Aos olhos de todos, Sara era uma garota perfeita. A linda, educada e doce filha do pastor encantava os olhos de todos que a viam caminhar pelo tipo bairro periferico de Tóquio. E a perfeição em forma de mulher não passou despercebida dos olhos aten...
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O sol raiava do lado de fora, um dia lindo e leve para que jovens pudessem aprender com calma e sabedoria, entretanto, não aquilo que acontecia na turma do último ano daquela escola.
— DÁ PARA VOCÊ TIRAR A MOCHILA DELE DALI? — Keiko gritou, enquanto apontava para a mochila de um dos garotos que estava amarrada no ventilador ligado.
— Não — Hanma respondeu simplista, dando os ombros, enquanto estava sentado em sua carteira, com os pés sobre a mesa.
Sara suspeitava que a qualquer momento, Keiko voaria no pescoço dele.
Hanma era um idiota. O mais alto da turma, potencialmente da escola, e com um ego que ultrapassava o tamanho de seu topete. As vezes ele conseguia ser um cara legal, mas, na grande maioria das vezes, era o responsável por fazer Sara precisar pedir muitas desculpas a Deus.
— Hanma, por favor! — Sara suplicou, enquanto tentava acalmar o pobre Haru, nerd fofo da sala que tinha sua mochila amarrada no ventilador.
Hanma encarou Sara e depois encarou Haru, revirando os olhos brevemente.
— Se quiserem pegar a mochila, é só pegar.
Keiko deu um grito, tornando a discutir acaloradamente com Hanma, enquanto Sara e Nakamura tentavam acalmar o garoto.
— Ele é um idiota — Nakamura resmungou, enquanto entregava uma garrafa d'água para Haru, que chorava sem tirar os olhos da mochila rodando no ventilador.
— Um completo babaca cabeça quente — Sara respondeu, revirando os olhos.
Aquela situação toda estava acontecendo devido a uma simples retaliação, já que na aula passada havia ocorrido um pequeno debate entre os alunos, ao qual Haru pode ter insinuado, sem a intenção, que Hanma era um desgraçado sem futuro.
Ele não havia usado essas palavras com clareza e dificilmente diria algo assim, Haru era um homem bom e incapaz de fazer mal a uma mosca. Porém Hanma não parecia partilhar da mesma opinião que ela.
— Minha mãe me deu essa mochila — Haru resmungou, enquanto as lágrimas ainda insistiam em cair.
Observando o pequeno Haru chorar, e movida pelos gritos de Keiko e pelo deboche de Hanma, Sara decidiu agir.
Em silêncio, ela se levantou e caminhou em direção ao interruptor do ventilador. Hanma estava sentado ao lado do interruptor e encarou Sara com as sobrancelhas erguidas, mas não a impediu de desligar o ventilador.
Em seguida, ela começou a arrastar uma das mesas para próximo de onde estava o ventilador com a mochila amarrada.
— Amiga, o que você tá fazendo? — Keiko perguntou, arregalando os olhos ao ver Sara subindo em cima da mesa.
— Eu vou pegar essa maldita mochila — ela respondeu, terminando de subir no móvel.
— Não sabia que vocês crentes falavam 'maldita' — Hanma debochou, fazendo Sara revirar os olhos. Ela não se daria ao trabalho de responder.
