E se?

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Eu queria muito beber, precisava beber, mas quando vi Maria aqui e que estava bêbada, achei melhor ficar somente na água mesmo. Ela termina sua bebida azul como se fosse um suco e começa a olhar ao redor o que é até engraçadinho.

— Preciso ir ao banheiro. — diz ela e eu aponto com o dedo para a placa, ela sorri e se levanta.

Ela começa a andar cambaleando, por um momento ameaço levantar para a ajudar, porque acho que ela não vai conseguir chegar até o banheiro sem cair, ela tropeça aqui e ali mas chega.

— A bebida dela foi por conta da casa, a sua não, e já estamos fechando. — Phil se aproxima.

— Phil, lamento o engano que cometemos, peço desculpas em nome do departamento de polícia de Duskwood. Vamos nos retratar publicamente, mas fico feliz que seu bar não tenha sido afetado pelos boatos e pela prisão. Este caso todo foi uma confusão.

— Obrigado detetive, mas se não fosse por Maria, eu ainda estaria lá, preso, injustamente.

— Lamento, de verdade. — falo e pego uma nota na carteira e pago pela minha água, Phil pega e se retira.

Alguns minutos se passaram e olho para Phil do balcão que me olha de volta, nossos olhares indo em direção ao banheiro, Maria já está muito tempo lá. Então, me levanto, espero que ela não esteja engasgada com o próprio vomito, isso seria deprimente e trágico demais, sem contar o drama. Vou andando em direção ao banheiro e Phil vai comigo, ele se aproxima da porta.

— Olá? Se tiver alguma mulher aí, sou o Phil, dono do bar e preciso entrar. — ele anuncia e não tem resposta.

Ele abre a porta do banheiro e nos deparamos com Maria deitada no chão. A primeira vista ela não parece ter caído, ela parece estar bem, quando ela abre os olhos e olha para nós sorrindo, Phil e eu trocamos olhares e voltamos a olhar para ela.

— Então, acho que estou bêbada. — é o que consegue dizer e sua voz sai rouca e arrastada.

— Sim, está. — Phil dá risada.

— Eu preciso pagar a conta.

— Amor, você não precisa me pagar, nunca, vá descansar. — Phil fala para ela que continua sorrindo. Eu seguro em suas mãos e a ajudo a ficar de pé.

— Você está bem? Consegue andar até o carro? — pergunto e ela apenas acena que sim.

Então, saímos do bar e vamos até o estacionamento, abro a porta do passageiro e Maria se senta, ela já está quase dormindo, e eu a ajudo a por o cinto de segurança, neste momento, meu rosto fica muito próximo do rosto dela e não consigo parar de olhá-la, fecho meus olhos para me concentrar e me afastar, dou a volta, entro no carro e dirijo até o hotel.

Quando chegamos lá, eu preciso que ela se apoie em mim para andar até o quarto sem cair. A senhora Walter está na recepção.

— Boa noite, senhora Walter, pode me dizer qual quarto dela, por favor?

— Boa noite, detetive, meu Deus, ela está bem? — pergunta ela assustada.

— Sim, só bebeu um pouco demais, qual o quarto, por favor?

— 103. — responde ela e eu respiro aliviado por ser no primeiro andar.

Entro em seu quarto e a deixo na cama, tiro os seus sapatos e a cubro com a coberta, me agacho para olhar seu rosto e ver se está bem, por alguma razão, sinto a necessidade de toca-lá, passo a mão em seu rosto tirando algumas mechas de cabelos que ficaram lá quando se deitou, faço um pouco de carinho em seus cabelos e ela sorri e pisca bem devagar, me levanto e vou até o banheiro e pego água e remédios, também tem um balde lá e resolvo levá-lo também.

Sempre foi ela - DuskwoodOnde as histórias ganham vida. Descobre agora