a flower blossoms for it's own joy.

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E lá estava Yuta, outro dia em seu tedioso trabalho. Ele odiava tudo sobre ele. Começando pelos incontáveis cheiros diferentes. As diversidade das plantas e flores, que mais da metade ele nem sabia o nome ou mesmo o pronunciar. Os clientes inconvenientes. Literalmente tudo, ele odiava. Mas quando se precisa de dinheiro, não tem muito o que fazer, certo?

Sentando na sua cadeira usual, atrás do caixa com seu celular em mãos, falando com seus amigos e seus fones de ouvidos no último volume ligado em sua playlist favorita, por que, por favor, fiquem chocados, ele também não gosta das músicas que pairam sobre a floricultura. Não combinam muito com o seu gosto, pois ele não gosta de musicas calmas, na verdade, ele até gosta mas algumas o fazem dormir ou perder o foco, ꟷ o que só acontecia quando a sua chefe estava pela loja perto dele. ꟷ , e ele também ouve as mesmas 30 músicas (sim, ele contou) todos os dias por um ano e meio, ele até sabe como cantar de trás pra frente mesmo que algumas não sejam em seu idioma, tem algumas línguas que Yuta nem sabe de onde são. Mas ele jura que sabe cantar.

Os sacrifícios que fazia apenas para poder continuar vivendo na Coreia sozinho enquanto divide um quarto com seu meu melhor amigo, também vindo de outro país. Enquanto Yuta é do Japão, Johnny é dos Estados Unidos, ambos tiveram o mesmo objetivo ao escolherem estudar na Coreia: Conhecer pessoas novas e tentar coisas diferentes do usual.

A vida do Yuta era meio monótona. Ele estuda todos os dias de manhã e logo apos vai para o seu trabalho e seguido disso vai direto para casa. Quase nunca sai com seus amigos, lá que nunca eles marcavam para se encontrar em algum café ou algo do tipo.

Mesmo que a floricultura seja perto do campus e numa rua realmente movimentada (por causa da grande demanda de cafés e lojas de conveniências na volta. Por perto tem até um salão de jogos e um karaokê), é realmente "morto". São sempre os mesmo clientes pedindo sempre as mesmas coisas, que o Yuta já tinha memorizado e os novos clientes que eventualmente entravam na loja, sempre e literalmente sempre pedem uma flor aleatória que o japonês nem sabe como pronunciar e então eles vão embora bravos com ele. Yuta quase sempre querendo falar algum palavrão para eles pois ele era apenas alguém tentando ganhar algum dinheiro e não algum expert em flores, ele quase não consegue fazer os arranjos de flores direito, a chefe dele ensinou mais de cem vezes e honestamente as vezes nem fica tão bonito, os clientes nem se importam mais com isso. A pergunta que Yuta mais faz para si mesmo é porque, porque sua chefe ainda não o demitiu? A única resposta aceitável é que ela precisa de alguém para cuidar da loja, e literalmente ninguém quer trabalhar em uma floricultura e a prova viva disso é que a loja é como se fosse naqueles filmes que retratam o velho oeste onde há aquele emaranhado de "poeira" (o que na verdade é uma erva daninha) passando. Os clientes fixos não passam de 10 pelo mês inteiro (tirando os arranjos para casamento, festas de aniversário, etc), o que é bastante até para uma floricultura, em um tempo que quase ninguém se importa mais com flores, plantas e muitas vezes nem mesmo com a natureza.

Yuta se distraiu com o barulho do sininho fazendo barulho no topo da porta de vidro, o que significava um novo cliente, o que também significa muitas vezes pessoas ignorantes. Ele apenas suspirou no seu lugar, tirou os fones de ouvido e colocou o celular em um lugar que a pessoa não poderia ver.

  ꟷ  Olá, bem-vindo à floricultura da Cherry. Como eu posso te ajudar hoje? ꟷ  O garoto japonês fingiu um sorriso enquanto fala a mesma frase pela milionésima vez.  

  ꟷ Uh, vou pegar meu celular, só um minuto. ꟷ  Yuta apenas acenou com a cabeça enquanto o menino com covinhas pegou o celular, levando o ao ouvido e logo desligando com um "Ok." ꟷ  Meu amigo precisa de uma Bromélia, será que você tem?  ꟷ  O menino falou se aproximando do balcão e deixando suas mãos "descansando" ali. Enquanto por outro lado, ao ouvir o nome da flor, Yuta torceu o nariz, não sabia que flor era. 

I rose you. | yuwinWhere stories live. Discover now