[03] O medíocre aceita o seu destino

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A história de como aquele mundo surgiu é contada da seguinte forma: Antes de existir algo. Existe a Mãe.

Ela quem criou tudo, deu suas formas, tamanhos e cores. Desde o primeiro pingo d'água; do germinar em diferentes superfícies; do polinizar de flor em flor; dos frutos caindo das árvores; dos restos alimentando outras raízes; por fim, o ciclo se repetindo.

Era a criação mais que perfeita.

Tão apaixonada pelo que criou, a Mãe decidiu popular o seu mundo a sua própria imagem, esbanjando do seu mais vasto poder, a vida.

Assim, seres e magia passaram a coexistir e para manter o seu equilíbrio, a Mãe deu à luz a gêmeos, Ruber e Lazúli.

Eles representavam a perfeição da Mãe e cada um foi abençoado com metade do seu poder.

Enquanto Lazúli carregava consigo a plenitude, contemplação e equilíbrio. Ruber exalava sucesso, triunfo e desequilíbrio.

Como Yin Yang; como água e fogo; como o sol e a lua.

Ao se unirem, tornariam-se de iguais para igual com a Mãe.

Contudo, a existência dos dois causou um grande incômodo aos Celestiais.

Acreditava-se que se ambos coexistirem carregando todo o poder da Mãe de forma tão imatura, o infortúnio se espalharia não apenas naquele universo, mas nos outros também.

A Mãe ― até então a Querida dos Céus ― protestou, ficando contra todos para proteger seus filhos e sua criação, como consequência, a raiva dos Celestiais reverberou e uma Guerra Divina teve o seu início.

Por incontáveis Luas, a Mãe lutou. Ela criou o seu próprio exército de criaturas místicas e liderou-os numa batalha contra a mais alta Elite de Guerreiros Celestiais.

Entretanto, mesmo sendo detentora do poder da vida e considerada a Celeste mais poderosa, eram todos os Céus contra ela. Uma guerra injusta onde estava claro quem dali seria o vencedor.

A Mãe foi contida por seus irmãos e aprisionada no Vazio do Universo.

E os gêmeos? Eles foram tomados pelas autoridades dos Céus e o destino de cada um fora decidido pelo Papiro Sagrado (ironicamente, criado pela própria Mãe). Enquanto Lazúli viveria como uma divindade, predestinado a ter muita honra e usufruir de luxos; Ruber fora mandado para Terra dos Esquecidos, fadado a cuidar das almas que não atingiram os Céus e puni-los por sua heresia.

Nenhum dos dois gostou desta separação, eles podiam ser mais fortes juntos; A perfeição só existiria se eles estivessem unidos.

Porém quem mais sentia ira era Ruber. Ele queria vingança pela Mãe, pela sua metade e pelo futuro injusto que sua família levou.

Ruber arquitetou tudo, pronto para começar outra Guerra Divina. Ele usou do seu poder para ressuscitar as criaturas da Mãe e transformar as almas da Terra dos Esquecidos em monstros com sede por sangue celestial.

A injustiça e o seu desejo por vingança, levou o seu Desequilíbrio a se tornar o Caos. Aquele mundo, a criação mais perfeita da Mãe fora quase inteira destruída por conta disso; inocentes sucumbiram à morte; o Universo quase colapsou.

Ruber se via mais cego pelo ódio, próximo do estupor da loucura.

Não era mais sobre vingança, e sim questão de ego. Ele queria destruir os Céus por completo.

Foi então que Lazúli interferiu.

Se houvesse um espectador, seria dito que fora a batalha mais dolorosa já vista. Eram irmãos ali. Nenhum dos dois queriam que as coisas tivessem terminado do jeito que terminaram.

O Escolhido do Dragão 🐉 jikookWhere stories live. Discover now