eu sinto tanta falta desse lugar e de como as coisas eram antigamente. me lembro de imaginar o que seria diferente quando eu estivesse com a idade que tenho hoje, e a ideia de que as coisas seriam melhores sempre me deixava esperançosa sobre a vida, torcendo para que tudo ficasse bem quando tivesse que ficar.
hoje, ainda sinto esperança, mas não tanto quanto antes. é estranho perceber o quão amarga estou me tornando e que a incerteza de antigamente que era aguçada com as melhores possibilidades, agora é vista em uma perspectiva de extremos: vai dar tudo errado.
por isso, sinto tanta falta daqui. esse lugar sempre foi um refúgio, uma casa. às vezes complicado e assustador, e outras em sua maioria, eu me sentia segura aqui, protegida e com apego pela vida.
tudo está tão difícil. me tornei uma pessoa reclusa, com medo de outras pessoas e do mundo. depois de muito tempo, descobri que tinha fobia social e nunca foi tão agoniante buscar um lugar para mim nesse meio tempo. tenho alguns objetivos, o maior de todos é me formar, mas tenho vontade de me esconder debaixo da cama e nunca mais sair só de pensar nas coisas que preciso enfrentar para conseguir isso.
me sinto tão fraca e frágil. qualquer coisa me quebra. a diferença entre as duas de mim, a de antes e a de agora, é novamente, a esperança. não tenho mais confiança nas coisas, especialmente em mim mesma. não acredito que posso realizar algo porque dentro de mim é oco. venho tentando aceitar isso, entender isso, mas é tão difícil.
às vezes eu só gostaria de pausar as vozes, as pressões, as exigências e expectativas. às vezes eu só gostaria de repousar nas páginas de escritores incríveis que conheci por aqui e encontrar a esperança que eu precisava naquele momento.
acho que tem dias em que isso não é possível. e acho também que está tudo bem em se sentir assim. por mais que na verdade, nada esteja realmente bem.
viver é difícil.
