estavam sonolentas demais para se quer receber o pula-pula que meu pai montava no canto da cerca. Ou então o cheiro do cachorro quente que vinha da barraca. Ou quem sabe o leve ruído que a máquina de algodão doce fazia, deixando o cheiro maravilhoso de açúcar queimando no ar.

BalloonsOnde histórias criam vida. Descubra agora