Rony e o Dia de Sol

☀️Rony e o Dia de Sol - Conto☀️

Dizem que as mais doces lembranças são as da tinfância.

- Branca! Branca! Acorda sua lerda! Ou iremos perder o busão e chegaremos só ao meio dia à praia. - gritou Rony para sua irmã do meio.

Branca, uma garota de hábitos noturnos, que adorava passar as madrugadas maratonando séries. Permanecera imóvel sob os lençóis com estampas de gatinhos, que parecia mais um casulo abrigando uma doce e frágil crisálida, que em breve se transformará em uma linda borboleta.

Parado com as mãos na cintura, Roniel um garoto franzino e pálido, vestido em seus trajes de banho: uma bermuda azul marinho e uma regata vermelha. Esperava ansioso algum sinal de vida de sua irmã.

Depois do que pareceu uma eternidade, o pré -adolescente no auge de sua impaciência inerente aos seus 11 anos resolveu dar um sacodem mais energia que o primeiro que serviu apenas para anunciar sua presença. Uma vez que a adolescente nem se manifestara.

- Andaaa sua preguiçosa...Vamos perder a condução, papai já está bravo e quer desistir de ir... Se ele cancelar e eu perder de passar o domingo com o mano Luís eu juro que jogo todos os seus CDs do Justin Bieber no lixo!

Após ouvir as palavras mágicas : Justin Bieber, CDs e Lixo, nossa rainha noturna e futura borboleta, resolveu sair de seu aconchegante casulo com num passe de mágica.

- O quê inferno?! Num vê que eu to no meu sono de beleza ? Sabe que eu só me levanto depois das dez -reclamou a aborrecente ao se sentar e retirar de seu rosto pálido, adornado por uma sobrancelha espessa, sardas e um par de olhos castanhos escuros e com olheiras, fruto de suas noites gastas em livros e filmes adolescentes. A cortina volumosa de cachos negros.

O pré-adolescente de cabelos volumosos e escuro fungando em indignação, resolveu apelar para a chantagem ou correria o risco de seu pai cancelar o passeio em família. E ele jamais permitiria que uma garota sem noção, como sua irmã atrapalhasse seus planos de dia um perfeito e de ele estrear seu avião de controle remoto que ganhara de aniversário do seu irmão mais velho e também sua maior inspiração.
- Se você não levantar dessa cama em dez minutos, conto pra o papai e pra mamãe que foi você quem quebrou o jarro persa da vovó.

usando de uma energia até então desconhecida a adolescente pula da cama na velocidade da luz, correndo em disparada para o banheiro.

Satisfeito, o garoto deu um sorrisinho e comemorou ao garantir a diversão com sua família.
Rony passou a semana toda planejando o fim de semana perfeito, até acompanhou o noticiário sobre o tempo, rezando para que o domingo não fosse de chuva.
Nada o impediria, nem a chatinha da Branca.

Depois de passarem quase 2 horas num busão abarrotado de gente e ouvirem de sua irmã reclamações o caminho todo sobre: o cheiro de CC de alguns passageiros, da falação, do calor, da demora, do apertado e que eles deveriam ter um carro.
O pré-adolescente almejava correr para areia macia e começar a sua diversão.

A família escolheu um lugar mais afastado do pessoal , arrumaram os guarda-sóis, suas cadeiras, a enorme cesta de comida e a caixa térmica. Dando oficialmente o início a diversão.

Roniel, depois de passar horas dividido entre brincar e mergulhar com seu mano Luís, piloto da Força Aérea brasileira, orgulho da família e seu ídolo master.

O caçula da família Rocha Neto resolveu se juntar ao seus parentes para comer, pois suas lombrigas já estavam iniciando uma rebelião.
Os roncos barulhentos e nada discreto, o alertava que era hora de dar uma pausa para alimentá-las.

Enquanto abocanhava, um sanduíche de patê de frango, feito pelas mãos afetuosas de sua mãe.

Observara seu pai, um homem na casa dos cinquenta anos morder uma coxa de frango frito, enquanto comentava algo com sua mãe, que estava degustando com toda sua elegância um sorvete de casquinha sabor pêssego e mirava o homem ao seu lado com atenção.

A mulher de cabelos loiros e olhos castanhos claros olhou na direção que seu seu esposo indicava, fazendo Rony também acompanhá-los.

Surgindo em campo de visão de maiô verde oliva uma figura magra que parecia mais um peru besuntado de manteiga, no caso dela eram 200 quilos de protetor solar fator 60.

Dava lambidelas em seu sorvete de casquinha, lançando disfarçadamente olhares cobiçosos e apaixonados para o surfista da prancha azul bebê.

O mesmo cara que quase a fez ser atropelada ao andar pelo calçadão movimentado, porque a garota que ao que pareceu estava no mundo da lua, caminhou pela orla, sem se dar conta que tinha ido parar na ciclovia ao desviar de um sufista e sua prancha.

Sendo quase atropelada por uma ciclista em alta velocidade.

Sorte foi seu irmão caçula que a salvou bem a tempo lhe dando um belo de um puxão.

-Vem Mano, vamos catar umas conchas para nossa coleção! - Chamou Luís, seu ídolo. Que viera passar as férias em casa naquele verão. Rony correu até Luís, com seu baldinho e juntos deram início aos trabalhos.

Roniel olhando para seu irmão suspirou e em seu coração firmou a promessa, tendo como testemunha o mar límpido e calmo. Quando completasse seus dezoito anos, seguiria na carreira de piloto de avião assim como seu irmão mais velho.

E foi assim o dia mais incrível dos Rocha Neto, nem a chuva fina no final da tarde atrapalhou as boas memórias.