Capítulo 46.

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Assim que acordei, chequei meu celular e vi a resposta do Mike. Ele mandou um emoji de coração 3 horas depois da minha mensagem e escreveu:
Me desculpa.

Não dei muita bola, não queria pensar tanto logo de manhã.

Agora, estou sentado à mesa junto com meu pai. A mesa está cheia de opções de comidas para o café da manhã; pães, condimentos, bolos, geléias, tortas, sucos, chás, cafés, docinhos e etc.

Três empregadas domésticas estão por perto, prontas para nos atender caso precisemos. Me sinto um pouco incomodado ao ter tantos privilégios quando há muitas pessoas sem um mísero pão na mesa. Mas afasto esse pensamento porque isso tudo é fruto do trabalho do meu pai. Ele merece isso e mais ainda.

Sorrio ao olhar para ele. Eu sei que ele tem uma vida muito cheia de compromissos, mas está dedicando mais um pouco do seu tempo para ficar comigo. Jade me disse que ele quase não ficava em casa antes de me trazer aqui. Falando nela, ela acordou cedo e foi para a sede da empresa que gerencia ela, para tratar de assuntos sobre o novo álbum dela. Meu pai que me disse isso. Chegamos cansadíssimos do show ontem, o meet & greet demorou mais que o esperado, já que teve mais gente do que a empresa combinou com ela (pelo menos isso significa muito mais dinheiro na conta dela). Quando chegamos em casa e tomamos banho, Jade foi direto para a cama e eu também.

- Matthew... queria te pedir um favor.

Ele desvia a atenção do pãozinho com queijo dele e me observa, dando uma mordida.

- Eu tenho o baile da escola mais tarde, sabe? - continuo. - E... bem, eu sei que vai custar caro eu ir e voltar de helicóptero, mas será que... eu poderia, antes disso, visitar um amigo?

- Visitar um amigo?

- O nome dele é Jaydan, e eu conheci ele quando eu estava internado. Ele tinha me pedido pra visitar ele quando eu saísse do hospital.

- A resposta é não. - Ele dá de ombros. - Já vou gastar muito mandando você pra esse baile.

Eu o observo. Me sinto tão chateado que eu poderia me enfiar no chão e nunca mais sair. Assinto.

Matthew me encara com um olhar sério e eu não sei como reagir. De repente, ele começa a rir. Sinto um alívio enorme.

- Anthony - ele diz, sorrindo. - Ouça. Eu não me importo se a viagem de helicóptero vai ficar cara, não me importo se vou ter que pagar caro para te levar para San Francisco quantas vezes quiser. Sabe com o que eu me importo?

- Com o que?

- Com a sua felicidade. É com isso que me importo. Se você quiser ir para San Francisco três vezes, eu não ligo. Quero te ver feliz e estou disposto a pagar qualquer preço por isso.

Sorrio e assinto com a cabeça. Matthew é uma pessoa adorável e eu me pergunto se realmente mereço o pai que tenho. Nosso vínculo está ficando mais intenso a cada dia, e isso me deixa muito feliz. Ele ainda não me chamou de filho nenhuma vez, mas eu também não o chamei de pai. Ainda.

- Então eu posso?

- Absolutamente.

- Obrigado - falo, sorrindo. Se estivesse em pé, daria um abraço nele.

- Lauren - meu pai chama uma das empregadas que estavam encostadas na parede.

- Sim, senhor. - Lauren se aproxima.

- Avise minha agente que o Anthony vai para San Francisco visitar um amigo. Ele vai de helicóptero e eu quero ele com os Caras, ok?

- Perfeitamente, senhor. Devo estipular o horário?

Light in Dark 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora