Eu me lembro quando se esqueceu do meu aniversário, por que teria que sair com algum paquera seu. Uma semana depois você lembrou, daí que vieram os chocolates. Eu não gostava de chocolates, porém, eles haviam vindo de você, sendo assim, eu os amaria de qualquer jeito, igual à tudo que vinha de você.
Eu me lembro quando brigamos por que sua garota estava te traindo, eu como um bom amigo, ao contrário dos outros, te contei tudo. Claramente, você preferiu confiar em uma garota que te conhecia à pouco menos de dois meses, ao invés do seu amigo que te acompanhou quase que a vida inteira.
Muitas vezes eu te ligava quando me sentia mal, porém, você sempre estava ocupado. Quando precisava da sua ajuda, na maioria, você arranjava uma desculpa boba para fugir.
Depois que viu com seus próprios olhos o quanto era enganado, você veio até mim. Sem pensar nem uma vez, eu te recebi de braços e coração abertos.
Isso se repetiu várias vezes, incontáveis vezes eu pedia seu perdão sem nem mesmo estar errado, pelo contrário, eu fazia de conta que seus erros não existiam, que tudo era minha culpa e corria de volta para você.
Eu te amava muito.
Daria minha vida por você sem nem precisar pensar em nada.
Eu te amava tanto, você era meu mundo. Meu tudo, minha vida girava ao seu redor e eu estava bem com isso. Eu criei uma dependência emocional de você, aprendi a gostar de medicina por você, mesmo eu preferindo artes cênicas.
Eu não me importava com as suas falhas, então decidi me declarar. Colocaria meus mais sinceros sentimentos para fora. Eu tinha esperanças que você retribuísse meu amor, afinal gênero não era um problema para você. Como eu estava fortemente enganado, tão iludido com uma imagem perfeita sua.
Eu havia gostado minhas economias, aquelas que eu usaria pra comprar aquela enciclopédia que eu desejava já fazia um bom tempo, para comprar um pingente de cristal azulado, dentro dele estava escrito " Eu te amo" junto à nossa primeira foto juntos. Eu preparei um jantar na varanda do pequeno apartamento que eu tinha, seria tudo a luz da lua.
Você cancelou de última hora, pois, iria sair com alguém.
Eu não liguei para isso, então esperei mais um pouco. Quando o dia havia finalmente chegado, tudo parecia ocorrer bem, até o momento em que você ficou quieto por minutos depois de eu conseguir entregar o presente e me declarar.
Você riu. Um riso irônico que quebrou meu sorriso em segundos, esfriando tudo o que eu sentia naquele momento, você me olhou com olhos que eu nunca tinha visto e disse que não acreditava naquilo, disse que eu não passava de um interesseiro, jogou na minha cara que eu haveria me aproximado apenas por interesse em você. Depois derrubar o pingente no chão, como se fosse um lixo qualquer, você estava nervoso, afirmou com toda certeza do mundo que nossa amizade estava acabada à partir do momento em que saísse pela minha porta, então você saiu de perto de mim, com passos pesados e foi embora batendo a porta.
Eu estava em choque, atônito, como você pode dizer tudo isso de mim? Como conseguiu jogar fora tudo o que passamos juntos? Era realmente isso que você pensava de mim?
Eu continuei desnorteado, olhando para o pingente delicado caído ali no chão.
Eu era alguém complicado, você sabia disso. Um garoto depressivo com baixa auto-estima, um anti-social que quase nem saia de casa direito, com poucos amigos, tímido e introvertido demais pra alguém como você.
A minha ficha caiu assim como eu.
Eu mal consegui dar dois passos em direção ao quarto, minhas pernas fraquejaram e eu desabei ali na entrada da sacada mesmo. Chorei o resto da noite inteira. Chorei por que eu saiba que daquele amor apenas eu sentia, por que você não me via como eu te via.
Amanheceu, eu havia dormido ali largado no chão. Apesar de mal ter comido direito no jantar que havia preparado para você por causa do meu nervosismo, eu não sentia fome. Novamente, eu chorei até ser abatido pelo sono.
Assim se passou uma semana, na qual eu não havia saído de casa uma única vez, podia contar nos dedos o que havia comido naqueles sete dias. Eu sabia que você não me procuraria, assim como sabia que ninguém viria atrás de um indesejável fútil como eu, nem sequer sabia onde estava meu celular naquela altura.
Eu teria que voltar para a faculdade de qualquer jeito, talvez eu fosse trancar a matrícula.
Você estava com uma outra garota naquele dia, esbarrou em mim e eu caí. Eu fui derrubado mais uma vez por você. Ela me olhou com curiosidade, até propôs me ajudar, porém você me encarou apenas uma vez, com desgosto e frieza disse que eu era um esquisito qualquer, que ela não deveria se misturar com pessoas estranhas como eu e então saiu arrastando a pobre menina que olhava confusa para você.
Naquele dia nossos amigos vieram atrás de mim, eles sabiam que eu te amava. Me perguntaram o que havia acontecido, eu apenas menti dizendo que não havia feito nada ainda, pois não tinha coragem. Dois dias depois eu fiz toda a papelada para trancar a matrícula e sai da faculdade. Os garotos tentaram, fizeram de tudo para mim não sair ou até mesmo mudar de curso e continuar lá, mas você nem sequer olhava mais na minha cara.
Haviam se passado três semanas, eles estavam preocupados comigo, sempre viam de manhã bem cedinho e de noite me visitar, eles haviam percebido mais do que eu próprio o quão ruim era meu estado. Naquele pouco tempo eu havia emagrecido, estava pálido demais, dormia menos ainda, não tinha vontade de comer, a única coisa que fazia era chorar escondido pelos cantos daquele pequeno apartamento sempre agarrado ao delicado pingente. Os anti-depressivos pareciam não ter efeitos, minha ansiedade estava pior do que nunca, os garotos até haviam comentado que meus vizinhos estavam preocupados comigo, afinal, o que havia acontecido com aquele garoto tímido de sorrisos envergonhados? Bom, você terminou de quebra-ló. Minha mãe morava em outra cidade com meu padrasto, ambos me ligavam sempre perguntando se eu estava bem, eu sempre dizia que sim.
Estava muito frio naquela madrugada, porém eu me sentia acolhido com isso, o frio combinava na escuridão toda que reinava naquela casa e no meu peito. Apesar de estar com as mãos quase como cubos de gelo, eu resolvi encher a banheira e tomar um banho gelado, para ver se aliviava um pouco aquele vazio todo que eu sentia. No fundo eu sabia que estava mentindo pra mim mesmo, como eu sempre fazia à um bom tempo.
Ainda vestido e agarrado ao pingente que era para ser seu, eu ingere três comprimidos de um relaxante muscular qualquer e mergulhei na banheira até perder a consciência.
Você havia me abandonado, o meu tudo me enxergava como um nada, eu não estava bem fazia muito tempo, mas o amor que eu sentia por você era a minha força para continuar, então depois que você se foi, a minha energia e motivação foram junto.
Naquela madrugada fria e escura eu me matei, eu já não tinha mais forças.
Eu havia morrido e abandonado tudo por que o meu amor havia me abandonado e me desprezado.
Eu simplesmente morri, estava morto.
Por que eu te amava demais Jongin, então eu não suportava mais viver sem você. Eu te acompanhava desde a barriga da sua mãe, mas não pude segui-lo até o fim. Eu sei que sempre vou te amar, diferente de muitos, o meu para sempre é eterno e continuará até depois da minha morte, eu serei sempre seu.E foi ali, sob a pálida luz da lua, no frio cortante da madrugada, que Kyungsoo caiu de uma vez por todas, pois o Kim havia derrubado todas as suas barreiras.
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Para Sempre Eterno.
FanfictionPois Kyungsoo amava tanto Jongin, porém o Kim só foi perceber seus sentimentos pelo Dyo, quando já era tarde demais.