O Corvo Azul

Capítulo 2

A festa estava em pleno andamento, com os participantes cantando, bebendo e rindo juntos. O salão estava iluminado pelas tochas penduradas nas paredes e o cheiro de carne assada enchia o ar. De repente, um grupo de guerreiros se levantou e começou a bater seus escudos em uníssono, enquanto entoavam uma antiga canção de batalha. Outros se juntaram a eles, cantando e dançando em torno da fogueira central.

Era a noite em Ravenhold!

Enquanto isso, um grupo de mulheres começou a preparar o ritual sagrado da bebida do hidromel. A líder do grupo, uma sábia anciã, trouxe um chifre gigante de hidromel e começou a derramá-lo em um recipiente de madeira esculpido com símbolos antigos. Ela cantou palavras de poder sobre o hidromel, invocando a bênção dos deuses. Quando terminou, passou o recipiente para as outras mulheres, que o entregaram aos homens para que bebessem em comunhão.

Enquanto isso, um grupo de jovens desafiava uns aos outros em um duelo de força e habilidade, enquanto a multidão aplaudia e gritava de entusiasmo. Em outra parte do salão, um grupo de crianças brincava de caça ao tesouro, enquanto os mais velhos trocavam histórias e experiências de batalhas passadas.

A música aumentou, e um grupo de músicos começou a tocar uma melodia animada com seus instrumentos de cordas, sopro e tambores. O ritmo contagiante tomou conta da multidão, e logo todos estavam dançando e girando em torno da fogueira, celebrando a vida e a força da comunidade.

Em algum momento da noite, os participantes se reuniram em torno do sacrifício sagrado, oferecendo a carne de um javali em honra aos deuses. O líder do clã levantou seu machado de batalha e fez o corte final, enquanto os participantes aplaudiam e celebravam a vitória.

O líder do clã, chamado Grimr, era um homem alto e robusto, com uma barriga proeminente que indicava o seu amor por comida e bebida. Seu rosto era redondo e rechonchudo, com bochechas rosadas e um queixo duplo. Ele sempre se vestia com roupas de qualidade, adornadas com joias e outras peças de valor, que mostravam a sua posição de poder dentro do clã.

Grimr andava com um ar de superioridade, como se fosse o dono do mundo. Ele raramente se dignava a falar com os outros membros do clã, a menos que fosse para dar ordens ou cobrar tributos. Sua voz era alta e autoritária, e ele gostava de impor a sua vontade sobre os outros.

Mesmo quando estava sentado à mesa, comendo e bebendo, Grimr mantinha a sua postura altiva e arrogante. Ele não se importava em ser servido pelos outros, e exigia que lhe fossem oferecidos os melhores pratos e bebidas. Sua aparência exalava riqueza e poder, e ele fazia questão de que todos soubessem disso.

Grimr olhou em volta da festa, procurando por Gnagi. Ele vasculhou a multidão de rostos, mas não encontrou seu subordinado em lugar algum. Virando-se para um dos seus homens de confiança, Grimr perguntou com uma voz áspera e autoritária:

"Onde está Gnagi? Eu esperava que ele estivesse aqui para me saudar."

O subordinado encolheu os ombros, claramente desconfortável com a pergunta do líder do clã.

"Eu não vi Gnagi desde ontem à noite, senhor. Não sei onde ele está."

A arrogância e impaciência de Grimr eram evidentes em sua postura, enquanto ele respondia com um ar de desdém:

"Como é possível que meu subordinado mais leal não apareça em uma noite como esta?" 

Grimr, frustrado por não ter encontrado Gnagi na festa, decidiu perguntar aos seus subordinados se tinham alguma pista do paradeiro do membro do clã do Corvo. Um dos homens prontamente respondeu que tinha visto Gnagi na beira do lago, bebendo com alguns aldeões mais velhos.

Grimr ficou ainda mais irritado com a resposta, sentindo-se desprezado pela ousadia de Gnagi de não aparecer em uma festa importante para o clã. Decidiu, então, partir imediatamente em busca do membro faltante, acompanhado por alguns dos seus homens mais leais.