All My Love

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Lea Blake odiava pinguins. Não os pinguins fofos e bonitinhos que vivem na neve, mas sim o Pittsburgh Penguins.

Ela os odiava tanto que pensou ser o famoso karma quando seu time teve a sorte de ir para a final da Stanley Cup - o principal prêmio da NHL - logo contra eles. Talvez em outra vida tivesse feito muita merda para estar presa no belo dilema e contradição que sua vida tinha se tornado.

Natural de Nashville, Lea, assim como seu pai, era torcedora fanática do Nashville Predators, mas por alguma razão acabou parando na Pensilvânia junto com seus pais. Pittsburgh tinha uma oportunidade de emprego irrecusável para o senhor Blake e a família, é claro, tinha ido junto.

Para completar a maravilhosa bagunça que era a sua vida, ela conheceu Conor Sheary na fila do cinema.

Warcraft: O primeiro encontro de dois mundos. Um nome bem sugestivo que mal ela sabia.

Não fazia ideia de como sentaram um do lado do outro e passaram o filme comentando sobre Warcraft. Travis Fimmel merecia uma estátua por ser tão foda e ambos concordaram com esse fato. Lea gostou dele de cara e ele era tão bonitinho, que achou ter ganhado na loteria quando ele pediu seu número.

Até aí tudo bem, Lea o conhecia devagar como deveria ser. Então descobriu ter atirado muitas pedras na cruz quando descobriu que Conor Sheary era um dos Penguins.

Ela tentou se afastar, jurava que tentou, mas Conor era bom demais pra ser jogado pra escanteio só porque ela não gostava daquele timezinho do mal. Passou até a aturar alguns colegas de time dele porque estava se apaixonando gradativa, silenciosa e perdidamente.

Acompanhou toda a temporada 2016/17 ao lado dele, de um lado torcendo pelo Nashville Predators, do outro apoiando Conor nas vitórias e derrotas, exceto quando os dois times jogavam um contra o outro, aí sim ela torcia pra Nashville na cara de pau. A atual advogada estava pouco se fodendo para as caretas de Conor quando seu time ganhava do dele, adorava zoar com a cara dele principalmente porque ele a conhecia bem demais e não levava nada daquilo para o coração.

Era uma rivalidade saudável, já que eram tão parecidos em tudo, precisavam de algumas divergências para apimentar ainda mais o início de relacionamento que os dois estavam dispostos a manter.

E estavam bem. Mesmo com os playoffs. Lea apostou todas as suas fichas no seu time, mas quando o namorado perdia algum jogo ela estava ali por ele dando todo o seu apoio, dizia que se ele tinha jogado mal, ele podia melhorar. Nashville passou por Chicago sem problemas, Pittsburgh por Columbus, Predators pelos Blues, Penguins pelos Capitals, os Predators dilaceraram os Ducks, Penguins chegaram até o jogo 7 com Senators. Então foi dada a partida para a guerra fria: Predators iriam jogar contra os Penguins.

Foi uma decepção sem tamanho os jogos que ela acompanhou em Pittsburgh, Predators tinha levado uma surra nos dois primeiros jogos, mas ainda assim ela estava muito decidida a acompanhar os dois jogos que se seguiriam em Nashville. Viajou então para a cidade e ficou de visita na casa dos avós, enquanto o namorado ficava no hotel com o time. Em Nashville a história era outra, era como se a torcida fosse o combustível dos Predators e eles acabaram com os Penguins nos jogos em casa.

A esperança tinha voltado, Conor estava cada vez mais focado e o relacionamento se esfriando de uma forma que era até compreensível. Lea até pensava que se Conor perdesse para Nashville, ela estaria pronta para consolá-lo. Então Nashville levou uma surra em Pittsburgh, perdendo de 6 a 0, e se os malditos ganhassem o próximo jogo estava tudo acabado, o primeiro que chegasse a 4 vitórias era o grande campeão da Stanley Cup. Mas ela se permitiu ficar feliz, até porque era o aniversário do seu namorado e Conor merecia por ter jogado tão bem, inclusive por ter feito um gol. O birthday boy com certeza teve um aniversário maravilhoso, mas seu principal presente ainda estava por vir.

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