Capítulo 42 - #VEDANOWATTPAD25

106K 9.2K 1.7K
                                    

Oi incríveis, feliz dia do escritor!!! Eu sei que tem leitores aqui que também escrevem, então parabéns!!!! <3 


Alison.

— Entre.

Jace pediu e eu entrei no apartamento dele morta de vergonha. Que diabos eu estava pensando? Jace havia falado tão seriamente essa última palavra que eu logo deduzi que ele estava me dando um pé na bunda da forma mais educada possível.

Eu parei em frente a um espelho que havia no pequeno hall e fiquei ali encarando o meu reflexo percebendo as minhas bochechas corarem. Jace estava logo atrás de mim com uma expressão que até então eu desconhecia.

— Eu não tinha percebido esse espelho — falei tentando amenizar o clima entre nós mudando de assunto e encarando a garota burra do espelho. Porque eu fui procurá-lo? Era óbvio que ele não queria me beijar, porque se não já teria o feito.

Jace estava atrás de mim, observando o meu reflexo no espelho. Ele era tão bonito que eu me sentia extasiada com a presença dele, o seu cheiro gostoso e o seu corpo grudado naquela camisa que realçava os seus bíceps.

Jace não tirava os olhos do meu reflexo, aqueles olhos me perfuraram e eu não tive coragem para me virar e encara-los. Ao invés disso, fiquei ali parada impotente sem conseguir pronunciar uma palavra sequer e sem conseguir respirar direito, porque ele roubara todo o meu fôlego com aquele olhar matador.

Jace deslizou suas mãos no meu pescoço e o massageou. Aquelas mãos macias e grandes massageando suavemente a minha garganta fez com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem. Eu gemi baixinho ao sentir o toque dele, era como se uma corrente elétrica invadisse todo o meu corpo. Jace inclinou o seu rosto até a lateral da minha veia e distribuiu mordidinhas suaves no meu pescoço. Arfei com os lábios dele na minha nuca e mordi o lábio inferior esperando que ele tocasse a minha boca.

Mas, Jace brincava comigo e beijava cada pedacinho do meu pescoço e depois subia os lábios e beijava a ponta da minha orelha enquanto eu arqueava as costas e depositava o meu corpo para trás, para perto dele. Suas mãos brincavam perto da minha clavícula e deslizavam e seguravam o meu rosto.

Ele ficou fazendo esse mesmo gesto até que finalmente teve pena de mim que já estava entregue a ele. Jace puxou os meus cabelos, ergueu o meu rosto e o virou para ele. E só então ele me beijou.

Os lábios dele estavam quentes e macios. Ele me beijava de forma frenética e instigante. Seu hálito era fresco, e a sua língua explorava a minha boca como se estivesse ansiando por isso há anos. Ele me apertou ainda mais em seus braços. E eu me virei para poder beijá-lo melhor. Enrosquei minhas mãos na sua nuca enquanto ele segurava firmemente a minha cintura. Meu rosto queimava enquanto ele me beijava e nós não conseguíamos parar. Jace intercalou o seu beijo molhado com várias mordidinhas suaves nos meus lábios. As minhas mãos subiram até seus cabelos e mergulharam nos fios negros. Jace me apertou contra o seu corpo e em um gesto rápido me pegou em seu colo e me levou até o seu quarto.

A casa estava silenciosa e só os nossos gemidos e sussurros eram ouvidos. Mesmo em seu colo, com as suas mãos fortes segurando a minha coxa nossos lábios não se desgrudaram, exceto quando ele abriu a porta do quarto.

No céu, eu estava no paraíso.

O toque.

O beijo.

Nossos corpos suados.

Meu corpo contra o dele.

Suas mãos deslizando em mim, me tocando e me beijando...

Eu era amada. Agora eu sabia. Eu não estava sozinha como sempre pensara alguém nesse mundo me desejava e me amava como eu nunca havia pensado que alguém pudesse me amar. Nesses anos todos eu me sujeitara a homens inescrupulosos, nojentos que sussurravam besteiras no meu ouvido e me xingavam de todos os nomes possíveis. Homens como Carter, que tratam mulheres como lixo. Que nos desprezam e nos humilham da pior forma possível. Eu estava com a minha autoestima destruída, por isso eu pensara que nunca iria encontrar um cara legal como o Jace, que me tratava como uma mulher e que me respeitava.

Ele errou no passado, mas eu também errei. Agora éramos pessoas completamente diferentes do que éramos há cinco anos. Ele havia mudado completamente e se tornara o senhor Darcy que ele havia prometido na carta. Já eu também mudei, mas nessa noite eu não queria pensar em mim e sim me concentrar na respiração ofegante dele enquanto os nossos corpos se uniam em um só. Eu queria guardar absolutamente tudo, cada detalhe dessa cena incluindo até mesmo os detalhes fúteis como a maciez do colchão, os lençóis brancos que dançava envolta dos nossos corpos e os travesseiros de pena de ganso. Detalhes bobos que faziam toda a diferença enquanto os nossos dedos se entrelaçavam com força e o corpo dele pressionava o meu.

A verdade era que ele me devolvera à felicidade, com o seu sorriso bobo, os seus cabelos balançando no ar, seu ar superior, mas sua atitude simples, seu beijo molhado, seu rosto bonito, sua história de vida e o seu talento... Jace Connor e Alison Reak quem diria?

Lembrei-me da primeira vez que eu o vi. Meus pensamentos voaram longe...

Antes...

Eu estava nervosa. Eu tinha decorado todas as palavras, meu pai havia me ajudado. Ele estava lá, meu pai, me olhando na primeira fila do grande auditório. Eu nunca havia participado de um campeonato de soletração, até que um dia meu papai falou que eu era boa com as palavras e me convenceu a participar. Eu queria vê-lo feliz e por isso estudei bastante.

A cada palavra que eu soletrava e ela estava correta eu vibrava por dentro. Tudo estava indo bem, até que eu olhei ao meu redor e vi que só havia restado eu e um garoto metido com cabelos negros e ar esnobe. O garoto olhou para mim, acho que assim como eu só agora ele havia se tocado que só sobrou nós dois. Ele me olhou e percorreu seus olhos miúdos no meu corpo. Eu fechei minha cara para ele, abri uma carranca no rosto como a minha mãe fazia quando eu aprontava algo, ele fez uma careta para mim e me mostrou sua língua rosada com alguns vestígios brancos de saliva. Eu virei meu rosto e encarei o rosto frívolo dos jurados.

O garoto magricelo fora chamado para o centro, era a vez dele de soletrar. O menino que eu descobrira que se chamara Jace Connor caminhou em passos lentos até o holofote, as pernas dele tremiam. Eu sabia que se ele errasse essa palavra eu ganharia o campeonato, torci para que ele perdesse. Ele era um garoto tão insuportável e me olhara com uma cara de nojo assim como a mamãe fazia quando falava sobre o meu peso.

— Soletre a palavra, empedernido — a jurada pediu com uma voz seca.

Ah essa eu sabia! Ele provavelmente sabe também, droga! Vou perder!

— Pode repetir? — ele perguntou e sua voz saiu roca no microfone.

— Empedernido — ela repetiu.

O garoto tremia e o seu rosto encarava a plateia. "Essa não" eu pensei. Ele não falou nada e ficou parado feito uma pedra no meio do palco. Passado alguns segundos eu acabei sendo anunciada campeã e pulei da cadeira animada, meu pai correra até o palco para me abraçar.

O garoto me lançou um último olhar furioso e mostrou a língua para mim novamente. Eu dei de ombros e mostrei a minha língua também. "Que garoto besta, eu espero nunca mais vê-lo" pensei e naquela época eu era tão iludida.

A GAROTA QUE VOCÊ NÃO QUISWhere stories live. Discover now