Capítulo 1

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Gnagi emerge da Floresta Negra com olhos penetrantes, que parecem refletir a escuridão dos troncos que se erguem imponentes em sua frente. Seu coração não teme os perigos que espreitam naquele lugar, pois a sua ambição o impulsiona adiante.

Ele sabe que precisa apressar os seus passos, que o levam em direção a uma montanha de gelo que se assemelha a um trono congelado. A razão por trás de sua jornada é incerta, mas ele sabe que é o seu destino.

Os pés de Gnagi pisam o chão com firmeza, como se estivessem marcando o seu território em meio à floresta. Cada passo é preciso e determinado, e ele não se deixa intimidar pela grama que se estende diante dele como uma serpente ondulante.

O vento sopra suavemente, balançando as folhas das árvores, e o cabelo ruivo de Gnagi dança em resposta. Ele segue adiante, com os olhos fixos no horizonte, confiante em sua capacidade de superar qualquer obstáculo que surja em seu caminho.

Gnagi era um guerreiro imponente, de estatura elevada e musculatura robusta, típica dos clãs nórdicos. Seu corpo era marcado pelas cicatrizes de batalhas passadas, símbolos de sua coragem e determinação. Seus cabelos ruivos caiam desalinhados sobre sua testa, contrastando com a expressão séria de seu rosto. Seus olhos azuis eram profundos e brilhavam com intensidade, como se escondessem segredos e mistérios insondáveis. Através do olhar de Gnagi era possível ver sua determinação em alcançar a grandeza.

Seu traje era de couro resistente, adornado com enfeites de metal que brilhavam sob o sol. Em seu peito estava gravado o símbolo de seu clã, um corvo azul de olhos amarelos, o animal que o visitara em seus sonhos e que o inspirara a buscar a glória. Sua capa era de lã grossa, forrada com pele de raposa, e repousava majestosamente sobre seus ombros largos. Em suas mãos, ele empunhava uma espada de lâmina afiada e um machado de guerra.

A neve caía silenciosa e lentamente sobre o chão coberto de musgo, criando um manto branco e puro que refletia a luz prateada da lua. Gnagi parou por um momento para observar o espetáculo da natureza, sentindo a paz que a paisagem lhe proporcionava. Os flocos de neve desciam graciosamente, tocando gentilmente a sua pele e se misturando aos seus cabelos ruivos. O ar frio e cortante contrastava com o calor que sentia em seu peito, alimentado pela chama da ambição que ardia dentro de si.

Enquanto caminhava pela neve fofa, Gnagi ouviu um som agudo e familiar, que parecia chamá-lo pelo nome. Instintivamente, olhou para cima e viu uma figura majestosa voando em círculos sobre sua cabeça: um corvo, mas não qualquer corvo. Suas penas eram de um azul profundo e intenso, brilhando como safiras na luz da lua. Era um animal imponente, de porte avantajado, que parecia observá-lo com olhos penetrantes e inteligentes.

Gnagi sentiu seu coração acelerar, percebendo que não se tratava de um simples corvo, mas de um sinal. Em sua cultura, o corvo era um animal sagrado, um símbolo de sabedoria e visão além do alcance humano. O fato de ser azul o deixou ainda mais impressionado, pois sabia que isso era um presságio auspicioso, um sinal de que sua ambição estava prestes a se realizar. Observou o corvo por alguns instantes, maravilhado com sua beleza e mistério, sentindo que aquela visão jamais sairia de sua mente.

Gnagi continuou sua jornada, seguindo em frente sem se deixar distrair pelo corvo que voava sobre ele. Mas, de repente, um estrondo ecoou pelo ar, fazendo o guerreiro parar em seus passos. Olhando para cima, ele viu que a montanha a sua frente começou a se rachar ao meio, como se tivesse sido golpeada por uma gigantesca espada divina. As duas metades da montanha começaram a se afastar, criando uma abertura em seu centro.

Gnagi não conseguia acreditar no que estava vendo. O vento uivava ao seu redor, soprando flocos de neve em seu rosto, mas ele não se importava. Seus olhos fixos naquele cenário incomum, suas mãos firmes no cabo de sua espada. Ele estava pronto para enfrentar o desconhecido.

O Corvo AzulWhere stories live. Discover now