25 DE JULHO DE 1822.DOIS ANOS APÓS SE MUDAR PARA À FRANÇA, Georgina Marie Bunwell, estava estonteante. Havia engordado consideravelmente e a cada vestido que não lhe servia mais, sorria radiante e costurava um novo. Seu tio, era um médico excepcional, o qual atendia apenas nobres franceses, e, com o tempo, passou a ser doutor de membros da realeza francesa. Ele lhe apresentou médicos que estudavam pessoas como ela, — magras demais e incapazes de ingerir alimento, devido ao psicológico abalado —, e, após a garota se submeter a testes alimentícios e psicológicos, depois de meses conseguiu comer uma maçã inteira pela primeira vez e começou a melhorar sua relação com a comida aos poucos. Primeiro, parou de induzir o vômito e começou a tomar remédios e chás para abrir o apetite. O psicológico, como os médicos previram, fora a parte mais complicada, mas com o apoio do tio e da tia, ela conseguiu vencer os pensamentos melancólicos e a imagem negativa que tinha sobre si. Ainda, não comia nenhum tipo de doce, mas amava os pães que a tia fazia.
Embora a saúde fosse a principal motivação que fizera Georgina ir para à França, com o tempo, ela encontrou uma forma de sorrir novamente. Seu tio, ao descobrir o amor da sobrinha pela costura, lhe presenteou com uma loja para que ela pudesse vender os vestidos que bordava, arquitetando com a esposa uma forma de não causar nenhum escândalo para Georgina: a loja seria falsamente dirigida pela tia, enquanto a sobrinha aparentava ser apenas a ajudante. Dessa maneira, ela poderia ganhar dinheiro e autonomia com seu trabalho, além de ser uma forma de manter sua mente ocupada.
Pierre Leblanc era casado com Jane Leblanc, a irmã mais velha da falecida mãe de Georgina, conhecida por ter fugido de Londres para se casar com um médico francês e nunca mais retornar, após o escândalo causado na alta sociedade. A única vez em que a jovem dama viu a tia, fora na semana do falecimento de seu pai. Depois disso, elas apenas trocaram cartas até Jane descobrir que a sobrinha estava doente e oferecer ajuda.
— Peu, aquele carteiro estranho lhe deixou um bilhete para que você busque suas correspondências — comentou a tia, Jane, enquanto organizava a mesa de jantar da família. — Por que isso não me cheira bem? Que cartas são essas que você não pode receber aqui em casa, Georgina?
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Cartas para Louis Hanworth
Historical Fiction[Continuação da obra vencedora do Wattys 2022] ASSIM COMO O CÉU É AZUL E A TERRA É REDONDA, Georgina Marie Bunwell sempre foi apaixonada por Louis Hanworth. Entretanto, quase três após sua chegada à França, seus sentimentos pelo jovem duque parecem...