CAPÍTULO DOIS: No Território do Cupido

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Lei da natureza: sobrevive até o estágio final quem conquista a família.

Nas tardes de quinta feira era sagrado a senhora Shim fazer uma torta de bolacha, aprendizado adquirido de sua amiga brasileira quando ainda moravam na Austrália. Era um doce que fazia sucesso em qualquer lugar que fosse apresentado, e não seria diferente ali no bairro onde a mulher quase ganhou uma votação de presidente do bairro sem nem mesmo estar competido por isso, apenas por ser a dona que mais dividia suas experiências culinárias com os vizinhos e convenhamos: comida abre muitas portas. O que incluía a porta da casa dos Kim, está a qual o filho único do casal Shim fazia questão de se colocar a disposição para para levar uma prova da torta pessoalmente. Era amigo de Sunoo a anos, então seu acesso era livre mas ainda assim preferia ir na casa do outro com algo em mãos, pois sabia que aquilo iria conquistar pouco a pouco o coração de quem um dia ele planejava chamar de sogra.

Tinha todo um plano para nada dar errado, primeiro prendia Layla para ela não ter a brilhante ideia de correr pelo meio de suas pernas o derrubando ao chão com torta e tudo, e foi a melhor coisa que ele fez porque ao pegar o refratário olhou para a cachorrinha que parecia desesperada para ir em sua direção. Um ponto para si, estava ficando mais esperto e não deixaria seu atrapalhamento estragar tudo novamente, já bastou ter que ouvir do seu pai que em sua tão distante adolescência ele nunca havia sido tão atrapalhando, ao menos não no nível que o filho conseguia ser. Ora bolas não era sua culpa se aquela mulher da limpeza o perseguia, se fosse criança teria trauma dela, e se virasse um roteirista um dia ele com certeza escreveria uma história de um filme de terror onde a faxineira do colégio tenta matar um aluno inocente, provavelmente só porque era um gay camuflado de hétero enquanto admirava abobalhado a primeira maravilha da criação: Kim Sunoo.

Saiu do portão, indo pro pátio ao lado com a maior tranquilidade do mundo por não ter sido atingido pelo correio que vinha de bicicleta a quase oitenta quilometros por hora segundo a visão do Shim. Exagerado? Jamais! Apenas um mestre injustiçados das suposições. Abriu a porta da casa alheia olhando ao redor e suspirando aliviado, nada do pestinha do irmão do Kim, por isso se arriscou a dar três passos pelo corredor que ligava de um lado a sala, de outro a cozinha e reto o banheiro um pouco antes da escada que dava para os quartos. Mas teve que abraçar com força o refratário metendo um pé na parede enquanto apoiava as costas na outra extremidade, olhando assustado para o menininho que estava pendurado na perna erguida se balançando na maior animação, queria gritar e lhe dizer para não fazer aquelas coisas, mas desde que havia se apaixonado o Shim tentava a todo custo controlar sua pouquíssima paciência, mas naquele caso ela parecia uma calcinha fio dental socada no meio da bunda. E o pior era que o garotinho parecia saber disso e o testar justamente por isso, para os benditos nervos do mais velho explodirem como a própria bomba nuclear.

Voltou com o pé no chão, caminhando com o menor pendurado em si. Bem, pelo menos agora ninguém mais pularia em sua frente, certo? Errado! Porque a irmã mais velha dos três brotou quase de do quinto dos infernos para o abraçar pelo pescoço e lhe dar uma lambida na bochecha, Jake revirou os olhos e virou o rosto para o lado oposto sabendo que ela era capaz de tudo se a encarasse o que incluía o beijar, mesmo que fosse somente uma piadinha sobre ele nunca conseguir chegar tão perto do Kim do meio. Colocou o refratário sobre a mesinha, observando por alguns segundos a dona da casa lavando a louça atarefada como sempre, e então ao aspirar bastante oxigênio decidiu tomar a frente para falar algo:

── Boa tarde, senhora Kim! Mamãe pediu para trazer um pedaço da torta para vocês. ── Sorriu largo ao ver a mulher se virar sorrindo igualmente, secando as mãos e pegando o bolo enquanto o guardava na geladeira.

── Não sei porque você insiste nessas formalidades, pode ir jogar com Sunoo. ── A mais velha disse, vendo as orelhas do garoto ficarem muito vermelhas e o mesmo baixar o olhar como que pego no pulo. ── Dohyun, solte ele! ── O garotinho soltou emburrado, um alívio para o mais velho. ── Minjeong... ── Só um nome e foi o suficiente para a garota o soltar.

Crush no Cupido || k.s + s.jOnde as histórias ganham vida. Descobre agora