PUTRIDEZ

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As palavras de mau agouro ditas por Lúcia sairam com maior peso, já que foi possível sentir o odor de morte vindo de seu hálito pútrido. Um cheiro de pus que fez Martin ter que engolir o próprio vômito duas vezes. O fedor era tão forte que chamava atenção dos vermes e moscas varejeiras. Eles ficavam rodeando o local desejando intimamente que um pouco daquele pus pingasse no chão ou na cama para que a festa mórbida começasse.
A pele de Lúcia estava tão enfraquecida que se alguém puxasse com esforço mínimo, era capaz de se soltar da carne. Os insetos com toda certeza esqueceriam o mofo das paredes e mudariam seu objetivo para saciar sua infame fome com um pouco de carne apodrecida.
Aquele quarto era pequeno demais, sendo dividido com os insetos que também utilizavam a cama como descanso. O lugar não tinha janelas. Era um cubículo com as paredes tomadas pela umidade. Algo nojento, tão nojento que o teto pingava um tipo de substância esverdeada com cheiro de decomposição de ratos.

Martin precisava sair imediatamente daquele lugar.

TERRA DAS MÃOS Where stories live. Discover now