Thriller

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Calle Jarnkrok era perigoso.

Não um cara que matava, roubava ou vendia órgãos no mercado negro. Perigoso de uma maneira muito mais limpa e sobre o gelo: ele era inteligente. Possuía um jogo próprio e altruísta que funcionava como a marca da família, já que seu primo, Elias Lindholm, jogava da mesma forma. Ainda assim eram subestimados, em tantas vertentes que não vinham ao caso agora.

Mas já era outubro e ele precisava decidir logo qual fantasia usaria para a festa que iria com os colegas de time. Precisava de algo inovador e genial, algo que passasse o conceito de perigoso. Se não fosse assim, ele nem perderia seu tempo indo. Foi por isso que acabou ligando para o primo, desesperado por uma ideia nova, e no terceiro toque, a voz de Lindholm foi ouvida.

– Fala comigo.

– Que roupa você vai usar nesse Halloween? – Foi direto.

– Se Deus quiser, vou ficar nu. – Brincou e Jarnkrok rolou os olhos como se Elias pudesse vê-lo. – O time marcou uma visita dia 31 em um hospital, então arrumei uma camisa do Superman com capa e tudo, roubei o óculos do meu irmão também... – Respirou. – Mas de noite vou com a Joan pra uma festa e vou de Ted.

– O urso? – Calle perguntou abismado e ele riu.

– Sim, a Jo vai de coelhinha da Playboy, ela que arrumou isso e não faça perguntas.

– Só uma, por favor. Vocês tão indo numa festa na casa de swing ou o que? – Lindholm gargalhou e Calle sorriu. – Ter uma namorada assim deve ser legal, shippo muito vocês.

– Ela é louca.

– Mas sério, eu preciso de uma ideia de fantasia – pediu.

– Você quer minha fantasia do Buzz Lightyear?

– Nem fodendo, quero alguma coisa inovadora e um pouco obscura – especificou e ouviu a voz de Joan no fundo.

– Calle, oi, eu tenho uma ideia perfeita pra você. É um elfo, mas não um elfo qualquer, vou te mandar uma imagem – sugeriu e Elias riu.

– Não é Legolas, né?!

– Não, você não conhece – ela respondeu e Calle limpou a garganta, afastando o celular e vendo a foto.

Cabelo escuro bem arrumado, lentes violetas, orelhas pontudas, roupa escura, já era branco por natureza e só teria que incrementar com um pouco de pó na cara. Era perfeito.

– Ele é perigoso? – perguntou para Joan.

– Ele é muito perigoso! O tipo que destrói mentes em um piscar de olhos.

– Gostei, obrigado por ser mais útil que Elias – disse e Elias gritou.

– Ei! Te empresto minha namorada e é assim que você me agradece?

– Ah, dá um tempo, Ted.

E em meio a risadas, com a fantasia definida, Calle deixou que Elias desabafasse e em seguida foi em busca das melhores lojas de fantasias e acessórios em Nashville, aliás, ainda tinha algumas semanas para a festa.

...

No dia seguinte estava ele na loja próxima a sua casa procurando pelos acessórios que estavam na sua lista. O local já estava todo decorado para um dos melhores feriados norte americanos e tinha fantasias e máscaras, abóboras de enfeite e pisca piscas espalhados por todos os lugares, quando uma pessoa o cutucou e ele deu de cara com uma atendente usando a máscara do Jason.

– Puta que pariu – ele fechou os olhos devagar, levantando a mão até a cabeça. – Não faz isso comigo, moça.

Ela riu. – Só estou entrando no clima, moço. O que deseja?

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