Dia 4 - P.S.: I Love You

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N/A: Levemente atrasado, mas aqui vai o 4º one shot! Inspirado em P.S.: I Love You, de The Beatles.

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Kurt ouviu uma batida na porta e se levantou, indo rapidamente atender. Era Blaine, em um uniforme do US Army e um grande sorriso no rosto.

"Blaine! Você está aqui! Você—" Kurt o abraçou e começou a falar, mas foi interrompido por seu marido, falando com uma voz que definitivamente não era a dele.

"Sinto muito, Sr. Anderson-Hummel, mas o Doutor Blaine está morto." Quando Kurt se afastou, não era mais Blaine, mas sim Capitão Puckerman. Kurt sentiu seu coração parar e no segundo seguinte tudo estava escuro.

Kurt acordou respirando pesadamente e com lágrimas nos olhos, como acontecia frequentemente. Por um segundo pensou que era só um pesadelo, mas quando virou para o outro lado da cama, ele estava vazio. Kurt sentiu como se tivesse uma mão segurando seu coração e que ela acabara de apertá-lo, mas estava se acostumando com o sentimento. Levantou-se da cama, foi até a cozinha e ligou a cafeteira, quase pronto para começar outro dia sem o amor de sua vida.

Oito meses atrás, Blaine foi para o Iraque servir como médico militar. Sempre fora o seu sonho ajudar pessoas e servir o seu país, mesmo que Kurt o tenha dito que seria tão bem-sucedido quanto se fosse cantor. Blaine costumava mandar cartas toda semana, nas primeiras apenas dizendo o quanto ele estava animado por estar lá, mas logo elas ficaram mais tristes, falando sobre como a guerra era terrível e como ela afetava os soldados, mental e fisicamente. Na primeira semana do sexto mês, quando a carta não chegou, Kurt quase teve um ataque cardíaco, mas sua amiga Rachel o convenceu que provavelmente não era nada sério, Blaine só estava muito ocupado salvando vidas. Mas quando a segunda semana passou, Kurt começou a se preocupar. Quando um mês se foi e não houve notícias de Blaine, Kurt estava totalmente em pânico, tudo que ele conseguia pensar era em seu marido sendo torturado por algum árabe louco. Um dia, ele ouviu uma batida na porta e abriu-a apressadamente quando viu um homem em um uniforme do exército parado lá fora.

"O que aconteceu com Blaine?" Kurt perguntou imediatamente, mas no fundo já sabia a resposta.

"Sinto muito, Sr. Anderson-Hummel, mas o Doutor Blaine está morto. Houve um bombardeio no centro médico e Doutor B. estava trabalhando lá. Nós salvamos a aliança dele, mas foi tudo o que conseguimos." O homem, Capitão Puckerman, como dizia no uniforme, disse e entregou a Kurt uma pequena caixa com o anel e algumas coisas de Blaine.

E agora, um mês depois, ele ainda tinha pesadelos sobre aquele trágico dia. A cafeteira apitou e Kurt quase chamou Blaine para tomar café da manhã, mas parou quando sentiu lágrimas em seus olhos. De novo. "O show deve continuar," ele murmurava como um mantra sempre que a vida parecia sem sentido e que não valia a pena, como agora. Recompondo-se, Kurt se vestiu e desceu as escadas para pegar a correspondência antes de ir para o trabalho. Contas, contas, contas, uma carta de Blaine, contas... com olhos arregalados, voltou alguns envelopes e parou no diferente: a carta de Blaine. O coração de Kurt parou de bater, e de repente começou a bater muito rápido. Provavelmente foi desviada no caminho, ele pensou enquanto corria escadas acima novamente, sem querer ter um ataque cardíaco no meio do lobby, e as lágrimas começaram no momento em que viu a caligrafia de seu marido no papel.

Algumas horas depois, Rachel bateu à porta de Kurt, mas como ele não a atendeu, abriu-a com sua chave e achou seu melhor amigo dormindo no sofá, lágrimas ainda escorrendo pelo seu rosto, segurando a aliança de Blaine e um pedaço de papel, aparentemente uma carta.

Meu querido Kurt,

Oi babe, eu estou com tanta saudade! Eu queria estar em casa com você, mas aqui eu estou ajudando tanto! Kurt, você pode imaginar como é salvar uma vida? É tão incrível, eu me sinto como um super-herói aqui. Mas sempre tem os que nós não podemos salvar, não importa o quanto tentamos. Hoje, foi Cabo Evans. Ele levou um tiro no braço, mas já tinha perdido sangue demais quando chegou aqui, nós não conseguimos salvá-lo. Foi terrível, mas de verdade, Kurt, eu não posso imaginar o que faria se não tivesse você para me manter são. A guerra é terrível, mas as vezes é necessária.

Mas eu não quero falar sobre guerra, vamos falar sobre nós. Eu sei que já disse isso, mas eu sinto sua falta, Kurt. Quando eu vou dormir, penso em você e meu coração quase dói, passo quase todos os segundos mandando meu amor para você, e eu sei que você recebe porque me manda de volta. Quando eu voltar para casa, nós podemos começar uma família, tenho certeza que Rachel se voluntariaria para ter nosso bebê. Mas até lá, guarde essa carta e sabia que eu sempre amarei você, não importa o que aconteça.

Seu para sempre,

Blaine.

P.S.: Eu te amo. Até a Lua e de volta.

Klaine ValentinesWhere stories live. Discover now