Antares

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Olho fixamente para o céu por um instante
Detenho meu olhar nas estrelas
Meu pensamento vagueia e estou distante
De tudo que sou, daquilo que sei.
Perco-me no infinito espaço
Viajo nas lembranças, momentos, retratos...
Folhas recortadas pelo chão.
O brilho reluzente das estrelas
Transfigura meus olhos, sou cometa.
No Universo sem-fim, planeta,
Poeira estelar, fagulha primeira da Criação.
Procuro ir além do que sou
Por isso transpasso o limite da existência crua
E viajo no infinito entre asteroides, nebulosas e a lua
Essa é minha sina, sou poeira brilhante
E nasci do caos dos planetas.
Lanço meus olhos além do horizonte vazio
De repente me transformo
Não sou mais eu, sou um átomo
No leito de um rio distante.
Caminho na imensidão do espaço
É tudo escuro, tão frio
Mas eis que por cima de um muro de estrelas
Uma luz Gigante Vermelha
Revela sua beleza pujante.
Subitamente me transporto na velocidade da luz
Para um mundo perfeito
Feito de cristal vermelho
É Antares, o astro alfa, o coração...
A estrela escarlate, inimiga mitológica de Marte
Na constelação de Escorpião.

Por Diego Andrade

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