Paula estava sentada no sofá, cercada por pessoas preocupadas com a amiga. Pelo menos a situação estava se acalmando. Alguém tenta ir até a cozinha para pegar mais comida e bebida, mas a porta estava trancada.
- Paula, você trancou a porta? - Pergunta a mulher.
- Não…
- Pois ela está trancada.
- Tenho certeza que a deixei aberta.
- Mas ela está fechada. - Insiste a mulher.
Paula resolve se levantar e testar ela mesma. Estava realmente trancada. Estaria louca?
Vai até a porta da frente… trancada. Do banheiro… trancada. Janelas… trancadas. Isso não era uma ilusão. Fica apreensiva.
Ela sente o silêncio. Silêncio era ruim. Significava que algo havia acontecido. Vira-se, e lá estava ele, sentado no sofá: Astaroth.
Agora todos o viam, era perceptível no horror dos seus olhos. Alguns começam a chorar e tentar sair arranhando a parede e portas desesperadamente. Já outros estavam apenas paralisados. O desastre era iminente. O terror tão palpável que parecia fazer parte do ar. Ninguém fala nada, esperando alguma ação do demônio.
- Esses salgadinhos… - Diz Astaroth, abrindo a boca lentamente. - Estão muito bons. Os doces não estão ruins também.
- O que você está fazendo aqui seu maldito?!
- Paula… Vejo que não se esqueceu de mim. Fico grato. Depois de tudo que passamos… - Ele se levanta e acaricia os cabelos da mulher, que vira a cara enojada.
- Vá embora, Astaroth. Não sei como você chegou aqui, mas vá embora!
- Embora? Chegar? Eu nunca sai! - Sua voz havia mudado, de suave a de um trovão. - Vocês acham que podem fugir de mim? Eu!?
- Mas você foi exorcizado!
- Ahh sim… Isso me faz lembrar daquele pivete. Casyn… Ele é especial, não é?
Astaroth andava pela sala, indo e voltando, enquanto falava e gesticulava.
- Verdade, ele me mandou para casa, mas aqui estou. E onde está ele agora? Hã?
- Está caçando seus irmãos! - Grita Paula com orgulho.
Astaroth dá um tapa na mulher, fazendo-a cair no chão.
- Meus irmãos? Aquele idiota não faz ideia do que está fazendo. Não houve dica alguma sobre Azazel ou dos outros em uma cidade próxima. É tudo uma farsa. Seu querido Casyn é tão fácil de manipular… Está sempre louco para ser o herói.
- Você não sabe nada sobre ele. - Responde Paula, ainda caída.
- Mais que você minha querida… mais que você… - Fala Astaroth. - Mas agora, vamos nos divertir um pouco? Estamos há meses sem brincar. Sinto falta dos seus gritos, suas lágrimas.
- Vá embora! - Grita Paula em desespero.
- Oh! Sobre o comando de quem?
- Paula, líder dos escravos. - O termo saiu naturalmente de sua boca. Por tanto tempo foi chamada assim. Havia se tornado natural, mesmo em liberdade.
Astaroth se aproxima devagar, pega-a pela garganta, sem soltar, mas sem apertar. Sua poderosa voz volta inunda a sala:
- Escravos de fato! Assim como todos os ratos humanos. Vocês são a escória. E agora vou lhes provar isso.
As pessoas se abraçavam fortemente em seus entes mais queridos. Filhos buscavam os pais, mulheres os homens e os homens à Deus.
“Por favor Deus, não deixe tal injustiça ocorrer.”
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Casyn, o Exorcista
FantasyCerta vez, Casyn salvou Paula e toda a sua vila de um demônio chamado Astaroth. Hoje eles são felizes, mas com notícias de demônios nas redondezas, essa felicidade está em risco. Talvez mais do que imaginam...