Agradecimentos

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A escrita é difícil.

A escrita é difícil e eu sei desde que comecei a fazer parte disso. Você tem declínios abruptos por ela. Você necessita dela. Você a respira como algo vivo. Existem vazios que só ela preenche. Partes suas com ela. É uma relação destrutiva e revigorante. Quase abusiva.

Com 11 anos, eu sabia que gostava de "histórias de amor". Naquela época, eu escrevia sem vírgulas, mas os personagens eram palpáveis — palpáveis o suficiente para quem tinha 11 anos. Com 15, eu sabia que me aventurar nesse gênero era furada. Na literatura? Romance açucarado aos montes. Na internet, isso praticamente vaza por todos os lados. Eu sabia que nem ia ter visualização se escrevesse esse tipo de coisa, então simplesmente desisti. Mais uns anos passaram, eu cresci, o pensamento era o mesmo. Até B'shert. Até... B'shert.

As histórias pulavam pra mim. Literalmente. Eu segurei todas com medo. Sim, tinha medo: medo do que podiam fazer comigo, medo do que me faziam pensar, medo do domínio que teriam sobre mim assim que eu escrevesse a primeira palavra.

Chegou a hora em que eu precisava soltá-las ou ia explodir. Já não podia mais segurar o meu incêndio interior, as luzes me rasgando por dentro, as cores borbulhando e correndo como sangue em cada canto meu. Saí de foco. Na verdade, os lugares saíam de foco. A vida passava pelos meus olhos e cintilava e eu sabia, eu sabia que precisava. Se eu não escrevesse isso, seria como me trair, me sufocar aos poucos.

B'shert foi um processo de autoconhecimento até a última linha. Eu odiei essa coletânea, amei, existi com ela e me agarrei como se fosse minha última chance. E é. Um pedacinho de vida que eu decidi tirar de mim pra doar pros outros. Quase como se eu estivesse me desnudando, pedaço por pedaço.

Eu ainda respiro essa coletânea. Ela mexe comigo. Eu preciso dela.

E aqui está.

Felizmente, ela só existe porque tive pessoas incríveis que me ajudaram em todas as minhas engatinhadas. B'shert pode ter explodido em mim, mas a continuidade dessa explosão não foi coisa só minha. Então aqui vão meus agradecimentos mais sinceros e emocionados:

À minha incrível e gentil beta, Muun, que revisou todos os textos com carinho, dedicação e sagacidade, às vezes compreendendo as histórias bem melhor do que eu.

À minha leitora mais fiel e antiga, que nunca me deixou cogitar parar de escrever e me ajudou em todos os meus dilemas existenciais e literários, Débora.

À minha irmã, não de sangue, mas que me proporcionou uma conexão familiar que vai bem além disso, Giovanna — também conhecida como a mocinha que fez não uma, nem duas, mas três capas incríveis e representativas para B'shert.

Ao meu pai literário, que sempre tem algum comentário positivo para fazer (mesmo que eu não mereça) e que me inspira reflexões sobre amor e outras coisinhas que valem a pena na vida, Kelvin.

Aos meu melhores amigos e palestrantes motivacionais nas horas vagas, Manoel, Gabriel, Gustavo (que gentilmente doou seu próprio nome para um personagem), Mawcon, Eliabe e Rafael.

A todos os leitores que já me arrancaram lágrimas (seja aqui em B'shert ou em outras publicações) e arranjaram um tempinho para comentar e ler minhas histórias. Eu não seria absolutamente nada sem vocês.

Ao pessoal do grupo WattFanatics, em especial ao Jota, e ao Projeto Nêmesis. Todos são autores maravilhosos que muito ajudaram (e ajudam) no meu crescimento como escritora e pessoa, me proporcionando leituras de obras e gêneros que eu, com certeza, não encontraria sozinha.

Por último, à minha inspiração em forma de gente, Jean. Por toda a nostalgia ao olhar para os prédios, por toda a adrenalina ao sentir o vento noturno de dentro do carro, por todas as lágrimas repletas de intensidade, por todas as luzes lá fora (que são nossas), por todas as madrugadas falando de aventuras, sonhos e fragmentos coloridos de vida, por todos os sorrisos apaixonados que demos, por todas as conexões que fizemos, por tudo, por tudo. E tudo não descreve absolutamente nada.

B'shert [O contraste de suas luzes] - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now