Seus olhos negros piscavam pra mim de uma maneira encantadora e ao mesmo tempo curiosa. Enquanto seus cílios dançavam, eu observava seus lábios vermelhos sorrindo zombeteiramente pra mim.
Demoro alguns segundos até me tocar que a estou encarando por muito tempo. Tusso envergonhado e resolvo iniciar a conversa.
-Oi.
-Olá. - diz me encarando e sorrindo docemente.
-Olá. - Repito igual um idiota diante do primeiro amor.
-Olá. - diz ela abrindo um sorriso duas vezes maior que o primeiro.
Gaguejo algumas vezes diante do seu sorriso e acordo pra realidade.
-Ãng... éh... Posso ajudar?
-Sim. Duas águas com gás por favor.
-Claro. Um minuto. - vou em direção ao freezer, colocando a cabeça pra trabalhar. Como iniciar um papo sem parecer um completo idiota como há um minuto.
Chego com as duas garrafas na mão. E as entrego pra a ruiva hippie e sorridente, que mordia a unha bem na minha frente.
-Aqui. -Coloco em cima do balcão.
Antes de pegar ela me olha profundamente e balança a cabeça.
-Quanto foi?
-Por conta da casa. -Tento ganhar sua atenção, e solto um sorriso charmoso.
-Hum... Melhor não. Prefiro pagar. - diz ela levantando sua bolsa e procurando a carteira.
-Você já pagou. - Tento uma última jogada. A vejo levantar as sombrancelhas confusa. - Mais cedo, no palco.
-Ah sim. -Aquele sorriso.- Você me viu cantar? - diz interessada, deixando as garrafas d'água novamente no balcão.
-Vi sim. Você cantar bem. - Digo envergonhado. - Na verdade canta muito bem.
-Obrigada. - Vejo suas bochechas ficarem vermelhas e combinarem com o seu cabelo de fogo.- É um dom que Jah me deu.
-Jah??
- Sim, Deus. -Ri mais uma vez. -Vocês chamam de Deus, eu de Jah.
- Entendi. - Olho para seus olhos brilhantes antes de perguntar.- Qual seu nome?
-É Yana.
-Yana. O meu é Alex.
-Eu sei. - Diz jogando o cabelo de lado e pegando as garrafas novamente.
-Sabe?
-Sim. Tá escrito aí. -Olho na direção da sua unha lindamente colorida de marron, e vejo o crachá do bar, onde está escrito meu nome.
-Ah, é mesmo. -Digo balançando a cabeça, sem acreditar na minha tolice.
-Tenho que ir. -Diz pegando as garrafas do balcão e saindo em direção a pista.
-Até mais. -respondo, sem querer que o papo termine.
Observo o seu corpo curvilíneo deixar o bar, junto com o rebolar do seu quadril e sua nádega em formato de coração, se afastando em direção aos seus amigos.
Posso parecer machista e até um pouco homens das cavernas. Mas meu único pensamento agora, é que preciso possui-la. Tenho uma necessidade de sentir aquele corpo sardento em cima de mim, e segurar aqueles cabelos cor de fogo entre as minha mãos enquanto sinto seu interior.
Sigo com o atendimento no bar, afastando esses pensamentos da minha cabeça, mas sem deixar de observa-la em nenhum momento.
Vejo quando rebola até o chão numa batida sensual, a vejo dançar abraçado ao babaca que está com elas e também a vejo curtir um pop de olhos fechados, dentro do seu próprio mundo.
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O Fogo de Yana
RomanceO livro conta a história de Alex. Um jovem dono de bar, aspirante a fotografo, que se apaixona pela misteriosa hippie Yana. Yana é ariana, cantora, um cavalo indomável e misterioso. Que guarda muitos segredos e uma história de vida surpreendente. ...