M A R I A E D U A R D A
Ao chegar em casa, me arrependi de não ter falado ou me despedido de Grego, mas a verdade é que essa manhã não acordei nada bem, mas não queria que ele se preocupasse - se é que ele se preocupa ou se importa - comigo. Não queria que nada acontecesse, meus pais vieram me buscar hoje, bem na hora que estava no banheiro vomitando até meu estomago doer.
Minha mãe me encarava com os olhos banhados, enquanto meu pai xingava em inglês, papai me pegou no colo pela minha fraqueza e me levou para o carro, deitei a cabeça no colo de minha mãe que acariciou meus cabelos, senti aos poucos meu corpo relaxando e adormeci.
Antes eu tinha esperanças de que um dia poderia ser normal, tinha fé que aquilo já estava acabando. Sonhava com o dia em que me livraria dos remédios, que poderia comer algo que não fosse regulado e conseguiria me olhar no espelho e me sentir bonita.
Mas uma hora, a esperança acaba, e a minha já esta se esvaindo.
[...]
— Querida, por que não nos ligou-se? - Papai perguntou.
— não queria atrapalhar mais do que já atrapalho. - Minha mãe limpou minhas lágrimas e beijou minha testa, senti meu pai afagar minhas costas em formas circulares, como fazia quando eu era pequena.
— Falei com Dr. Ulisses, ele nos aguarda.
— Preciso dizer algo a vocês. - eles me olharam. - Estou gostando de um garoto.
Minhas bochechas esquentaram.
— Eu preciso de ar. - meu pai sai do carro, eu ri e minha mãe me acompanha.
— Pode falar filha. - minha mãe acariciou meus cabelos.
— Ele é do morro..
— conta mais...
— Eu não sei o nome de verdade dele, só sei que o apelido é grego. - ela assentiu sorrindo.
— Cuidado pra não se machucar filha, eu te amo e me preocupo. - ela disse e beijou minha testa.
Sorri pra ela, minha mãe sempre foi minha maior confidente, sempre foi meu porto seguro, assim como meu pai.
[...]
— Bom dia Maria Eduarda! - Doutor Ulisses exclama feliz.
Porque ele tá feliz? Não tá vendo minha cara de quem vomitou 5 vezes hoje?
Não respondi, mas acenei, minha fraqueza não me deixava mover a boca.
— Então, como tem sido os últimos dias?
— Estava tudo bem, mas hoje acordei enjoada, vomitei 5 vezes e estou fraca e tonta.
Tonta eu já sou.
Ele olha em seus papéis, anotando algo e diz; — Vou chamar Olga aqui para fazer um exame, com licença.
Meus pais seguraram minha mão quando tirei inúmeros tubos de sangue, quase desmaiei quando olhei. Eu definitivamente não gosto de ver sangue, fechei os olhos e só abri quando acabou. Fui até uma outra sala e fiquei aguardando meus pais, mas ouvi perfeitamente oque o doutor disse;
— Bom, Maria Eduarda está crescendo, e seus remédios teriam que mudar, já não fazem muito efeito como antes, e algo que eu notei bem, ela não está tomando os medicamentos corretamente. É necessário que ela tome corretamente para vermos resultados, ela está com uma grande quantidade de açúcar no sangue e se não corrigirmos isso pode ocasionar em uma diabetes nível 1. Vou estar passando mais vitaminas, recomendo que ela repouse por alguns dias já que os remédios, como são novos, podem ter ou não efeitos colaterais, o soro será necessário por somente 2 dias, para fortalecer o corpo dela, precisam de mais alguma coisa?
Suspirei sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto, estava lutando pra não chorar, mas está difícil.
— Sim doutor, remédios para ansiedade, venho notando que ela tem muita dificuldade para dormir e o psicólogo recomendou.
— Ah, sim, claro. Vou passar um medicamento a vocês.
Poucos minutos depois meus pais apareceram, com uma cara nada feliz, me fazendo questionar a mim mesmo até quando vou dar trabalho a eles, se isso vai acabar algum dia ou se isso vai me levar até a cova. Enquanto eu era ligada a aparelhos, meus pais foram até minha casa buscar algumas coisas como; pijama, coisas de higiene, roupas e meu celular.
Eu olhei pra minha mãe em uma pergunta silenciosa, ela balançou a cabeça entendendo oque eu quis dizer.
"Quando é que isso vai acabar?"
Kiss, deixe seu voto e comentário,
-Maduu.
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Menina do Chefe ✔ - 𝖱𝖾𝖾𝗌𝖼𝗋𝖾𝗏𝖾𝗇𝖽𝗈
Teen FictionLembrando que essa história está em processo de revisão! +16 | 𝕸𝖔𝖗𝖗𝖔 𝖉𝖆 𝕸𝖆𝖗𝖊́, 𝕽𝖎𝖔 𝖉𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔. Maria Eduarda sofre desde os seus 13 anos com Bulimia nervosa e anorexía, pra ela munca foi algo que deveria se importar, sempre e...