Fiquei encarando o pedaço de papel rabiscado e as três notas entre meus dedos por um bom tempo. Pensei no que aquilo significava e o que poderia fazer.Não sei quando comecei a chorar, mas logo minha cabeça doía e meus olhos ardiam. Eu tentava não chorar e lembrar do passado, mais, um desconhecido Acabou de me ajudar da forma mais
possível, fez mais que minha própria família.Não só pelos setenta dólares, mas por ter parado e parecido se importar,de ter me oferecido seu número e não me julgar.
Respiro fundo ao perceber que tinha que sair dali. Os funcionários ja tinham começado a limpar o local para terminar
o expediente. Ajeito Maya em meu colo e me levanto, com a mochila nas costas.Era exatamente tudo o que eu tinha. Eu precisava de um lugar para passar a noite, e com certeza de um banho, e precisava descansar.
Ando um pouco até encontrar um pequeno hotel. Não parecia um dos melhores, mas eu não estava em situação de escolher.
Respiro fundo ao ler o cartaz com a tabela de preços. Sessenta e cinco dólares, doze horas Já estava ficando escuro e eu não tinha outra saída. Então pago a moça da recepção e pego a chave gasta e encardida. Ela não pediu nenhum documento.Subo as escadas de madeira, encontrando o quarto número dezessete sem muita dificuldade.
- Você está ficando bem pesadinha 'pra eu ficar te carregando no colo,mocinha. - Sorrio fraco para minha filha, a colocando na cama.
Ela solta meu cabelo e se joga 'pra trás, soltando uma gargalhada gostosa quando faz.
o quarto era pequeno, mas bem mobiliado e aconchegante. Uma
televisão não muito grande sobre a cômoda de madeira, uma cama de casal, e dois criados-mudos, a porta para banheiro era clara. O aviso nela dizia que a água quente era limitada, que a energia acaba quando o tempo de estadia se expede e que eles não tinham um restaurante próprio.Com isso, decido que devia dar banho primeiro em Maya, então assim eu faço. A noite seria longa
[---]
- Tá tudo bem. É, tudo melhor que nunca. - Murmuro para mim
mesma, cobrindo Maya com o meu casaco, acelerando para tentar sair da chuva.O inverno está chegando e esse foi o meu maior alerta disso. Não que o inverno seja ruim, pelo contrário, eu adoro o inverno. Mas quando não se tem uma casa para morar, fica difícil gostar.
Estava trovejando e chovendo muito. Como um bom dia na Califórnia, o tempo mudou do nada e todo aconteceu muito rápido.Olho para os dois lados rapidamente antes de atravessar, assim que avisto um ponto de ônibus vazio. Me sento no banco de metal e respiro Fundo. Os pingos pesados faziam barulho quando colidam com a cobertura.
O casaco estava ensopado, mas Maya não havia pegado chuva. Ela não estava chorando, mais me olhava assustada. Talvez por
conta do barulho.Tento encontrar uma solução. Respirou fundo pela milésima vez, fecho os olhos por alguns segundos e, a única conclusão é que eu estava sozinha. Sozinha, cem por cento. Não tinha tempo para fingir que estava tudo bem. Não mais.
- Noah. - Meus lábios balbuciam assim que sua figura aparece em
minha mente.Tiro o pedaço de papel úmido do bolso, com um pouco de dificuldade.
Me esforço mais um pouco para tirar o telefone público do gancho,discando o conjunto de números, esquecendo qualquer hesitação que ligar para um desconhecido 'pra pedir ajuda tinha.
- Any? - A voz melodiosa se pronuncia do outro lado, antes mesmo
que eu o faça, um tanto no impulso, eu acho.- É, sou eu. Noah, né?
- Sim, eu. Está tudo bem? - O tom de preocupação na sua voz é nítido.
Respiro fundo. - Isso é barulho de chuva? A Maya está com você?
- Uhum. - Acho que minha voz embargou ali. Techo os olhos e aperto Maya contra meu corpo.-Eu... Preciso de ajuda.
- Tudo bem! Tudo bem, só me fala onde você está, ok? Eu chego
Ai rapidinho. - Suas palavras saem rápidas e ele parecia estar andando agora.- Na segunda rua depois da lanchonete de ontem. - Engulo seco
quando sinto as lágrimas escorrerem. Eu não estava acostumada a pedir ajuda.- Chego rapidinho, ok? Em dez minutos no máximo.
Votar
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙂𝙪𝙖𝙧𝙙𝙞𝙖𝙣 𝘼𝙣𝙜𝙚𝙡 ||𝙣𝙤𝙖𝙣𝙮
Fanfiction𝙉𝙤𝙖𝙣𝙮 ||𝘼𝙣𝙮 𝙜𝙖𝙗𝙧𝙞𝙚𝙡𝙡𝙮 𝙚 𝙨𝙪𝙖 𝙛𝙞𝙡𝙝𝙖, 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖𝙢 𝙙𝙚 𝙨𝙚𝙧 𝙙𝙚𝙨𝙥𝙚𝙟𝙖𝙙𝙖𝙨 𝙙𝙤 𝙨𝙚𝙪 - 𝙚𝙭 - 𝙥𝙚𝙦𝙪𝙚𝙣𝙤 𝙖𝙥𝙖𝙧𝙩𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙚 𝙣ã𝙤 𝙩𝙚𝙢 𝙥𝙧𝙖 𝙤𝙣𝙙𝙚 𝙞𝙧. 𝙈𝙖𝙞𝙨 𝘿𝙚𝙪𝙨 𝙨𝙚𝙢𝙥𝙧𝙚 𝙢𝙖𝙣𝙙𝙖 𝙨�...