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NOS livros que li, a mocinha sempre fica arrasada com o fim do relacionamento, passa dias chorando e não aguenta ver nenhum rapaz que a faz lembrar do seu amado.

Não me sinto assim. Claro que estou profundamente chateada, mas não chorei ou corri atrás dele para implorar que me desculpasse por ser uma péssima namorada. Não, eu fiquei ali, parada, por duas horas até que minha mãe fosse me chamar para o almoço.

Agora estou olhando para nossas fotos e me perguntando o que mais fiz de errado. Mas tudo o que vejo são nossos sorrisos e momentos onde tudo parecia bem. Não consigo entender como chegamos a isso ou por que lidar com Theo é tão difícil.

Nós nos conhecemos desde sempre porque nossas mães são melhores amigas. Há três anos nós começamos a namorar e não aceitei apenas porque nossas famílias são amigas, mas porque Theo é bom comigo. Ele é gentil e fofo e sempre me dá flores. Ele nunca me pressionou para nada, até semanas atrás. As discussões sobre eu não ter tempo para o nosso relacionamento vieram à tona e tudo ficou estranho.

— Ei, M&M's, não vai com a gente? — Carson passa o braço por meus ombros e bagunça meu cabelo.

— Ela vai ficar em casa hoje, comendo chocolate e ficando deprimida — Max responde antes que eu possa.

— Cale a boca, Maximilian! — reviro os olhos. Ele e os garotos vão para uma festa. Nossa casa é o ponto de encontro e partida.

— Não me chame de Maximilian, mocinha. — Ele se joga no sofá ao meu lado e começa a me fazer cócegas. De repente todos eles estão fazendo isso.

— Parem! Parem... Agora! — digo entre uma risada e outra — Papai! — um por um eles param. Respiro aliviada. — Odeio vocês!

— Nós também te amamos, maninha. — Ethan solta um beijo para mim quando levanto, arrumando meu cabelo.

— Ela não é sua irmã, idiota! — Max tenta sufocar Ethan e os dois começam uma guerrinha infantil.

Reviro os olhos e vou para a cozinha. Em partes meu irmão está certo, pretendo mesmo fazer chocolate, mas não ficar deprimida.

— Made, espera! — Olho por cima do ombro e vejo Carson. Paro no meio do caminho e viro para ele. Ele está usando bermuda jeans e camisa polo azul, combinando com seus olhos. — Está tudo bem mesmo?

— Sim... Bom, Theo e eu terminamos, mas não vou ficar deprimida. — Dou de ombros. Na verdade sinto-me péssima por estar levando isso tão naturalmente.

— Sério? Max comentou, mas não achei que fosse verdade. Vocês pareciam perfeitos um para o outro.

Encosto-me na parede e cruzo os braços.

— E éramos, mas eu não sei, Car, as coisas apenas desandaram — digo baixinho enquanto encaro meus pés.

— Você voltaria com ele?

— Sim, claro. Mas não acho que ele queira voltar para mim, sabe?

— Acha? Por que não pergunta a ele?

— Nosso término deixou muitas coisas claras, sabe? Ele deixou claro que não quer mais olhar na minha cara.

— Você ainda gosta dele?

— Sim — dessa vez não hesito. Bom... Theo perguntou se eu o amava.

— Então corre atrás...

— Ei, Carson, anda logo! — Ethan grita da sala. Carson e seu reviramos os olhos.

— Preciso ir. Fica bem. — Ele beija minha bochecha e sai.

Fico pensando no que ele disse. Desde que namoramos, Theo era quem sempre vinha atrás de mim. Mesmo quando ele tinha toda a razão. Sei que nós terminamos, mas estou disposta a entrar em um acordo com ele se isso salvar o nosso relacionamento.

Aviso meus pais que vou na casa de Theo e chamo um táxi. Não gosto de dirigir a noite e não vou pedir para os pombinhos aconchegados no sofá me levarem.

~•~

A casa de Theo é mais extravagante que a minha, com um caminho rochoso e elevado, cercado por árvores e jardins. Na frente da casa tem uma enorme fonte de água que está jorrando agora.

O carro para a apenas alguns metros dos degraus de mármore que leva às enormes portas de carvalho.

— Você poderia esperar um momento? Talvez eu não demore muito. — caso Theo não queira me atender.

O motorista assente e saio do carro. Está ventando bastante e meu casaquinho de lã não ajuda muito e estou usando apenas uma camiseta e calça jeans.

Toco a campainha e espero. Hoje é sábado e seus pais não estão em casa, então teríamos total privacidade já que os empregados são tão silenciosos.

A porta é aberta e meu sorriso se desfaz.

— Kendall.

— Madelaine.

Tento minimizar minha surpresa e decepção. Em nenhum cenário que montei da minha casa até aqui, Kendall está nele.

— O que faz aqui? — ela pergunta. Está usando um mini short e camiseta. As tranças do seu cabelo caem livremente até a cintura. As pessoas costumam chamá-la de Medusa quando ela está com ele assim.

— Eu... — Sinto-me constrangida agora. Theo e eu terminamos, sim, mas... Foi apenas há algumas horas...

— Está um frio do caralho aqui, você poderia adiantar um pouco? — não me surpreendo com seu linguajar.

— Eu já estou indo... E não precisa dizer a ele que estive aqui. — acrescento antes de lhe dar as costas. Apresso meus passos na escada e entro no táxi.

Não estou com raiva de Theodore. Estou apenas... magoada. Ele sabe como me sinto em relação a Kendall. Ela é tudo que esperam que eu seja como popular e presidente do Grêmio. Charmosa, saber sobre moda, fazer parte do grupo das mais desejadas... Não sou nada disso, mas Kendall... Ela é o sonho de qualquer um e agora deve estar realizando o sonho de Theodore Hendriks.

~•~

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Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Sᴀɴ Fʀᴀɴᴄɪsᴄᴏ||Vᴏʟ2 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora