20.

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CATARINA.

Eu ainda estava atordoada com tudo aquilo, respirava fundo enquanto tentava ajeitar as minhas roupas, me ajeitar. Tinha perdido a noção do tempo dentro daquela sala com o Gustavo, já estávamos ali por horas e só caímos na real quando o celular dele começou a tocar.

- Isso não podia acontecer e não pode mais acontecer. - falei vendo ele abotoar a camisa. Ele me encarou. - Tô falando sério.

- Relaxa, patricinha. Eu falei que ia só te deixar uma lembrança, não falei? - falou chegando mais perto de mim. -

- Uau, que péssima lembrança.

- É, foi péssima nas 6 vezes que você gozou, entendi. - Que ódio meu Deus. -

- Você se acha, né? Pelo amor de Deus, se toca. - ele riu e segurou meu rosto, me dando um beijo que seria até capaz deu largar o que estava fazendo e recomeçar o que paramos.

- Você é que prova meu ponto, quando reage assim. - ele disse alisando meu queixo. - Pode deixar, essa é a última vez. - falou e me deu um selinho, catou sua pasta no chão e saiu pela porta, me deixando ali, em pé, tentando entender o que tinha acontecido naquela sala, ao mesmo tempo que procurava encontrar forças pra limpar aquela zona que a gente tinha feito. -

Terminei de ajeitar aquilo tudo por cima, me peguei olhando pra ver se estava tudo no lugar. Até que um estalo na minha cabeça me lembrou da porra das câmeras.

- Puta que pariu! - corri até o notebook, abrindo no portal da segurança do que prestava serviço pra gente. Jesus! Mais de 7 horas de filmagens, nem pensei em nada, deletei o arquivo todo e sai dali. Tentando apagar tudo da minha mente. -

- Porra garota! Achei que você não ia chegar nunca. - Mayara falou quando eu abri a porta de casa, me dando um susto. - Ta devendo? Que susto foi esse - ela disse rindo -

- Você parece doida, quê que foi, alma penada.

- Olha isso! - ela disse me mostrando uns papéis que tinha chegado na minha casa, quando vi o nome de quem tinha enviado, eu já revirei os olhos. - Faz um tempinho que chegou, tô doida pra ver o que tem ai dentro, ai caralho! - ela disse sentando no sofá. -

Um envelope daquela mulher boa coisa não podia ser, ainda mais depois que eu joguei toda a merda no ventilador, se ela queria tanto palco assim, agora ela teve o palco todo. Até me sentei no sofá.

- Capaz qualquer dia desses eu vou chegar e vai ter trabalho na porta daqui de casa. Pode ser, ela que venha que meu santo é forte. Chuto essa porra toda e vou deixar a galinha preta na porta da casa dela, se aparecer aqui ein. - Mayara disse enquanto eu abria o envelope me fazendo ter um ataque de risos. Tô dizendo que essa minha amiga é doida, não da! -

- Para mulher, vou ficar sem ar. Deixa eu me concentrar. - tirei as coisas do envelope, peguei o papel de abri. Tive outra crise de risos. -

- Gente! Que mulher maluca, meu Deus. De onde esse homem arranjou essa mulher? Isso não é normal, tratamento já! - A May falou -

GENTE?! A mulher tinha me mandando provavelmente uma cópia, do teste de DNA que o bonito deve ter mandado ela fazer. Tinha dedicatória e tudo, que coisa ridícula meu Deus.

"Contra fatos não há argumentos, né?! Muito bem feito, muito bem gerado e será muito bem amado pela mamãe e principalmente pelo PAPAI, que tanto quer essa criança. Espero que você deixe minha família em paz" - Mayara soltou uma gargalhada depois de ler a dedicatória. -

- Cara, a pessoa teve que fazer DNA com a criança na barriga ainda porque o pai nem acreditava que tava grávida e ainda quer vir pagar alto pra você? Barril! - May falou rindo. -

- Eu quero mais é que eles se lasquem pra lá. Eu ein, lá quero saber se ele é pai ou não é de ninguém, como se isso fosse mudar alguma coisa na minha vida. A única coisa que eu sei sobre isso tudo é que deles eu quero distância.

- Ainda bem que você ta metendo processo nessa desgraça, eu ein, mulher louca.

- Vai pedir alguma coisa pra comer? Tô morrendo de fome.

- Que era que você tava fazendo tanto que chegou agora? - ela me olhou. - Fiz comida né, tem baião de dois ai.

- Tava trabalhando né, linda. Acha que tudo é festa? - Mayara me olhou desconfiada. - Que é mulher? - perguntei e rindo, deixei o envelope na sala e fui subindo pro quarto. -

Tomei meu banho, um banho relaxante de verdade, tava merecendo. Apesar de que, relaxada eu tava né. Tava pensando sobre o que aquela doida tinha me mandado, claro que machuca, mas isso só é uma força a mais pra querer ainda mais distância desses dois.

Eles que vivam a família perfeita e feliz pra lá, que nunca mais citem meu nome em lugar alguma, porque é a única coisa que eu pedi no processo inteiro. Meu irmão queria até que eu colocasse pra receber dinheiro por causa dos danos morais, mas me poupe, o que essa mulher fosse me pagar eu ganho em uma obra.

Sai do banheiro e fiquei me olhando no espelho, vendo todas as marcas pelo meu corpo, as marcas que ele tinha deixado e realmente, tinha deixado uma lembrança do caralho, filho da puta, babaca, escroto, gostoso, que ódio! Me deixou todo marcado, esse filho da puta. Com certeza fez isso de propósito, pra eu ver e me lembrar.

Vesti uma roupinha de ficar em casa e fui lá pra baixo pegar uma jantinha, tinha ensinado a Mayara a fazer baião de dois e hoje em dia ela faz melhor que eu, tava uma delícia. Só fritei dois ovos e comi com baião, quem conhece sabe, não tem comida melhor.

- Você vai ficar a noite inteira me encarando, é? - perguntei a Mayara que tava sentada no sofá mas me olhando comer na cozinha. -

- Mulher? - ela riu - Eu ein, não pode mais olhar?

- Te conheço, viu, dona Mayara? Cadê o carrapato? Milagre é esse ele não ta aqui.

- Tá estudando um caso, sabe como ele é, né? - assenti, Caio quando ta estudando caso grande, ele quase morre pro mundo e é nessas épocas que eu fico sozinha nessa casa, porque a Mayara se muda pro apartamento dele. -

- E você ta aqui? Tão brigados é?

- Não, idiota. - ela riu - Eu tava só esperando você chegar, queria ver o que tinha naquela porra, né.

- Fofoqueira. - falei rindo e indo lavar meu prato. - Vai me deixar aqui sozinha, né? Odeio quando você se muda, você sabe que sou carente.

- Ah, se manca. - ela disse rindo - Se vira ai, se o maluco aparecer aqui, chama a polícia... ah não! Nem da! Foge.

- QUE ÓDIO! - Gritei rindo e fui subindo pro quarto. -

Fiquei deitada olhando meu instagram, tinha evitado ver o dia inteiro por causa do bafafá, mas tava na hora de encarar a segunda realidade né. Curti alguns comentários me desejando forças e respondi algumas pessoas na DM, depois foi stalkear aquele ridículo.

Aff, tinha pouquissimas fotos dele no instagram, só três, mas muito gostoso nas três, mas milhaaaaaares de comentários de mulher nas fotos, esse não deve valer nada. É o que eu digo, antes um feio que só tem comentário da mãe chamando de "lindo da mamãe" do que um assim que é lotado de mulher, se tem muita disputa eu deixo pra elas.

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