𝑂 𝑙𝑜𝑏𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑠𝑒𝑟á 𝑚𝑎𝑢 𝑠𝑒 𝑣𝑜𝑐ê 𝑜𝑢𝑣𝑖𝑟 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑑𝑎 𝐶ℎ𝑎𝑝𝑒𝑢𝑧𝑖𝑛ℎ𝑜.
Aquela frase resumia bem a vida de Brianna.
Diferente do que sua mãe tinha sido para toda Prythian, Amarantha havia sido boa para...
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No dia seguinte, Brianna acordou com seus instintos estranhamente aflorados, mas ela não sabia o motivo. Depois de se trocar, ela pegou Ranzinza no colo e desceu as escadas até a cozinha, onde o Círculo Íntimo estava todo reunido.
-Nossa, mas vocês não param em casa, ein? - Brianna resmungou - Espírito do andarilho.
-Eu gostava mais de você quando parecia um filhote assustado - Nyx resmungou e Brianna o beliscou, antes de se sentar ao seu lado.
-Quanto exatamente cresce uma quimera? - Orion perguntou, encarando Ranzinza, que batia uma pata na mesa, pedindo um pedaço de pão.
-Eu não sei exatamente - Brianna respondeu, pegando o pão e entregando para o filhote.
-Pelo tamanho da pata esmurrando a mesa, vai crescer bastante - Rhysand comentou, vendo o filhote bater na mesa novamente, pedindo comida.
-Eu nem sei se você pode comer pão - Brianna comentou com Ranzinza, que bufou, batendo novamente com a pata.
-Melhor ele comer pão do que comer você - Nyx ponderou, encarando a quimera - Por que o nariz dele é achatado? - perguntou e Brianna fechou a cara.
-Até onde eu sei, não sou a mãe dele - respondeu.
-Não me diga? - Nyx respondeu irônico - Com esse seu nariz, achei que fosse uma parente distante... Ai! - reclamou quando Brianna o beliscou novamente - Trasguinha - resmungou, massageando o braço onde a irmã tinha beliscado.
-Vou começar a aderir às técnicas da Brie para fazer vocês calarem a boca - Mor comentou.
-Mostram-se bem eficientes - Brianna emendou e ameaçou beliscar Sirius quando ele fez menção de abrir a boca para retrucar - Vou ficar quieto.
-Será que beliscões podem ser considerados uma linguagem do amor? - Orion perguntou.
-Se você tivesse crescido com Nestha você seria insuportável - Cassian comentou e foi a vez de Nestha atingi-lo com um tapa no ombro - Viu só? - perguntou retoricamente.
【...】
-Oi - Brianna cantarolou, brincando com as cordas de seu violão assim que as sombras de Azriel se aproximaram dela, denunciando que ele logo entraria na sala.
-Oi - ele respondeu - Compondo de novo?
-Estava entediada - ela respondeu, dando de ombros - Mas, não tenho nada novo. Não deveria estar trabalhando?
-Estava - Azriel respondeu - Preciso falar com Rhysand sobre algumas coisas que eu descobri, mas não consigo encontrá-lo.
-Ele saiu com Feyre - Brianna respondeu - Possivelmente vai demorar um pouco para que você consiga encontrá-lo - comentou e viu Azriel suspirar, reenconstando-se no sofá, e logo Ranzinza apareceu correndo, subindo no sofá.
-Ele está maior do que da última vez que eu vi - comentou.
-Ele está crescendo de uma forma que eu não estou entendendo - Brianna respondeu, vendo Ranzinza afiando os dentes dos dedos do seu pé - E os dentes também. Ai! - reclamou ao sentir uma mordida mais forte e Azriel riu, pegando a quimera no colo e afastando dos pés dela - Pestinha - ela reclamou e Ranzinza bufou, e ela abriu a boca indignada - Além de tudo é desaforado.
-Como a dona - Azriel murmurou mecanicamente e arregalou os olhos ao perceber que Brianna tinha ouvido.
-Azriel - ela disse em tom de advertência e Azriel ergueu as mãos em sinal de rendição.
-Desculpe, foi automático - ele se defendeu e viu novamente o círculo vermelho ao redor da íris dela, e ela restesou a coluna.
Azriel levantou-se, vendo o círculo vermelho ir tomando conta das íris violentas, até que vermelho sangue o encarasse de volta.
-Brie? - ele a chamou, e uma risada baixa e arrepiante encheu a sala, ecoando contra as paredes e fazendo com que os pelos na nuca de Azriel se arrepiarem.
-Tente de novo, encantador - uma voz respondeu, mas não era a voz de Brianna. Era uma voz antiga, mas parecia uma construção, com vozes graves e agudas se misturando.
-Quem é você? - Azriel perguntou e viu a cabeça de Brianna inclinar-se lentamente para o lado, os olhos vermelhos o encarando como se ele fosse a caça.
-Eu sou aquela que existe nas sombras, aquela cujo nome não é sussurrado pelos mortais comuns - a voz respondeu - Sou antiga, sou poderosa, sou aquela que governa sobre os reinos ocultos, e seu povo me chama de Nocturnus.
Azriel engoliu em seco, sentindo um frio percorrer sua espinha. Nocturnus era um nome que os pais contavam para as crianças na hora de dormir para assustá-los, como em muitas cortes acontecia com o nome de Amren. Ele sabia que outrora Nocturnus havia estado presa na Prisão, mas não fazia ideia de como ela havia conseguido se libertar.
-Por que está fazendo isso?
-Porque seu mundo e seu povo já causaram problemas demais - Nocturnos respondeu - Quando a Grã-Rainha me ofereceu o corpo de sua filha para que eu fosse livre, foi como tirar a sorte grande. Mas, então, a garota cresceu e começou a lutar contra o meu domínio - pausou - Mesmo sendo um receptáculo frágil, Brianna ainda é um refúgio adequado para o meu poder, mesmo que um pouco rebelde - o encarou - Mas, em algum momento, ela não conseguirá mais recobrar o controle - Nocturnos fechou os olhos por um breve momento, estremecendo - Até qualquer hora, encantador - se despediu, e então, o corpo de Brianna caiu em direção ao chão.
Azriel agiu instintivamente, lançando-se para frente para pegá-la antes que ela atingisse o chão. Seus braços a envolveram com firmeza, amortecendo sua queda enquanto ele a segurava contra o peito.
Brianna parecia leve e frágil em seus braços. Seu rosto estava pálido e sereno, contrastando com a expressão sinistra que havia dominado momentos antes. Azriel olhou para ela com preocupação, enquanto ouvia Ranzinza choramingar atrás deles.
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