Capítulo 【17】

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_____☭⃖ 120 d.c — Essos☭⃖_____


     𝒮abe quando dizem que toda mulher tem o extinto materno? ah sim, Lembro-me de ficar irada e negar que isso não acontecia com todas. E de fato, esse extinto não chegou para mim quando peguei Baelor para amamenta-lo.

     Me lembro de chorar enquanto ele sugava o bico de meus seios e puxava para si o leite que ali havia, Lembro-me de chorar quando ele chorarava por algo que eu não sabia a resposta, e me sentia uma péssima mãe quando eu o entregava aos braços de Nymera e ia me esconder em algum canto com vergonha e medo.

     Foi assim até o final da primeira lua depois do seu nascimento, e logo, aos poucos, meus seios já não doíam tanto ao amamentalo, eu já sabia pelo menos ao certo o que poderia fazer quando ele chorasse. E agora, ele ocupa um seio direito, e o pequeno filhote de dragão ocupa o esquerdo.

     Foi estranho para meus amigos e o povo do khalasar quando sentavam para conversar comigo após uma longa caminhada e viam eu amamentar uma fera e uma criança ao mesmo tempo. Me pergunto como minha mãe reagiria.

     O sol começava a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e vermelho enquanto eu me encontrava sobre a grande pedra, segurando Baelor em meus braços enquanto ele mamava.

     À minha frente, o pequeno dragão devorava um cordeiro que provavelmente havia pegado no rebanho local. Nyrastrys descansava ao meu lado, seus olhos fechados, mas ainda atenta ao seu filhote que grunhia esganiçado tentando comer a carne crua. Ele ainda não havia dominado o fogo; apenas soltava fumaça quando tentava.

     Um grunhido repentino chamou minha atenção, seguido por uma rajada de fogo lançada em direção a Valryx, que desviou e desceu para inspecionar o cordeiro queimado. Nyrastrys, irritada, abriu os olhos brevemente, ocasionalmente queimando a carne para o filhote, mas logo os fechou novamente.

     Mesmo sendo mãe de Valryx, ela continuava territorial e arisca, às vezes chegando a derrubá-lo do céu com sua cauda quando ele tentava segui-la. No entanto, ocasionalmente permitia que ele se aninhasse perto de seu calor, debaixo de suas asas. Às vezes, durante a noite, eu acordava com Valryx voando pela tenda, derrubando tudo até encontrar minha localização e se lançar em direção ao colchão, buscando o conforto de um dos meus seios, enquanto Baelor ocupava o outro. E assim, eu voltava a dormir, tendo meus dois filhos em meus braços.

     Após devorar sua presa, Valryx, ainda insatisfeito, bateu as asas em direção à pedra onde eu estava, tentando ocupar o espaço onde Baelor mamava o empurrando com seu focinho.

— Não seja guloso, Valryx! — repreendi, dando um tapa em sua cabeça, fazendo-o grunhir e se afastar contrariado. — Deixe seu irmão se alimentar.

     Valryx recuou, ainda resmungando baixinho, antes de se afastar para uma distância segura, mas ainda mantendo um olhar atento sobre a cena. Baelor, por sua vez, retomou a alimentação, agarrando-se firmemente enquanto sugava. Nyrastrys permanecia deitada ao meu lado, observando tudo com um misto de sonolência e alerta, pronta para intervir se necessário. O ar estava impregnado com o cheiro da carne queimada e do cordeiro recém-devorado, enquanto os últimos raios de sol tingiam o cenário com tons quentes e dourados.

     Escutando passos Nyrastrys foi a primeira a se virar, e gruniu quando não gostou da presença do desconhecido, Valryx vendo logo tratou de imitar a mãe.

— A tenda já está pronta para o seu descanso, Khaleesi. — o homem disse com cautela enquanto dava passos para trás.

     Assenti em agradecimento ao guerreiro do Khalasar e, com um suspiro cansado, me levantei, segurando Baelor firmemente no colo. Logo senti o peso de Valryx pousando em meu ombro, e reclamei do seu peso, mesmo sendo apenas um filhote. Ele já estava ficando grande o suficiente para eu não aguentar carregá-lo por muito tempo.

 ༒𝐈𝐌𝐏É𝐑𝐈𝐎༒ - ℜ𝔥𝔞𝔢𝔩𝔩𝔞 𝔗𝔞𝔯𝔤𝔞𝔯𝔶𝔢𝔫Where stories live. Discover now