Running: friends

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— Tem certeza de que você vai ficar bem? Tipo… Você vai ficar sozinha com ele aqui — questionou Xiao Kuna — Vocês dois nunca ficaram tanto tempo juntos depois de tudo aquilo.

A garagem da casa de Yang Jungwon (e também local do ensaio) estava uma bagunça naquele dia, e quem ficaria responsável por organizar tudo seria Hwang Aeri e o próprio Jungwon. Talvez esse seja um motivo de preocupação enorme para Kuna, principalmente por saber de tudo que os amigos tiveram que passar e aquela seria a primeira vez que os dois iriam passar tanto tempo juntos, e sozinhos.

— Está tudo bem, Kuna. Relaxa! — disse Aeri, sussurrando — Jungwon e eu somos apenas bons amigos agora. Não precisa se preocupar com nada.

— Certo, boa sorte! O Heeseung insistiu em me acompanhar até em casa mesmo contra a minha digníssima vontade. Então, adeus.

— Boa sorte pra você também.

A Xiao suspirou e logo em seguida se aproximou de Heeseung e Jake. Ela estava ferrada.

Se existe uma palavra que possa descrever o que estava acontecendo com os integrantes da Radiohead, essa palavra é confusão. Confusão desde o baterista até o vocalista da banda, confusão essa que até Jake e Park Sunghoon (o assistente da banda) estavam metidos, e seria tudo mais fácil se essa confusão não envolvesse tantos sentimentos.

A banda tinha apenas uma regra para seguir: Os membros da banda não podiam em hipótese alguma se relacionarem entre si. Os primeiros a quebrarem essa regra foram Yang Jungwon e Hwang Aeri, que acabaram terminando e isso afetou a banda diretamente tanto nos ensaios quantos nos poucos shows que faziam. Park Sunghoon e Shim Jake quebraram essa regra também, e agora ambos fingem que nunca existiu um nós, mesmo que doa. E restaram Lee Heeseung e Xiao Kuna, a dupla de sentimentos mal resolvidos e saúde mental instável, mas que tentam a todo custo estar bem para se ajudar. Eles só tinham um ao outro agora, por mais que Kuna se recusasse a acreditar que Aeri estava distante há alguns meses.

A questão é que Kuna ama Heeseung e Heeseung ama Kuna. Não é o tipo de amor que você esquece um mês ou até duas semanas depois do término ou do fora, mas sim o tipo de amor que dura para sempre, e mesmo depois de anos, ele ainda existirá ali, em algum lugar. Entretanto, por que deixar o orgulho e o medo de lado era tão difícil? Por que admitir de uma vez esse sentimento é tão complicado? Pensar nas consequências do futuro é o que está acabando com ambos a cada dia que passa, mesmo nenhum dos dois demonstrando isso.

Heeseung sempre foi o mais fechado de todos, e a única pessoa para qual ele se abria completamente era Kuna. Por mais que na maioria das vezes ele preferia ficar sozinho, era difícil lidar com os problemas em casa e com o turbilhão de sentimentos que estava acabando com todos os seus neurônios. Todavia, Kuna ainda estava ali para fazê-lo sorrir mesmo quando o pai dizia que ele não merecia ser feliz nem por um segundo sequer de sua vida.

Heeseung começou a fumar com dezesseis anos de idade. A primeira vez foi em uma boate que ele foi escondido do pai. Foi a primeira e com certeza não foi a última vez em que ele iria sair escondido do cara que ele sente nojo por ter que chamar de pai.

Não foi diferente com Xiao, que não aguentava mais os surtos do seu pai por zero motivos, e tentava se livrar das suas dores com cigarros de menta. O Lee fazia piadas como "Vou morrer cedo por causa do pulmão", e Kuna odiava isso estando na mesma situação deprimente que ele.

— Eu sou o único que vai pra casa sozinho? Que tipo de amigos são vocês? — Jake cruzou os braços — Odeio todos.

— Para de drama, cara! Você mora na mesma rua que o Jungwon — Heeseung passou o braço por cima dos ombros do Shim — Agora vamos logo! Já está ficando tarde e não estou afim de apanhar. Vamos, Kuna?

— Já falei que não precisa me acompanhar — deu de ombros.

— Não ligo. Vamos logo! — disse, afastando de Jake e puxando a amiga para fora do local.

O clima estava frio. Kuna sentiu seu corpo arrepiar-se dos pés à cabeça. De alguma forma, sendo destino ou coincidência, depois de um dia cansativo na escola ou ensaios longos da banda. No fim do dia ela e Heeseung se deparam com noites frias, estas que faziam o coração de ambos se acelerar, que fazia o corpo dar sinal de que precisariam de contato para se aquecer. E era exatamente por isso que Heeseung carregava um moletom extra na mochila, ele não queria dar ouvidos aos seus anseios, sabendo que o remorso poderia vir no dia seguinte. Somos amigos e nada mais. Ele repetia para si mesmo quando aquele tipo de pensamento invadia sua mente.

— Está frio, de novo… — Kuna colocou as mãos no bolso do jeans azul que trajava, observando o céu vazio, sem sinal de uma estrela sequer — Por que insistiu em me acompanhar até em casa? Você sabe muito bem o que meu pai pensa sobre isso, né?

— Se ele me ver, não vai poder fazer nada. Meu pai é um desgraçado, do tipo bem filho da puta, mas ele não vai deixar outra pessoa além dele bater no próprio filho — riu sem humor — E garotas bonitas como você não devem andar sozinhas por aí em um horário desses.

— Heeseung…

— Pode ficar tranquila, ele não me bate há alguns meses. Mas é sempre bom estar preparado para o pior quando seu pai é um maluco alcoólatra, e sua mãe te visita uma vez no mês fingindo que se importa — começa a caminhar — Vamos?

Ela assentiu em silêncio, o seguindo. De qualquer forma, não importava a situação, o problema ou o dia. Noites frias levavam Lee Heeseung e Xiao Kuna a caminhadas noturnas, sentimentos caóticos e emaranhados e questionamentos contínuos.

⧾ notinhas: finalmente veio aí! confesso que eu tava muito ansiosa pra postar essa história, e quase que surto e posto antes da hora, rs. essa é uma sidefic de outra fanfic minha do jungwon, porém, decidi escrever com o heeseung e a kuna! meus agradecimentos a ju por me deixar usar a kuna nessa fanfic e em outras futuras, a @yvespicy por essa capa maravilhosa e a @cottage-core pela betagem, amo vocês ♡

Cold nights (Heeseung - ENHYPEN)Where stories live. Discover now